Resposta a: Diferença entre a direita e a esquerda

Day 629, 05:58 Published in Portugal Portugal by Julio de Matos
A ler(nem que seja para contextualizar): Diferença entre a direita e a esquerda

Há pessoas que, perante o seu ódio ou rancor à esquerda da vida real, falham ou recusam-se a entender conceitos que, dentro de um jogo, não fazem qualquer sentido, atirando as culpas do seu rancor à esquerda, como se fosse uma batalha ideológica quando, em ePortugal, todos tentam fazer o mesmo por caminhos diferentes: aumentar a soberania.

A direita "faz e não faz" o que lhe compete, tal como a esquerda. Se, pela sua visão, uma vê a mão do estado como uma mão agressiva, totalitária, a razão pelo qual ePortugal não cresce, na minha visão, a outra vê essa mão como a única capaz de travar o capitalismo bárbaro, do transformar do trabalhador em um número, um objecto.

Todos têm direitos. O trabalhador tem o direito de trabalhar, pedir um aumento e se achar que está a ser mal pago, mudar de emprego. O patrão tem o direito de despedir, contratar, aumentar o salário ou diminuí-lo sem que ninguém meta o "bedelho".

De notar que a esquerda a qual preconizo (que não é a única esquerda no jogo, leia-se. nem sequer existe ainda.) vê o trabalhador como a gasolina e o óleo da empresa, logo, peça importante para o bem estar e aumento de riqueza do patrão.

Ninguém pode obrigar os patrões a doar parte dos lucros da empresa aos trabalhadores tal como ninguém pode obrigar os trabalhadores a exigir a sua quota-parte dos lucros.

Assistimos no passado e assistiremos no futuro sem dúvida a grandes mentes do espectro económico. O que me leva a crer, caro ErnestoG, é que não será uma delas devido ao facto de parcializar o seu estilo de pensamento, cerrando-se em dogmas puramente políticos.

É possível haver retorno do investimento feito assegurando o bem-estar do trabalhador e do patrão. Basta ser-se creativo. Vem-me à mente os chamados "Gladiadores" da 5 Star Corp, que recebem em dinheiro e em géneros o seu salário. Como esse exemplo, há vários anónimos espalhados pelo eMundo que apostam na wellness e produtividade do trabalhador como factor importante para a produção.

O consumidor final é maioritáriamente o trabalhador, que compra os géneros com o resultado da paga do seu trabalho diário. Benéfico para o consumidor refere-se a receber alto e a pagar baixo, fruto da concorrência do mercado.

Pergunta: é necessário haver concorrência para haver baixas de preços?

O que eu, enquanto cidadão do mundo, digo é que não. A baixa de preços e a subida de salários, centrando-se em métodos capitalistas, é o sintoma da competitividade praticado apenas pelo instinto de sobrevivência e a lei do capital, ambos alimentados pela especulação económica.

A meu ver, o centro-direita(para não haver desentendimentos de direitas), vulgo a "direita" que o amigo defende, defende não a total liberdade da pessoa, mas a total liberdade do capital. Apostas económicamente desastrosas não dão frutos, a não ser o do gasto do capital em mercados dos quais não há retorno do investimento, logo criando desemprego quando a empresa fecha por não escoar os seus produtos.

Em suma, a liberdade capitalista que o amigo defende é a liberdade de apostar o dinheiro onde se quiser. Até estourar capital em áreas que não interessam nem ao estado, nem ao consumidor, nem ao trabalhador e nem, em último caso, ao patrão, que é o que sai mas prejudicado.

A arrogância do "proteccionismo" de esquerda é a aposta, pelo patrão, do trabalhador, e no meu projecto de campanha, o retorno dos gastos em impostos para a mão dos que pensam que na sua empresa o empregado é a força com a qual obtém o capital, e não o capital sendo a força para obter o empregado.

Se apoiar medidas tendo em vista a protecção do patrão e em último caso do cidadão, barrando-lhe o acesso a mercados onde não existe retorno do investimento, ou incentivar o crescimento de mercados económicamente viáveis, então eu sou, em todas as medidas, arrogante. O governo não sabe melhor que os seus cidadãos. O governo tem o DEVER de ajudar os seus cidadãos, e não de olhar para o balão, vendo a vida a andar pa trás.

Defendo, também, o potencial de cada um. Dizer que o trabalhador é igual é demagogo da minha parte, e dizer que a esquerda considera todo o trabalhador como igual é demagogo da sua, tal como é demagogo dizer que a direita é a única que reconhece o seu potencial.

Noto uma certa ambiguidade conceitual entre a sua esquerda e a sua direita. Na parte que me toca, na esquerda que idealizo, o governo não deve controlar as pessoas, as pessoas devem controlar o governo. As iniciativas do governo devem promover as iniciativas das pessoas. Não acredito na distribuição igual do lucro, mas sim da distribuição inteligente do lucro.

O principal motor do desenvolvimento da economia nacional é um sujeito (pessoa), e não um conceito abstracto (ambição). Até me admiro em ter colocado ambição como fonte de desenvolvimento da componente social do estado, quando o mesmo não é verdade, talvez o oposto. É a ambição individual que mantém ePortugal num constante estado de sítio, e a prova disso é o dinheiro ainda retido por várias pessoas da era PeNICO, à espera que os outros valorizem o mercado para assim apostarem de forma lucrativa.

A extrema-esquerda desde sempre acha que o estado deve controlar a economia, criando e mantendo empresas públicas que centralizam a economia e a força produtiva, apostando os impostos que os cidadãos pagam neles mesmo. A única estagnação que até hoje vi fruto das políticas da beta foi a estagnação política, fruto do tempo das vacas gordas.

Os pontos resumidos sobre a direita e a esquerda não dão para comentar, visto ser uma visão tendencialista e parcial de dois lados da mesma moeda, logo, não merecem um único comentário.

Cumprimentos,

Julio de Matos