Um novo rumo?

Day 498, 05:16 Published in Portugal Portugal by Arthk

eLisboa, ePortugal.
1/4/2009, dia 498 do Novo Mundo.


Com as eleições à porta, encontro-me sentado no meu escritório, na minha cadeira ergonómica a olhar para o vazio. à minha volta vejo um gabinete Presidencial que me é estranho, usado, modificado, algo tinha mudado desde que o hideway entrou.

Pego no pisa-papéis com o símbolo do PDA e sorrio... Bons tempos eram aqueles em que tinha o conselho de guerra à porta, nervosos por causa dos ataques castelhanos, enquanto eu, o euphonix e o italiano bisiacco discutíamos estratégias de guerra com a PEACE, via conferência telefónica, onde esse mesmo pisa-papéis era utilizado para impedir que os grandes mapas da Europa ocidental voassem devido às correntes de ar..

Viro-me e olho para a janela. A cidade de eLisboa está calma, pacífica. Recordo com saudade quando o escritório estava sediado em eCoimbra, e tinha visão privilegiada para a cidade, desde a ponte de Santa Clara, passando pela portagem até á torre da Universidade. Os tempos mudam, o hospital Q5 agora era essencial, portanto nunca tive outra escolha senão mudar.

Reparo no hospital vazio e relembro os tempos em que os soldados lá iam em grande azáfama, cheios de energia para voltar a combater, enquanto os médicos e enfermeiras os aconselhavam a não voltarem lá, pois não os poderiam auxiliar da segunda vez que lá voltassem.

O telefone toca, quebrando a monotonia dos meus pensamentos. Reconheço pelo número ser o zocky, secretário geral da PEACE, deve querer que eu contacte mais algum país como representante da PEACE. Começo a pensar nos tempos em que aprendi Bahasa, língua da Indonésia, apenas para criar laços com essa Nação. Rio-me alto por ter feito há uns tempos um shout a dizer mal dos espanhóis nessa mesma língua, mas os únicos a perceberem foram os Indonésios.

Distraído, deixo a chamada remeter para o voice mail e fico a ouvir. Desta vez o zocky queria que eu relesse o charter da PEACE, pois as novas modificações precisavam de ser lançadas rapidamente.
"Bem, não há de ser nada de extraordinário, afinal não deve ser mais difícil que a constituição Portuguesa" penso eu para mim.

Levanto-me para ir buscar os papéis do charter quando me deparo com uma fotografia da AngelofSorrows, o eAmor da minha eVida. Fico uns bons minutos a olhar para o infinito dessa fotografia, até ser interrompido pelo LcfR a bater à porta. Ele tinha recebido uma mensagem do zocky para me pressionar a despachar a revisão do charter. Acenei em concordância e peguei nos documentos, pedindo ao LcfR para ir verificar quais eram os novos planos de acção na Ásia.

Mal a porta fecha começo a pensar. Começo a olhar para o s papéis mas não consigo ler, há algo que não bate certo, encontrava-me demasiado absorto com outros pensamentos. Tinha a horrível sensação de estar incompleto, de algo não fazer sentido.

Dirijo-me à janela e debruço-me no parapeito. Soube bem sentir a brisa na cara por uns momentos, olhar para baixo e ver a altura a que eu estava e o risco elevado que eu tinha de cair.

A certa altura dou um berro a plenos pulmões, atirando os papéis pela janela fora.

Corri para o telefone, sem saber o porquê de aquilo ter acontecido mas sabendo exactamente o que fazer. Marco o número da sede do PDA. Mal o Phusion me atendeu eu apenas disse "Fica com o Partido, eu vou-me embora" e desliguei logo a seguir.

Estranhamente senti uma espécie de sensação libertadora, algo novo, algo que não sentia há muito, muito tempo. Levanto a mesa e deixo toda a papelada, gavetas e aparelhos electrónicos caírem. Abro a porta do gabinete e digo à secretária para mandar uma mensagem ao zocky a dizer para procurar outro vice Secretário Geral da PEACE.

Com uma sensação de alegria estranha começo a destruir o gabinete. pegando também nas pedras e nas velas do hideway e atirando-as pela janela, partido assim o vidro da mesma.

Feliz mas um pouco confuso olho para o meu blusão pendurado no cabide. Nas costas tinha um sticker do PdP, provavelmente posto lá pelo wooooo quando me deu umas pancadinhas nas costas. Ri-me, bem me parecia que não era normal dele ser assim simpático como foi.

Nisto veio-me uma ideia, e da ideia formou-se uma certeza.

Visto o blusão à pressa, mesmo sem retirar o sticker, corro pelas escadas (para quê esperar pelo elevador?), saio do edifício da Presidência a correr como um desalmado, para grande espanto de todos os presentes. Apanho um táxi, entro à pressa e digo "Para a sede do PdP! Rápido!"

O táxi arranca e mete-se na estrada. Olho pela janela enquanto vejo o edifício Presidencial cada vez mais longe, mais distante, até desaparecer. O táxi pára num beco estranho, sem iluminação. Deparo-me com a porta da sede do PdP, meio degradada. As paredes cheias de grafitis a apelar à desordem e à anarquia. Pago ao taxista e saio. Ao aproximar-me da porta olho para a campaínha. Tinha um sinal que dizia "Se és parvo, então carrega".

De repente vejo-me mais uma vez a sorrir, e enquanto toco à campainha um pensamento vem-me à cabeça:

"Descobri um novo caminho, o caminho dos Parvos!"