Quase quatro anos depois

Day 1,946, 05:52 Published in Portugal Portugal by Ataulfo

Depois de 1391 dias calado, sim, mil trezentos e noventa e um dias, este jornal volta a publicar um artigo.
Já nem sabia onde estava o link e tive que andar à procura.


Para grande parte dos atuais jogadores, os artigos anteriores não farão qualquer sentido, porque não vão perceber as razões que estão por detrás.
Achei, há quase quatro anos atrás, que não valia a pena continuar a explicar porque razão as opções de alguns no ePortugal de então estavam erradas, porque a meu ver, a colectivização da economia tinha sido um erro terrível, que acabaria por criar no Portugal do Erepublik o mesmo problema do Portugal real: Demasiada dependência do estado, e abandono por parte dos jogadores.

Parte dos jogadores do Erepublik, ligados ao na altura PrEC (Partido Revolucionário e Comunista) enviaram um número de Tickets para os administradores do jogo, que levaram à minha expulsão automática. Perante a inevitabilidade do «permanent Ban» por causa da avalanche de queixas pelos senhores comunistas e seus clones, antes de ser banido, mudei o meu avatar para negro com uma cruz branca e decidi falecer. É o mesmo avatar até hoje.

No entanto, há quase quatro anos atrás, houve gente que apercebendo-se disso, enviou mensagens a explicar o que se estava a passar. O ban definitivo foi retirado, o que explicou o espanto de muitos ao verificar que afinal, mesmo todos os clones vermelhos não tinham sido suficientes.

A partir daí, decidi não gastar o meu tempo, e não mais publicar um artigo, até hoje.
No entanto, e ainda que muitos dos que na altura falaram já não estejam presentes, ainda assim fiquei a dever esta explicação.

E águas passadas não movem moinhos.

Passaram quase quatro anos, desde os acontecimentos que levaram ao fim dos artigos.

O nome do jornal era «Independência».
Na altura, quando os artigos começaram, as pessoas pensaram que o título tinha a ver com equidistância política, mas na verdade não era esse o seu significado.

O Independência nasceu, resultado da análise geopolitica na altura.
Portugal estava ensanduichado entre a Espanha e os Estados Unidos e estes dois países eram nossos inimigos.

O Independência era apenas um jornal destinado a falar, quando a situação geoestratégica nos colocasse na inevitavel situação de país sem território.
Na altura, se um país ficasse sem território, os jornais do pais ocupado passavam a aparecer no país ocupante.

Era uma forma de protesto e de afirmação. Os espanhóis podiam ocupar o nosso território mas não podiam calar a nossa voz.

As mudanças no jogo, a tentativa de criar um módulo económico e militar diferente que resultaram na versão II foram um fracasso e esse fracasso levou o Erepublik a voltar atrás, mas com modificações que o transformaram ainda mais num jogo de guerra de má qualidade, num mundo em que continua a não haver água e em que se explora o patriotismo dos pequenos países para tentar extrair desses jogadores o dinheiro do cartão de crédito, unica forma de permitir a existência dos países pequenos perante os maiores.

Os Estados Unidos passaram posteriormente a ser nossos aliados, juntamente com o Brasil e isso deu-nos mais estabilidade. Chegámos mesmo muito mais tarde a ocupar a Venezuela (coisa que confesso nunca apreciei).

Ao longo destes anos, fui apenas um two clicker, e não tenho intenções de ser algo diferente, embora tenha aproveitado a experiência e força ganhas para juntamente com algum dinheiro que fui juntando, criar uma empresa, que é na prática tudo o que o meu personagem conseguiu juntar a jogar Erepublik.

No entanto, ao longo destes anos, de uma forma ou de outra, o mesmo problema sempre se manteve. Os portugueses habituaram-se dentro do jogo, como fora dele, à presença omnipotente do estado. As guerras e as guerrilhas que tenho acompanhado nos últimos anos, têm invariavelmente sido resultado disso: O controlo de um Estado que tem muito mais dinheiro que o que deveria ter, mas precisa dele porque os portugueses se habituaram a viver com ele e acreditam que não pode haver Portugal sem estado distribuidor.

Este artigo, já vai longo, mas achei que era necessário, para que o artigo seguinte não aparecessem sem que se entendesse porquê.