[TB] Um olhar diferente sobre o Brasil

Day 1,135, 22:56 Published in Brazil USA by Cavalcanti


Um olhar diferente sobre o Brasil



Primeiramente, fico feliz que o último artigo tenha recebido tantos votos e tenha gerado uma repercussão maior que eu esperava (mais de 200 votos e 100 comentários!). Me senti na obrigação de escrever uma continuação, uma "parte 2", ou "o outro lado da história".

Mas antes, queria pedir a você, que está lendo esse artigo. Participe mais do eRepublik. Este artigo citará várias deficiências que o Brasil tem, e talvez você poderá preencher uma delas. Se precisava daquele impulso para se envolver no jogo, você terá um mês de férias sem ter o que fazer nada, porque não mergulhar de cabeça no eRepublik e ser alguém? Leia o artigo até o fim para saber porque.

Quando tudo começou
Nas últimas eleições presidenciais, após uma presidência que não deu certo de um candidato da tradicional oposição - que terminou em impeachment -, a situação não viu maiores problemas nas eleições: Sulejmani não teve nenhum concorrente, digamos, sério com alguma visão do jogo. Eu escrevi um artigo questionando o candidato único, mas a oposição estava abalada após dois impeachments em menos de 60 dias.

Mas não foi só isso que questionei. Questionei, também, o tempo enorme que os candidatos levam até aparecer na mídia com uma candidatura oficial. No meu último artigo também critiquei essa atitude de se esconder. Ainda faltam 6 dias para as eleições, não acho que esteja cedo demais para que os candidatos apareçam, oficializem suas candidaturas, postem artigos com suas ideias, em vez de um artigo único. Mas não mudemos o foco. Vamos voltar à vitória do Sulejmani.

Pois bem, Sulejmani foi eleito com mais de 75% dos votos. A oposição, além de pouco numerosa no Congresso e de ter sofrido um baque nos últimos meses estava apática. Já não era a primeira vez que Sulejmani era o Presidente então aquela vontade avassaladora de fazer as coisas com bastante empenho já não era a mesma. Falo por experiência própria.

Seu governo foi se mostrando cada vez mais apático com o passar do tempo e sua ligação entre a população - a Comunicação - foi praticamente extinta. Aparentemente não há mais vontade ou empenho em administrar o país, e mais parece que o Brasil está sendo empurrado com a barriga do que sendo governado de fato. Agora eu lhes faço uma pergunta chave: a culpa é, apenas, de Sulejmani e sua equipe?

Não. Repare que eu disse “apenas”, a culpa de um governo medíocre sim, recai sobre o Presidente e sua equipe, mas é muita falta de visão pensar somente isso e decretar como uma verdade absoluta. A verdade é que não só o presidente, a oposição, mas todos nós estamos apáticos quanto a isso. Quantos artigos criticaram o governo que chegaram pelo menos ao top5 antes do último escrito por mim? Se não fosse o meu “desabafo”, a grande maioria da população provavelmente passaria todos esses dias achando que o governo estava ok e ponto final.

Isso é tudo uma conjuntura de fatores ruins que afetam o Brasil atualmente. Vai desde a falta de liderança, passando pela falta de interesse até chegar na falta de cobrança. Todos eles fazem parte de um círculo vicioso, onde cada um é causa e consequência dos demais. Discorrerei sobre cada um deles.

Falta de liderança:
Não vou bancar o pica das galáxias e tentar descrever liderança para parecer esperto, em vez disso segue a definição da Wikipédia:
Liderança é o processo de conduzir um grupo de pessoas, transformando-o numa equipe que gera resultados. É a habilidade de motivar e influenciar os liderados, de forma ética e positiva, para que contribuam voluntariamente e com entusiasmo para alcançarem os objetivos da equipe e da organização.

É exatamente essa falta de liderança que faça surgir o mito popular da “panela” sempre no poder. É também por causa dessa falta de liderança que a Presidência muitas vezes é ocupada pelas mesmas pessoas de sempre, ou os mesmos partidos de sempre detém a presidência.



Quando eu não tinha cidadania brasileira e morava nos EUA e no Canadá (quando eu fui um traidor, segundo alguns), eu via como essa falta de liderança afetava o Brasil. Visto de fora, o Brasil parece ser um país comandado por uma oligarquia paternalista, que por grande parte do tempo esteve centrada na figura do Jazar. Ele é um dos brasileiros que mais já fizeram para o país, não estou entrando nesse mérito. Mas a falta de liderança era tanta que tudo no Brasil parecia ser decidido pelo Jazar. Se ele estava de mau humor ou chateado com a Phoenix, o Brasil ficava chateado e criticava a Phoenix. Se ele estava de bom humor e conversando tranquilo com seus amigos sérvios, o Brasil ajudava a Sérvia com todo empenho como nunca antes havia ajudado. Eu mesmo comparei o eBrasil a Rússia na vida real: Jazar era Putin, que mesmo não estando oficialmente no poder, ainda mexia os pauzinhos, convencia a maioria das pessoas e fazia de tudo em relação ao país. Quando eu voltei ao Brasil, cerca de dois meses atrás, ainda encontrei resquícios disso. Enquanto pessoas não chamarem a responsabilidade para si, adotarem uma postura de liderança, ou nem ao menos tentar, continuaremos sendo governados pelas mesmas pessoas de sempre, e elas mereceram estar lá.

Quero esclarecer: não critico a liderança do Jazar. Critico a falta de liderança de outras pessoas que se interessem e façam por onde participar das decisões que o país toma.



Quero destacar mais dois exemplos de liderança: ItsMeYoshi e Vigoncalves86. Para quem não sabe, um breve resumo sobre cada um: ItsMeYoshi surgiu mais ou menos um ano e meio atrás, escreveu vários artigos sobre guerras e geopolítica, demonstrou interesse no jogo, não tardou e se aventurou na política. Conseguiu ser um dos Secretários-Gerais da PEACE - aliança que deu origem à Phoenix, que pelo visto acabou hoje - e, apesar de não conter seu declínio, demonstrou uma grande atitude de liderança. Se candidatou à presidência do Brasil duas vezes, perdeu a primeira e venceu a segunda. Fez um bom governo, não precisando “babar ovo” de ninguém para chegar lá.

Vigoncalves86 tem história parecida, mas mais recente. Apareceu no começo desse ano, foi um dos fundadores do PRO (atual ANP) que em poucas semanas atingiu o Top5. Como ItsMeYoshi, não pediu licença, mergulhou de cabeça na política e não precisou cortejar ninguém ou ninguéns para chegar onde chegou. Candidatou-se à presidência duas vezes, tendo vencido a primeira, perdido a segunda, mas chegou a presidência novamente após um impeachment do primeiro lugar. Fez dois ótimos governos, mostrou iniciativa, empenho e personalidade do começo ao fim.

, e seus governos com certeza estão entre os melhores que o Brasil já teve. Liderança foi fundamental, mas ela não seria tão importante se não existisse a falta de interesse, que é o próximo assunto.

Falta de interesse
Eu vejo muita gente com potencial para ser um ótimo presidente, mas faz pouco caso e não dá muito interesse. Tome você, por exemplo. Acha que seria um bom presidente no eRepublik? Já pensou na ideia? É muito provável que já tenha pensado, mas nunca passou pela sua cabeça ir atrás disso, acertei?


Você.

Pois bem. O que acontece no Brasil hoje é que nos faltam pessoas interessadas em participar um pouco mais do jogo. De acompanhar as notícias, o fórum, de expor seu ponto de vista por mais de uma vez. O número é muito pequeno, na verdade. Esse é um dos problemas da nossa retenção baixa. Por isso eu faço um convite a você, independentemente se está no jogo a dois anos, ou seis meses, ou se entrou no mês ou na semana passada. Você já tentou se aprofundar no jogo? Este artigo é bastante esclarecedor quanto ao jogo.

Para se envolver mais no jogo, é fácil:
Cadastre-se no fórum: http://forum.erepublikbr.com/
Entre no CHAT: http://erepublikbr.com/chat
Procure fazer parte do Exército, alguma milícia, chame amigos (não crie fakes) para trabalhar de graça na sua empresa, especule, dê a sua opinião, publique artigos, ganhe notoriedade e influência, faça parte de um partido. Faça qualquer coisa, e se você achar que tem capacidade, seja ambicioso, quem sabe você não é o nosso Presidente daqui a alguns meses?

Falta de cobrança
Apatia é o combustível do fracasso. De acordo com um dicionário online qualquer, apatia significa frieza, impassibilidade, indiferença, insensibilidade, inércia. É exatamente isso que fará com que um presidente não faça seu trabalho como deveria, ou nem ao menos se esforce para fazê-lo.

Não quero soar populista, o presidente não fará sempre a vontade do povo, ele foi escolhido fazer o que os outros não sabem, não querem ou não tem tempo para fazer. Isso não faz dele um escravo do povo. Falo porque já passei por essa situação. Por outro lado, o Presidente deve fazer o mínimo para deixar o povo interessado pelo jogo, informado e tomar as decisões certas a curto, médio e longo prazo.


Críticas e cobranças são fundamentais para o bom funcionamento do governo

O povo não pode depender apenas da boa vontade e empenho do presidente. Se ele não está demonstrando isso, que sejam feitas críticas e/ou cobranças incisivas e construtivas. Do contrário, por mais que o Presidente não faça nada, o povo terá a sua parcela de culpa, e com toda a razão. É mais ou menos o que acontece hoje. Tome o meu último artigo, por exemplo. Se por um lado chamei o governo de medíocre, por outro fiz críticas construtivas e expus os problemas. O presidente não se comunicava há quase 3 semanas. De anteontem até hoje ele já publicou dois artigos.

Falta de preparo
Bullshit. Qualquer pessoa que tiver grande interesse, vontade e um mínimo liderança saberá como proceder na hora certa. E não falo só de Presidência, mas Ministérios importantes como Defesa e Relações Exteriores. Conselhos e avisos de ex-Presidentes e ex-Ministros são, com toda a certeza, muito importantes, mas só se aprende na prática.

Qual a principal semelhança entre ItsMeYoshi, Vigoncalves86 e Jazar, citados anteriormente? Todos eram considerados “sangue novo”, foram ativos e empenhados, como resultado, seus governos com certeza estão entre os melhores que o Brasil já teve. Liderança foi fundamental, mas ela não seria tão importante se não existisse o interesse de cada um deles - e de sua equipe ministerial também. A falta de cobrança faz com que essas pessoas relaxem e, por mais que tenham empenho, não estarão trabalhando com força máxima: ninguém, absolutamente ninguém, ganha.

É isso. Ano chegando ao fim, espero que tenham gostado de ler o desabafo, a autocrítica, o debate, a sugestão, o convite, ou o que quer que você tenha enxergado neste artigo. Feliz Ano Novo!

Cavalcanti