PREZADO EPITÁCIO

Day 1,888, 02:06 Published in Brazil Cuba by Greywacke
SAUDAÇÕES TERRÁQUEOS!





PREZADO EPITÁCIO

Antes de tudo, como dizia o poeta*: “Nem vem de garfo que hoje é dia de sopa!”
(para os que se enquadram no "Motivo 1" - ver abaixo -, a frase indica que o texto abaixo não deve ser tomado como proposta para uma discussão acalorada e/ou desmiolada.)

Hoje levei um (mais um) merecido puxão de orelhas por algo que tinha escrito já há alguns dia.



Só hoje, depois da comida de rabo, fui procurar em que m**** ele tinha dado, não me preocupei com isso antes simplesmente porque não julguei ter dito nada de desconhecido ou extraordinário. Mas ocorreram alguns comentários contrariados, mas o principal foi este:



Como foi rebatido pela MAV e pelo Tushia nos comentários do artigo: “não existem relações afetivas, mas relações políticas”.

Mas eu vou (estava mesmo louco por uma desculpa para publicar outro artigo), tentar analisar o ocorrido, com um resultado que espero possa ser proveitoso para todos. A pergunta que me fiz foi: Porque desta reação virulenta?



MOTIVO 1 – VERNÁCULO




Às vezes as pessoas não entendem o que está escrito.

Tática (do grego|taktiké ou téchne; arte de manobrar [tropas]) é qualquer elemento componente de uma estratégia, com a finalidade de se atingir a meta desejada num empreendimento qualquer.
No sentido bélico, tática também pode ser entendida como a parte da arte da guerra que trata da disposição e manobra das forças durante o combate ou na sua iminência.
Numa comparação mais simples, tática seria ‘como’ realizar determinada função, em oposição à estratégia, mais próxima de ‘o que’ se deve realizar.


Em se tratando de relações entre partidos políticos, cabe citar a “Tática do Kuomintang”, proposta por Mao Tse-Tung , quando, durante a ocupação japonesa, o Partido Comunista Chinês uniu suas ações com o Partido Nacionalista Chinês (o Kuomintang) na resistência.

Os partidos só tem sentido em existir se tiverem objetivos próprios, dito isso, TODAS AS RELAÇÕES E ACORDOS ENTRE OS PARTIDOS TEM DE SER TÁTICAS (ou estratégicas, se mais duradouras). Qual o objetivo comum entre ODIN e ORB no momento? Há vários, mas no meu entendimento o principal é garantir a governabilidade em uma fase de tensão, gerada por uma transição diplomático-militar que não agradou a todos, mas que os dois partidos (e outros também, mas não posso falar por eles) entenderam como necessária.
Quando esses objetivos comuns deixarem de existir, se não surgirem outros, e principalmente se surgirem interesses contrários, é mais que natural que o acordo também deixe de existir.

A impressão que tenho é que o PM, por exemplo, já avaliou que o acordo tático (e tácito) que mantinha com ORB e ODIN, deixou de ser necessário, e lançou candidato próprio contra o “nosso” candidato.
O fato causou comoção e contrariedade sim, mas aceitamos o fato de que cada partido tem de ter (e de defender) seus próprios interesses.




MOTIVO 2 – INGENUIDADE (A MINHA E A SUA)



Claro que meu comentário foi “ingênuo”, ou “inocente”, na melhor das hipóteses, que eu deveria saber que encontraria algumas mentes dispostas a entender as coisas pelo pior viés possível, visto que já conheço a humanidade há algum tempo.

Entretanto, o Epita também foi ingênuo em acreditar que na ORB enxergamos o ODIN como nosso partido ideal, como o que queremos ser quando crescer. Não é assim, e é claro que ele já sabia, mas passar por inocente atrai simpatia dos outros, não é, nós somos os malvados traidores, e vocês, as pobres vítimas...

Talvez um ou outro membro da ORB pense assim, eu mesmo acho o ODIN um exemplo de organização e articulação, e digo isso sempre que julgo conveniente, pode até ser que haja um membro que entre no ODIN, vocês já aceitaram membros destacados de vários partidos no passado remoto e recente, não somos imunes a esse “recrutamento empresarial” de talentos (elemento que faz parte da fórmula de sucesso do partido).


Mas se todo acordo com outro partido começar com a cláusula: “As partes concordam em vender a alma uma para a outra.”, então temos uma grave falha de entendimento do que seja fazer política aqui.
Não vendemos (nem compramos) alma alguma, não foi um casamento, não foi uma relação afetiva. Foi um acordo político, e como tal, tático.

A cobrança expressa no seu comentário Epita, é particularmente preocupante: “esse pessoal que se aproxima, que se aproveita de nossa generosidade...” (“generosidade”???).

Parece que a ORB precisa mendigar favores, que precisa provar alguma coisa para merecer algum apoio, e que o apoio dado a candidatos do ODIN, ou de outros candidatos apoiados pelo ODIN, mesmo que com isso tenhamos contrariado outros aliados, não vale nada. Participar de vários governos, botar a mão na massa, sacrificando inclusive o trabalho dentro do partido não valeu de nada?

Não cobro nada do ODIN, porque sei que o comentário foi de um membro do ODIN, não oficial do partido, esperava que o meu tivesse sido entendido da mesma forma.

Repetindo: todo acordo político é tático, não afetivo, durando apenas enquanto for do interesse das duas partes. Termina o acordo quando uma das partes perde o interesse. É a dura realidade, aceitem-na e percam a inocência!





MOTIVO 3 – ORA, MAS É O EPITA!



Nessas nossas viagens pelo espaço, tivemos contato com várias criaturas e aprendemos que elas são sensíveis a diferentes estímulos, que podem passar despercebidos ou despertar reações opostas em outras espécies. Conhecer e dominar essas pulsões é meio caminho para manipular essas criaturas.

Por exemplo, uma pessoa chorando ou rindo, deixa os vulcanos muito constrangidos.


"Alguém, faça essa criança calar a boca ou eu mesmo faço!"

Já se você quer ter um comentário do Olorum em seu artigo, basta escrever de forma que faça parecer que você é mais inteligente que ele, é como refrigerante para atrair abelhas!


Os ferengi possuem duas áreas erógenas bastante características, as orelhas e a carteira, e você pode tanto provocar prazer como dor, dependendo de como você mexe com elas.


"Só me senti assim quando vendi 10 mil toneladas de gelo para o governo da Groenlândia!"


Para ter um comentário meio azedo do Tushia “Nashi-Braga” em seu artigo, basta que você critique a atual política de alianças do Brasil, dizendo que com a Argentina era melhor.


Fazer um anel de fumaça é para as criaturas gasosas de Procêmia Minor, considerado como a pior das ofensas possíveis.


Resposta do procêmiano: "É a sua mãe!"


E, todo mundo sabe que o Epita é particularmente sensível a qualquer citação que, mesmo de leve, levante qualquer sinal de desprestígio (mesmo que imaginário) ao ODIN.
Por um lado é bom tê-lo como aliado, afinal ele vai defende-lo com unhas e dentes. Por outro, ele pode exagerar.





Desconfio também que o Epita só estava esperando um motivo para brigar com a Mav, ou outro membro da ORB, rixas antigas, do tempo do PIL, talvez.

Mas como, pelo menos outros dois leitores mostraram certo incômodo com minha afirmação, essa seria uma explicação, no máximo, parcial.



MOTIVO 4 – EU, É CLARO.



Aproveitando o que eu acabei de dizer, é possível que (conscientemente ou inconscientemente) eu tenha querido provocar o comentário do Epita (sou um cara meio complicado...).

Ora, seria muito natural para um anarquista interplanetário, oscilando entre o anarco-individualimo e o anarco-comunismo, sem muito compromisso no jogo, e que já declarou várias vezes que acha positiva a ocorrência de debates para fazer as pessoas pensar, querer produzir tal polêmica.



"...um fascinante alienígena, complexo e multifacetado." (crítica do New York Times, a respeito de minha auto-biografia)




MOTIVO 5 – A ORB

Claro, ao afirmar publicamente que o Partido ORB não é um partido acessório ou vassalo, do ODIN, do PM, ou de qualquer outro partido, aqueles que pensavam que éramos ovelhinhas dóceis e boazinhas tiveram de rever suas posições. Deve ter sido um choque para alguns, e estão atordoados até o momento.
Não são poucos os que confundem compromisso como a ordem, com os vários governos e uma participação ativa na estrutura de poder, com uma total subserviência a suas opiniões. Vemos isso em várias situações por aqui.

Repito, a ORB é um partido totalmente independente, portanto reconhece diferenças entre ela e os demais partidos. Nossos objetivos são crescer, consistentemente e de maneira ética, para sermos capazes de implementar nossas propostas para o bem do eBrasil de maneira independente e autônoma, sem uma necessária subordinação a outras visões.




Conclusão:
Deixando as brincadeiras de lado, é claro que todos esses fatores tiveram algum peso no “pequeno evento” de desentendimento.

As pessoas não leem direito e pinçam palavras e expressões fora de contexto, fazendo leituras equivocadas, eu escrevo de maneira provocadora, o Epita (e outros) é sensível a certos temas, há um entendimento de que discordar é uma grande afronta e, finalmente, há um elogio à ORB enquanto ela se comportar "bem".

No fundo, apenas mais do mesmo de sempre, com uma roupinha um pouco diferente.

*Wilson Simonal – Nem vem que não tem (música, dos anos 70, que, descobri hoje, fez parte da trilha sonora de um recente programa chamado "Avenida Brasil").


Agradeço a atenção.
Greywacke