Sobre desenvolvimento militar & MU's

Day 1,902, 14:12 Published in Portugal Portugal by John Bokinski

Este artigo concluí uma trilogia que comecei à cerca de 2 meses sobre o enquadramento de Portugal num novo cenário geo-político.

O primeiro artigo era curto e procurava essencialmente enquadrar os novos jogadores na situação geo-estratégica que nos encontramos.

http://www.erepublik.com/en/article/enquadramento-para-novos-jogadores-portugal-e-o-wipe-2182150/1/20

O segundo falava brevemente dos eventos que levaram à actual situação, assim como alguns cenários alternativos que poderíamos seguir para tentar provocar a mudança.

http://www.erepublik.com/en/article/sobre-cen-rios-de-rotura-2188135/1/20

Neste artigo proponho falar sobre desenvolvimento militar individual e a interacção com MU’s, mas primeiro gostaria de discutir qual é a dimensão da comunidade Portuguesa.

Dimensão da comunidade

O jogo apresenta um indicador de população que todos sabemos não ser um indicador realista da comunidade, Portugal apresenta actualmente cerca de 4,350 de população e o Brasil 18,000. É claro para todos que isto não são números que tenham significado quando nas eleições em Portugal votam 600-700 jogadores e no Brasil 1100-1200 jogadores.

Por isso a actividade em votações acaba por ser um indicador bastante mais realista para medir a dimensão de uma comunidade. Mas é verdade que existem bastantes jogadores que não têm actividade política e não votam. Existem jogadores que são verdadeiros “two clicker” (ou seja treinam e trabalham) o que é diferente de inactivo.

Com ajuda do eGov podemos avaliar melhor a dimensão da nossa comunidade. Nº médio de combatentes, e numero de jogadores que treinam.

O número de combatentes nas últimas semanas tem diminuído devido à opção do governo português de reduzir as distribuições e preferir escolher dias para coordenação de dano. Por isso, nas últimas semanas temos tido médias de combatentes entre os 500-550. E sabemos que no passado recente chegámos a ter quase 700 cidadãos em combate, em dias que existiam batalhas de grande importância.

O número de jogadores que treinam, só tenho dados de 2 dias (o egov não tem este dado numa perspectiva retroactiva), em 1884 – 1035 cidadãos treinaram e em 1899, 932. Pode achar-se que em 15 dias teríamos perdido 100 cidadãos a treinar, mas eu não gosto de olhar para os números do eGov em termos absolutos, porque eles têm inconsistências e convêm sempre ler esta informação com referência ao seu peso no total da população do eRep. No presente caso os dados seriam os seguintes, para 1899:

D1 – 371 (3.06😵
D2 – 237 (1.48😵
D3 – 173 (1.08😵
D4 – 151 (0.85😵

Total – 932 (1.50😵

O peso é sempre no número de jogadores globais das respectivas divisões, e caso apresenta-se os dados para 1884, os 1035 jogadores representavam 1.49% do total pelo que, sem mais observações, vamos assumir que estes dados são semelhantes, apesar das variações.

Os pontos que eu quero fazer com estes números são os seguintes:

1º Não faz sentido falarmos de 6000 novos jogadores, porque o que é relevante para a comunidade não é o número de novos jogadores, é o número de jogadores que se tornam activos, participam, treinam e lutam. Se conseguíssemos acrescentar à nossa comunidade cerca de 500 jogadores isso já teria um impacto brutal na nossa capacidade como comunidade, mas tal como foi mencionado, penso que pelo Nuno Vieira, será que hoje já temos as condições para aproveitar esses novos jogadores ?

2º Portugal tem hoje uma D1 com a dimensão de um país top10 do eRep. Não estamos ao nível da Espanha que está no Top5 das divisões D1, D2 e D3. Mas este foi o resultado de um babyboom recente. E estamos a ver que os resultados existem, sempre que lutamos com Espanha e vemos a nossa D1 a ganhar batalhas.

Todos sabemos que não é com a D1 que vamos ganhar a Espanha e que mesmo que chagássemos a um ponto em que individualmente podíamos competir com Espanha, a dinâmica das alianças ainda seria fundamental. Mas quanto maior potencial militar tivermos mais difícil e caro sai a Espanha manter-nos ocupados, por isso não ignoremos os benefícios de um aumento do número de cidadãs da comunidade , mesmo que também entrem uma dúzia jogadores que provocam alguma disrupção na comunidade.

Mais do que babyboom devíamos estar a falar de ter um órgão no governo que participa na angariação de novos jogadores. Não precisamos de um grande babyboom mas precisamos que existam um fluxo constante de jogadores a entrar no jogo, que tenhamos capacidade de os receber e promover o seu desenvolvimento (militar ou não). E podemos olhar para 2 casos interessantes neste aspecto, Espanha e o Brasil.

Espanha depois de ter sido wipada pelo Brasil/USA e depois Argentina operou um babyboom muito significativo e que hoje ainda se prolonga, não numa perspectiva do típico BB mas numa constante capacidade de recrutarem novos jogadores. Hoje Espanha tem cerca de 2200-2300 jogadores activos, e as suas D1, D2 e D3 indicam que Espanha tenderá a continuar a subir nos rankings e com o tempo, a sua principal fraqueza, que é a D4 receberá o reforço que precisa. Espanha tem conseguido reter uma parte razoável dos novos jogadores e isso torna-a uma potência muito relevante no futuro.

O Brasil é o caso oposto. Apesar de todos os dias entrarem 200-300 jogadores no Brasil a taxa de retenção do Brasil é muito baixa porque têm uma D1 da dimensão de Portugal (na realidade mais pequena). As D2 e as D3 também têm poucos jogadores quando comparados a Espanha e se o dano do Brasil é hoje semelhante a Espanha, isso deve-se sobretudo a uma D4 muito forte, mas que não assegura a renovação. O Brasil é o país número 1 em população, mas não se vê reforço militar do mesmo.

Com base nos números do eGov esta é a realidade Portuguesa, Espanhola e Brasileira (dados de treino):

D1
PT – 371
ES – 647
BR - 356

D2
PT – 237
ES – 1004
BR – 345

D3
PT – 173
ES – 786
BR - 285

D4
PT – 151
ES – 583
BR - 487

Lamento não fazer gráficos ou quadros, mas não tenho paciência para aprender a importar essas coisas. Na D4 o número de jogadores pode não ser a melhor estimativa para a capacidade de dano, uma vez que convivem nesta divisão jogadores com níveis de força muito diferentes.

3º A nossa D4 é fraca e não vamos poder alterar este dado particularmente relevante para a capacidade de Portugal produzir dano, no curto prazo. Em número o nosso D4 representa só 0.85% dos total de jogadores D4 e isso tem um impacto muito grande na nossa capacidade de fazer dano.

Em resumo temos de comunidade de média dimensão, rodeado por vizinhos com maior dimensão. A nossa estrutura etária hoje, pende para a juventude e os efeitos desta renovação vai levar algum tempo a fazer-se sentir. O aumento progressivo da população e o seu desenvolvimento militar deve ser um factor fundamental para melhorar a nossa capacidade negocial.

Desenvolvimento militar

O desenvolvimento militar contêm duas componentes principais: (i) dano produzido e (ii) coordenação de dano.

O dano produzido depende de duas variáveis: força e patente militar.

A força depende exclusivamente do treino, a patente militar depende dos pontos de rank obtidos a lutar (ou através de missões). Nas divisões iniciais, o modelo de desenvolvimento militar que tem sido proposto tem sido o de enfocar o esforço de desenvolvimento essencialmente na força. Este modelo leva em consideração que ganhar pontos de ranking em batalha implica igualmente que se ganhe pontos de experiencia, e essa experiência leva a que os jogadores cheguem a divisões mais avançadas com menos força e menor capacidade de serem relevantes.

Este modelo de desenvolvimento tem vários pontos positivos, se compreendermos que não serve para todos. Existem muitos jogadores que nunca irão comprar gold para treinar em campos para além do campo de treino livre, existem jogadores que treinarão com 2 campos de treino (é possível mesmo com um modulo económico falido), mas a larga maioria não vão usar os quatro para treinar. Esses jogadores têm tantos direitos e podem ser tão úteis à comunidade como aqueles que investem mais no treino. É por isso preciso que seja claro que a elite militar deve ser muito valorizada, mas não podemos ter um modelo de desenvolvimento que apenas preveja as necessidades da elite militar.

Já foram efectuadas algumas análises dos hábitos de treino da nossa D1 comparados com os da D1 espanhola que não nos eram muito favoráveis. No entanto, se essa análise for efectuada em relação à média do mundo, podemos observar que os nossos D1 que treinam acima dos 50 de força por dia são ligeiramente superiores à média mundial. Por isso, é de pensar que sobretudo os programas de incentivo ao treino (académicos ou financeiros) estão a ter influência. Mas que pode treinar a esse nível são poucos (cerca de 5😵 e depende de compra de gold própria, por isso, o estado não pode se esquecer que os investimentos mais rentáveis pode ser converter jogadores que treinam a 11 e passam a treinar a 21. E é isso que tem sido seguido.

Na divisão 4 é claro que a atrasar a evolução da experiência deixa de ser importante (pelo menos até que alterem critérios) e por isso poderá ser útil acelerar a exposição a batalha desses elementos.

A segunda questão na área do desenvolvimento militar é para além de fazer muito dano, ser capaz de lutar bem. Existem muito jogadores que se habituam a financiar parte do seu desenvolvimento militar com BH medals. Como todos sabem, ganhar BH’s implica muitas vezes que lutemos de forma ineficiente, sabemos da utilidade de ter +5gold mas a nossa elite militar tem de estar preparada para saber distinguir situações em que vai para BH e batalhas a sério, onde a estratégia do BH é deixada para trás.

A coordenação militar depende da existência de coordenadores. Depende de se criar hábito de grupos de jogadores lutarem em conjunto, depende da existência de distribuidores e jogadores que asseguram a logística. Um dos principais problemas da nova geração de jogadores Portugueses é estarmos a criar poucas condições para que estes ganhem bons hábitos de luta coordenada e isso reduz a eficácia do dano que damos e também pode afectar a motivação dos jogadores. A coordenação em batalha depende essencialmente do trabalho nas unidades militares.

MU’s

Tem havido bastante discussão sobre as FAP e como coordenar o dano das diferentes divisões. Tudo isto se resume essencialmente a uma questão que é a da existência de jogadores responsáveis pelas tarefas necessárias a coordenar os exércitos. Obviamente, quanto mais MU’s para coordenar mais complexa se torna essa coordenação.

Para quem se lembra do último período longo de wipe de Portugal, as FAP estavam nessa altura num estado talvez ainda pior que o actual. A reconquista foi baseada nos esforços de duas MU’s privadas, os Penguins que reuniam na altura aqueles que eram os maiores tanks portugueses e a Havoc legion que tinha uma população mais jovem. O MoD trabalhava com estas duas MU’s e outras de países aliados para coordenar o dano, mas a coordenação da entrada em batalha e de quando lutaríamos era definida pela MU. A reconstrução das FAP foi conseguida a partir da organização criada nestas MU’s que foram transferidas para as FAP e com financiamento estatal as FAP atingiram o pico da sua organização durante vários meses.

Eu sempre defendi um modelo de organização militar em que as FAP estivessem no centro da estrutura. E defendo este modelo porque acho que o MoD tem de ter à sua disposição uma força suficiente para que os nossos aliados saibam que podem contar connosco em batalhas críticas. Mas para esse modelo funcionar a FAP tem de ter uma estrutura autónoma que funcione, que tenha os elementos necessários a assegurar a coordenação de 4 divisões, a logística a distribuição e o acompanhamento e assiduidade dos elementos das FAP. Quando esta gente não existe, não é possível que as FAP funcionem. Sejamos claros, as FAP hoje não têm esses elementos porque os militares (elite ou não) mais regulares e experientes estão em unidades militares privadas, e as FAP, com honrosas excepções são constituídas por jogadores recentes no jogo, ou veteranos sem tempo para fazer mais.

Não existindo jogadores suficientes para organizar as FAP pode parecer extremamente estranho que Portugal tenha umas 15 MU’s privadas. Ou seja, estaríamos a multiplicar estruturas organizativas privadas e não conseguíamos ter jogadores para a estrutura estatal. Mas a realidade é que das 15 MU’s principais, muito poucas têm uma estrutura organizativa. Ou seja, também não existe forças privadas que substituam as FAP.

Julgo que aqui algo vai ter de mudar. É legítimo que os jogadores queiram ter a sua unidade militar privada, apesar de isso prejudicar a existência de forças armadas estatais, mas acho que tem de se fazer algo para reavivar a chama dos jogadores mais experientes e activos quererem estar nas FAP. No entanto, no período em que vivemos, em que a guerra em que estamos envolvidos não é de igual, para igual, a não utilização das FAP como pólo de dinamização das forças portuguesas pode ser menos grave, mas é importante alternativamente organizar as outras unidades militares de forma a que existam estruturas de coordenação de dano, de cada uma das divisões de Portugal, e se as FAP não têm esses elementos então peçam às MU’s privadas para o fazer. O que é importante é criar p hábito de lutar coordenado e não os deixar abrir RW’s à toa e gastar dano para nada.
Penso que a estrutura de como as FAP deveria funcionar já está criada, com ajustamento maior ou menor. O que falta é pessoas que ocupem as posições e façam as funções. Estimo que sejam necessário uns 20-25 jogadores para as FAP funcionem de forma normal. Se não conseguimos ter esses jogadores então pensemos numa estrutura que envolva apenas a distribuição e a coordenação e peçam ajuda às unidades privadas para fornecerem esses jogadores. É preferível ter um modelo provisório que funcione, do que ter um modelo que até pode ser bom, mas não temos pessoas para o implementar.