Sobre cenários de rotura

Day 1,873, 04:54 Published in Portugal Portugal by John Bokinski

No meu artigo anterior, http://www.erepublik.com/en/article/enquadramento-para-novos-jogadores-portugal-e-o-wipe-2182150/1/20 fiz uma rápida análise das razões subjacentes a Portugal estar em wipe. No corrente artigo vou fazer comentários pessoais sobre potenciais cenários de rotura com a situação actual.

Este artigo é de novo vocacionado para os jogadores mais recentes, assumo que os mais experientes são capazes de fazer a sua própria análise (se bem que alguns comentários me levam a pensar que não o fazem), mas ao contrário do anterior que se focalizava em factos este focaliza-se em opiniões pessoais e cenários possíveis, outros jogadores podem ver outros cenários não considerados no artigo e que se os acrescentarem nos comentários eu ficaria agradecido.

No primeiro artigo procurei estabelecer dois factos relativamente óbvios para os jogadores mais experientes mas que não são intuitivos para os recém chegados:

1 – Numa perspectiva de médio prazo, a nossa capacidade bélica mede-se não na capacidade bélica de Portugal mas sim na capacidade bélica de Portugal e dos seus aliados quando comparada com a capacidade bélica dos nossos adversários directos (por exemplo Espanha) e os seus aliados.

2 – Foi criado um bloco de dano (TwO/CoT/USA/Brasil) que ascende a cerca de 70% do dano do servidor que fez como objectivo imediato eliminar a aliança à qual Portugal pertence (a EDEN) e devido à diferença que existe entre estes 2 blocos de dano, se não ocorrerem alterações sensíveis no jogo, o bloco inicial continuará a ganhar territórios até a EDEN não ter territórios para defender.

Como chegámos a esta situação ?

Não creio que valha a pena perder muito tempo a explicar porque é que foi criado este desequilíbrio. Procurando sintetizar uma história comprida, à cerca de 12 meses existiam 2 blocos que estava equiparados em dano. A TwO/CoT e a EDEN/Terra (ou TEDEN).

Os 2 países mais relevantes, no que respeita a dano, da Terra eram o Brasil e os USA, que não estavam satisfeitos com o facto de o enfoque das batalhas entre a TwO/CoT e a TEDEN se passarem na Europa, sobretudo na Europa do leste (mais especificamente nos Balcãs), por isso procuraram mudar o xadrez do jogo, abandonando os seus antigos aliados da EDEN e criando uma nova aliança, a Control (CTRL), que incluía estes 2 países e 2 países da actual aliança TwO (na altura chamava-se ONE), nomeadamente a Espanha e a Polónia.

Este artigo que escrevi na altura sobre o tema explica as implicações óbvias à data, que a criação da CTRL tinha para Portugal e para a EDEN para quem seja mais curioso http://www.erepublik.com/en/article/ventos-de-mudan-ccedil-a--2084686/1/20

No entanto, a CTRL à partida tinha sido criada numa falácia. Os objectivos dos USA (e de alguns jogadores Brasileiros, pelo menos no início) era constituírem uma 3ª aliança que pudesse criar um mundo tripolar em que a CTRL, a TwO/Cot e a EDEN lutassem pelos seus interesses (bónus). A Espanha e a Polónia tinham interesse em entrar na CTRL porque sabiam que a constituição desta aliança permitia a estes 2 países e aos seus aliados avançarem sobre os países EDEN e crescerem substancialmente os seus impérios. No entanto, a Espanha e a Polónia sempre consideraram que os seus principais aliados eram os países TwO e se estavam preparados para deixar cair alguns países mais pequenos como o Perú ou outros que tinham menor ligação (como a Indonésia) a relação com os países principais da TwO (Sérvia e Hungria) era intocável.

Desta forma, da primeira vez que os USA procuraram por em causa a lealdade de Espanha e Polónia face à Hungria, estes países apoiaram a Hungria e a CTRL implodiu.

Após a implosão da CTRL podia-se se pensar que as coisas poderiam voltar ao equilíbrio inicial, no entanto tal já não era possível. O governo Brasileiro tinha efectuado uma campanha anti-EDEN no seu país para justificar a criação da CTRL originando fracturas significativas na sua comunidade e por isso qualquer retrocesso poria em causa o controlo que estes jogadores têm sobre a comunidade brasileira. Por isso para o governo do Brasil a opção era única e passava por queimar as relações que ainda subsistiam com países EDEN (essencialmente a Argentina) e passar definitivamente para o lado da TwO/CoT.

Os USA hesitaram entre fazer uma reaproximação aos países EDEN ou promoverem uma política anti-EDEN. A política nos USA incorpora muitos políticos pró-EDEN e anti-EDEN, no entanto, nos últimos meses toda a sua atenção e esforço tem sido dedicado a evitar que um jogador “troll”, o Ajay Bruno, que recruta militantes entre os cidadãos mais jovens nos USA e jogadores estrangeiros aos quais concede cidadania em troca do voto, assuma o poder. Por isso, os candidatos a CP são designados não por escrutínio universal mas por primárias partidárias que elegem o jogador que enfrentará Ajay Bruno (ou o seu candidato) nas eleições para CP.

Os últimos 2 candidatos da união optaram pela postura anti-EDEN com objectivo de promover o desmantelamento da EDEN e procurar com esse desmantelamento angariar novos aliados para os USA. Ao contrário do Brasil, os USA não desejam alinhar-se à TwO/CoT, continuam a preferir uns USA independentes que no futuro possa criar uma aliança própria.
Enquanto os USA mantiverem esta posição de independência o Brasil não entrará na TwO/CoT. Se os USA aceitarem entrar na TwO/CoT (provavelmente através da porta CoT) ou se reaproximarem da EDEN o Brasil provavelmente oficializa a sua entrada na TwO ou na CoT.

Porque é que Portugal e a EDEN precisam de cenários de rotura ?

Conforme estabelecido pelos factos 1 e 2 acima descritos, uma diferença de dano de 70% para 30% é uma diferença demasiado grande para que os países EDEN possam equilibrar as batalhas contra a TwO/CoT/USA/Brasil. Podem existir batalhas ganhas por Portugal e pela EDEN porque o bloco dominante não distribuiu bem o dano, porque não quis defender ou porque torrámos uma porrada de recursos, mas no médio prazo não conseguimos manter a região, e continuamos a gastar as reservas de recursos sem que os adversários precisem de torrar o mesmo nível de recursos para recuperar a região.

Em resumo, o cenário actual não permite a Portugal volte a recuperar do wipe e a tendência será para todos os países EDEN ficarem em wipe ou algo parecido por o período de tempo em que o paradigma todos contra EDEN continuar.

Que cenários de rotura podemos equacionar ?

Eu vejo 3 cenários de rotura possíveis:

1 - A EDEN como uma aliança procura activamente mudar as relações que tem com os seus adversários

2 - Os países EDEN optam por desmantelar a aliança

3 – Uma parte substancial dos países da EDEN saiem da aliança e a aliança fica reduzida a um grupo de nações core mais pequenas

O primeiro cenário, penso que não terá quaisquer resultados. Se acho possível que a TwO ou a CoT estejam abertos à entrada de países da EDEN individuais (provavelmente mais a CoT), uma aproximação de uma EDEN como ela está actualmente desenhada é impossível, mesmo num cenário em que a derrota da EDEN seja muito clara. Existem países na TwO e na CoT que vetariam a entrada da EDEN porque tem a Turquia, ou porque tem a Grécia ou porque tem a Croácia.

O segundo cenário tem muitas variantes. Vou procurar resumir as implicações que prevejo caso exista uma coordenação entre os países ex-EDEN e uma versão sem coordenação.

O desmantelamento da aliança sem qualquer coordenação entre os países levaria a que cada um tentasse resolver o seu problema de forma autónoma. Uns encontrariam numa aliança que lhes permitiria melhorar a sua posição e mudar o equilíbrio de forças. Por exemplo a China é considerado por todos como um aliado desejável e com o qual não existe “bad blood” nem por parte da TwO/CoT nem por parte dos USA, mas outros também poderiam encontrar alianças dispostas a integrá-los a baixo custo (curiosamente a Roménia será um deles). Outros países teriam bastante dificuldade a se integrarem, ou mesmo se integrando a conseguirem recuperar uma parte substancial do seu espaço, ficando em alianças que só os aceitaram num cenário em que esses países entregam algumas regiões originais como reféns.

No entanto, mesmo para os países que consigam recuperar uma parte substancial, ou a totalidade das suas regiões, entrarão numa nova aliança onde não detém aliados de confiança, serão sempre uma segunda escolha, e acabarão por quebrar laços com os países que até ai eram seus aliados de confiança que sigam caminhos diferentes.

Num cenário em que os países EDEN mantivessem a coordenação rigorosa sobre a estratégia a seguir, o meu conselho seria aceitarem o wipe e não reclamarem territórios durante um período de tempo. Todos sabemos que a guerra é o que faz mexer este jogo. Não acredito que num cenário em que a TwO/CoT/USA/Brasil detenham os territórios dos países EDEN mas não tenham nenhum alvo para guerrear, se satisfaçam com “trainning wars”. A necessidade de criar guerras vai prevalecer, e se os países EDEN não originarem guerra, alguns alvos serão identificados. Os alvos mais óbvios são os USA e países pequenos da CoT (ou mesmo da TwO) que sejam considerados como descartáveis.

Um cenário de ataque da TwO/CoT aos USA que originasse o wipe desse país seria o prolongar do cenário actual, só que desta vez a diferença entre o bloco dominante e o bloco de países em wipe tornar-se-ia mais equilibrado e quase suficiente para reequilibrar as forças. O ataque a países mais pequenos da CoT poderia gerar tensões mais permanentes entre a TwO e a CoT que poderia mudar muito o jogo.

Considero que este cenário é possível apenas se os países EDEN para além do desmantelamento da aliança tenham a disciplina de não criar rw por um período de tempo suficientemente longo que leve os impacientes a agir. Se os países da EDEN mesmo com a EDEN acabada continuarem a fazer rw para procurar recuperar a soberania, cada um deles continuará a ser pressionado a chegar a uma solução diplomática, e o bloco dominante continuará a estar entretido e sem pressões para procurar novos alvos.

Este cenário, que como já devem ter percebido, é o meu favorito, obriga a um enorme controlo por parte dos países da EDEN, porque uma vez 1 ou 2 encontrem soluções para o seu problema, é natural que a coesão seja quebrada. As principais vantagens deste cenário é manter as relações criadas ao longo dos tempos e potencialmente gerar um cenário de mudança mais estruturante. O principal inconveniente é manter a motivação das comunidades numa situação de wipe e sem guerra.

O terceiro cenário é o mais se aproxima da actualidade, a EDEN mantém a mesma política e os seus membros são pressionados pelas suas comunidades e pelos adversários a sair da EDEN. Uma saída de países por decisão individual tem o mesmo impacto que uma dissolução descoordenada da aliança. A única variante é que uma saída de determinados países da aliança pode levar a que o conjunto de países que se mantenha na aliança seja tal, que possa ser integrado directamente na TwO ou na CoT. Mas não acho que este cenário seja provável porque 2 dos países “core” da EDEN são a Croácia e a Grécia e a saída de um deles da aliança parece-me que provocaria o desmoronamento da mesma. Uma EDEN com estes 2 países não entraria nem na CoT nem na TwO.

Em resumo, o terceiro cenário levaria a que alguns países resolvessem grande parte dos seus problemas, outros ficariam numa posição de inferioridade estrutural e sobretudo as relações de amizade entre comunidades destes países iriam desaparecendo.

O que estes cenários de rotura significam para Portugal ?

O primeiro cenário não creio que funcione, pelo que as implicações para Portugal seriam o “status quo”. É um cenário de rotura com o que a EDEN tem feito até agora mas não um cenário que vá provocar uma rotura na dinâmica entre as alianças.

No segundo cenário separámos o desmantelamento em: a) não coordenado da EDEN e b) coordenado.

Num cenário de desmantelamento não coordenado, Portugal será forçado a negociar com Espanha um acordo pelas suas regiões. Soluções alternativas como airstrike para outra região globo não serão aplicáveis porque nesta altura quase todos os nossos aliados estarão debaixo de água e não haverá espaço que possamos ocupar.

Um acordo com Espanha nestas condições será bastante pouco vantajoso, e obrigará a que Portugal se aproxime dos países TwO como garantia que não se revoltará no futuro contra a Espanha. A aproximação aos países da TwO provocará o alheamento do jogo de muitos dos jogadores mais experientes, enfraquecerá Portugal militarmente mas pode permitir a que uma nova geração tome as rédeas do país, uma geração que não tem o mesmo sentido de lealdade em relação aos actuais aliados.

Esta transição já aconteceu no passado, eu fui um dos que pediu para pensarmos bem se queríamos sair da TERRA e entrar na EDEN, porque na TERRA tínhamos muitos aliados antigos e na EDEN apenas novos aliados. Hoje muitos dos nossos mais fiéis aliados são países da EDEN mas alguns dos que continuo a valorizar como a França e a Itália continuam connosco desde o início do jogo. Uma mudança para a TwO seria bem mais complicada porque nesta aliança estão apenas países que lutaram contra nós há mais de 2 anos.

O cenário de desmantelamento coordenado da aliança seria na minha perspectiva o único que permitiria manter as relações com os actuais aliados e ao mesmo tempo gerar uma rotura das relações dos países que permitisse aproveitar um bloco ex-EDEN unido. Tem como inconveniente o facto de exigir um período de apagamento total dos países da aliança que é extremamente difícil de gerir. É um cenário que não dependemos apenas das nossas acções mas o anterior também é assim. Espanha só chega a acordo com Portugal se quiser.

Finalmente num cenário de abandono gradual de países da EDEN, Portugal poderia ser um dos que saía na primeira vaga ou poderia ser um dos que ficava.

A saída na primeira vaga empurra-os para um cenário semelhante ao do desmantelamento não coordenado da aliança. A minha opinião de indicar que a negociação/integração com a TwO é o único caminho pode ser questionada por outros jogadores. Eu estou a considerar este caminho porque se seguirmos outros caminhos não provocaremos nenhuma real alteração à nossa condição. Vou só criar hipóteses sobre três estratégias possíveis:

1) Mantemo-nos neutros – implicação, pioraremos a nossa condição, ficaremos sem territórios e perderemos os aliados chegados, mesmo que mantenhamos alguns desses aliados no papel, é sempre diferente de estarmos a lutar lado a lado na mesma aliança. No médio prazo esta situação é difícil de sustentar. Qualquer aproximação à Asgard tem impacto semelhante a este.

2) Aproximamo-nos à CoT – implicação, a CoT não pode aceitar esta aproximação sem acordo de submissão à Espanha. Espanha é um país extremamente próximo dos maiores países da CoT como a Bulgária, o México e o Chile. A aproximação da CoT é igual à aproximação à TwO, porque em substância as duas alianças são a mesma coisa, se bem que montadas sob ideologias diferentes. Na prática num cenário de negociação com a Espanha nem seria de espantar que eles nos empurrassem para a CoT invés de nos obrigarem a ficar na orbita da TwO. No entanto é preciso compreender que num cenário de desaparecimento a EDEN e se a CoT começasse a se tornar realmente algo mais independente da TwO (o que acho que não vai ocorrer nos próximos meses) caso escolhêssemos a CoT ficaríamos no bloco de alianças mais fraco.

3) Aproximação aos USA – implicação, continuaremos como estamos e prolongaremos o período de wipe. O período de tempo em que os USA poderiam influenciar a política de Espanha acabou com a CTRL. Desde o momento em que a CTRL implodiu os USA tem seguido uma política de alianças que os expõem a riscos de wipe muito óbvios e que só poderiam ser mitigados caso mantivesse uma posição de equilíbrio com a EDEN. Num cenário de desaparecimento da EDEN por esvaziamento da aliança, a pressão para encontrar novas guerras que irá existir no mundo, fará dos USA o alvo mais apetecível de países que os consideram como inimigo como a Sérvia. Os países EDEN não estarão em condições de defender os USA e francamente, depois de os USA terem declarado a sua visão anti-EDEN mesmo que estivessem não os defenderiam. Os países CoT também não defenderão os USA porque os seus aliados da TwO são muito mais próximo que os USA. Ironicamente os USA estão a lutar para destruir a EDEN quando esta é a última barreira ao seu próprio wipe. Por isso, Portugal aproximar-se dos USA neste momento não ajudaria em nada os nossos problemas, bem pelo contrário.

O artigo vai longo mas estes temas têm de ser discutidos com profundidade e deve-se analisar algumas implicações das acções. É sempre difícil de prever o impacto que o desmantelamento da EDEN pode ter nas relações internacionais. Os USA quando identificarem os riscos que estão a correr podem trabalhar para os mitigar, como por exemplo aproximando-se da Sérvia.

Como disse no início este não é um artigo em que esteja a expor factos, estou a expor a minha opinião das implicações de determinadas acções, e cabe a vocês analisar se o que eu digo faz sentido ou se vêem outros caminhos a seguir. O objectivo deste artigo é também lutar contra o conceito de que pior do que estamos não podemos ficar. Isso não é verdade…

No passado escolhemos manter os nossos valores e princípios e perder as nossas regiões, mas não fomos os únicos que fizemos isso. Existem muitos aliados nossos, como por exemplo a Roménia (que muitas vezes criticamos), que se quisesse ter saltado para o bloco TwO, o poderia fazer pagando um bilhete muito mais baixo do que nós teríamos de fazer. Mas não o fez.

Se quiserem abrir mão dos nossos princípios e valores, estão no vosso direito, mas assegurem-se que o que obtêm não é uma mão cheia de nada.