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A despeito do desgaste do tema, resolvi falar um pouco sobre isso, que é um tema quase tão universal quanto adequável à qualquer proposta - Talvez, o motivo de ser um tema tão usado.
Também é usado por sua força. Uma das coisas mais difíceis desse mundo é quebrar verdadeiras amizades. Muitas vezes é mais fácil romper namoros estáveis e casamentos que parecem preceder o “então viveram felizes para sempre” que romper uma grande amizade. É fato que nós temos praticamente a mesma carga emocional em cima de amigos antigos e cônjuges, com a vantagem de termos uma menor dependência (é relativo) e principalmente menos cobrança sobre os primeiros. Assim, amigos nos moldam e são por nós moldados. Quantas idéias não foram disseminadas em um bar, numa roda de amigos? Se é mais fácil pegar uma mosca com mel que com vinagre, certamente é mais fácil conseguir um adepto com amizade.
Para além disso, os tipos de amizade são tão variados quanto os tipos de amigo. Para Aristóteles, há amizades pelo prazer, pela utilidade e pela virtude. Segundo ele, as primeiras seriam aquelas que nós temos com as pessoas que nos fazem felizes, nos divertem. As segundas são aquelas que temos com as pessoas que salvam nosso dia. Por fim, as terceiras são aquelas que pessoas igualmente virtuosas mantêm umas com as outras. Isso tudo é lindo, sem dúvida, e ajuda a explicar, por exemplo, por que nós perdemos tantas amizades ao longo da vida. Para o filósofo, quando se é uma pessoa normal, se tem muito mais amizades por utilidade e prazer que por virtude e essas só duram enquanto a pessoa continuar prazerosa ou útil (coisas que requerem, entre outras coisas, disponibilidade, que nem sempre está à venda no mercado).
Mas também existe um grande problema, quando se considera a amizade por virtude, que é quando há a ilusão de virtude ou da falta dela. De qualquer modo, muitas vezes, o apoio ou simpatia de um a um grupo ou uma causa se revelam, aos olhos do outro como uma falta de virtude, exigindo a extinção da amizade. Não precisa ser assim.

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O Carta Nova funciona em um ciclo semanal. Nessa semana são dois artigos por dia entre segunda e sábado, seguindo um cronograma estabelecido nos editoriais de domingo. Essa semana a discussão gira em torno de Ideologia no Novo Mundo. Não deixe de ler os outros artigos da semana:
Editorial - Ideologia e Conhecimento;
Análises Econômicas - Da Mecânica de Mercado no Novo Mundo,
Leituras Rápidas - Crônicas de um Qualquer V - Mutações, permanências e Maquiavel,
Análises Políticas - Das Razões de Estado e das Razões de governo no Novo Mundo I - Introdução,
Ensaio sobre a Educação,
Análises políticas - Ideologia e Eleições e
Leituras Rápidas: Reflexões eRepublikanas - As Leituras Rápidas
As Razões da Imprensa do eBrasil e o Desperdício de sua Força,
O Senso Comum e
A Guerra Política

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