[Jornal Feudal] A Batalha da Sexta Negra

Day 1,469, 17:59 Published in Brazil Brazil by Waxton
Boa tarde leitores, entra semana sai semana e o Role Play do Jornal Feudal firme e forte, agradeço pelos votos e pela leitura um tanto longa dos artigos dessa série, o último foi grande demais. Fique agora com mais um capítulo da saga roleplay medieval baseada em fatos ereais, segue abaixo o link dos capítulos anteriores:

Capítulo 1 – O culto da Ostra

Capítulo 2 – Quem samba como gringo samba diferente

Capítulo 3 - Possessões e eDoenças

Capítulo 4 - Mercado Negro, Palto e Ademires

Capítulo 5 - O Torneio do Rei

Capítulo 6 - A Batalha da Sexta Negra


Confusão, uma única palavra que traduzia tudo o que estava se passando na capital, o enxame de visitantes que chegaram à capital para acompanhar o torneio do Rei não arredou o pé tão fácil. O boato mais recorrente era que após a recusa do campeão de não se casar com a princesa LaiseLala tinha levado o Rei à uma grande depressão, sem as ordens diretas da realeza a segurança interna ficou comprometida. Relatos posteriores confirmaram tudo começou quando Dfgusmao resolveu reclamar, pra variar, de alguns soldados que estavam caçoando dele, no meio da discussão um cidadão intitulado Darcy Ribeiro aproveitou para dar uma passada de mão em Karol Mota, o que pareceu um ato leviano posteriormente demonstrou-se em algo intencional.



Aos berros de Karol o circo começou a se armar, os boatos correram tão rápido que em meia hora André Rio, campeão do torneio do Rei, revelou seu paradeiro para defender a honra da donzela. Julgo que nessa parte é desnecessário relatar literalmente, mas as mães de ambos cavaleiros foram devidamente homenageadas antes das espadas fossem empunhadas. O embate estava prestes à começar, mas a maré de curiosos era tão grande que ambos os desafiantes foram esquecidos, entre pontapés e socos uma mão me puxa do tumulto.

- Cumpade Waxton, sou eu André Rio, preciso que você me siga, é um caso de segurança nacional.

Não andamos muito, em um beco deserto uma porta levava à uma sala mal iluminada, imitando o som de uma coruja nosso acesso foi liberado, encontravam-se no recinto algumas figuras conhecidas, podia-se vislumbrar Bonna, comandante banido da Irmandade dos Felinos, Mat1307 e Oliveira Giv, líderes do exército real, e matheushc, líder da União Canina. Algo ali não cheirava bem, a reunião dos líderes de diferentes facções só podia significar um perigo muito grande.

- Senhores, agora podemos continuar a reunião, como eu ia falando, nós, os templários da INCI, perseguimos bárbaros indonésios e descobrimos um plano de invasão em massa. Reuni um exército modesto, mas forte e estou contando com a colaboração de todos vocês para essa empreitada.

Apesar de todos concordarem o animo não era o dos melhores, histórias macabras eram contadas à séculos dos bárbaros do leste. Eles eram antigos aliados que resolveram atacar as terras coloniais e pilhar tudo o que viam na frente. A minha tarefa ali era clara, entrar em contato com todas as milícias do reino por meio de cartas. Após sair da reunião pude ver que o clima era mais calmo, mas havia um aglomerado de pessoas em volta do edifício real, cartazes chamavam o povo para a convocação da escolha do novo conselho do rei, fiz minha inscrição pensando que a sorte estaria do meu lado (e o punhado de ouro que tinha distribuído para um pessoal do mercado negro).



As cartas estavam prontas, o dever me chamava, arrumei minhas armas (tinta, pena e papel) e rumei para o cais. Uma torrente de soldados embarcavam nas galés, demorou algum tempo, mas consegui encontrar meus companheiros Kongha, PHenrique, Angelophilipe e escondido no canto o comandante bonna. A viagem foi sem problemas, as piadas sobre os forasteiros da INCI animavam os gatunos, a história de como o comandante agia na surdina desde que fora banido entusiasmou à todos que animou Diego Souza e Kongha à ensaiarem um batuque épico sobre seu líder.

Após chegar à colônia logo desembarcamos e fomos posto em marcha, tivemos quase nenhum tempo pra admirar as belezas exóticas daquele continente, uma tropa de soldados da região juntou-se às fileiras, o que chamou a atenção de todos devido aos seus trajes um tanto diferentes. As ordens eram simples, chegar o quanto antes à costa ocidental e pegar os bárbaros desembarcando de seus navios, pois todos sabiam que uma batalha naval seria desastrosa.

A marcha corria sem problemas algum, a disciplina dos soldados de diferentes exércitos mantinha certa formação homogenia, na tarde do terceiro dia de marcha, sexta-feira dia 1465 do novo mundo, estávamos prestes a começar uma longa subida quando o céu repentinamente começou a escurecer. Um medo começou a crescer em todos, não havia nenhuma nuvem no céu, observadores mais atentos observaram a lua encobrindo o sol. A distração durou pouco, aos berros um mar negro descia freneticamente a colina, suas vestimentas negras se fundiam ao chão negro proporcionado pelo eclipse solar, a moral dos soldados foi duramente golpeada.

- Formação de defesa! Empunhem seus escudos, vamos formar uma parede!



Como uma onda arrebentando em um despenhadeiro, o martelo dos bárbaros acertou em cheio a nossa vanguarda, o ataque surpresa se aproveitou da má formação e foi penetrando aos poucos o centro da formação. Em meio ao caos e gritos uma formação de cavalaria se destacava do resto do nosso exército, nunogomez avançava com um grupo dos melhores soldados das juntas militares. A reação tomou conta de todos, contagiado com a febre de batalha ao encontrar a primeira espada pela frente peguei-a e comecei a desferir golpes nos primeiros bárbaros que entravam no cerne de nossa formação. O relevo estava contra nós, nossos arqueiros não dispararam nenhum tiro, todos tiveram que adotar uma postura defensiva.

Sete golpes, nove, vinte golpes, meu braço estava doendo, o campo de batalha se tornou uma massa homogenia de aliados e inimigos banhados de sangue, alguns sorteados eram abatidos de flechas vindas de cima da colina, era o modo bárbaro de lutar, atiravam mesmo que acertando companheiros. Nós estávamos bem treinados e descansados, mas os números estavam contra e era questão de tempo até a ordem de retirada, um grito se sobressaiu à confusão:

- Corram para as colinas! A batalha está perdida!!

- Quer matar a gente bocó? Temos que correr pro outro lado.



Na minha obsessão comecei a correr com todas as forças colina à baixo, tropecei em alguns corpos, não diferenciava amigo de inimigo, todos deviam ser evitados. Minhas pernas já estava doendo, os últimas palavras inteligíveis que ouvi foram:

- Quando voltar ao reino irei pessoal tirar o bastardo do rei do seu trono!

Senti algo duro batendo atrás de mim, fui jogado para longe e na queda bati com a cabeça em uma pedra. Uma escuridão, maior do que naquele dia, tomou conta de mim. Perdi a noção de tempo, quando me dei conta estava deitado em uma cama em um quarto mal iluminado, ao tentar pedir por alguém uma mão tapa minha boca:

- Silêncio Waxton, estamos sendo perseguidos por bárbaros.

- Aonde estamos? Angelophilipe?

- No meio das linhas inimigas, estamos sabotando eles e instigando rebeliões locais.

A porta abriu abruptamente, 3 soldados inimigos entram empunhando suas armas, o fim parecia próximo.


Waxton
Editor do Jornal Feudal