O Jacobino: Agora vai, talvez...

Day 1,046, 11:35 Published in Brazil Brazil by Mahdi Cleitus
Companheiros,

No artigo anterior, fiz uma análise meio que ginasial das novas mudanças ocorridas no eRepublik. Num artigo curto, falei do meu otimismo frente a nova configuração do módulo militar e das implicações dessas mudanças para a economia do jogo. Arrematei o texto falando da necessidade de criar um amplo pacto social, entre setores produtivos, mundo do trabalho e Estado, visando a construção de uma estratégia conjunta de desenvolvimento, numa situação onde todos poderiam “ganhar”. Infelizmente, tanto no eR quanto no Brasil real a Lei de Gerson impera. Para os mais novos: nenhuma referencia ao personagem da novela, mas ao canhotinha de ouro de 70. Tri, como aliás diz a gauchada sobre o que é bom.

Nesse mesmo artigo, embora isso não tenha sido notado nos comentários, utilizei-me de um conceito do “mundo real”, a sociedade civil, que pode ser aplicado aqui sem maiores problemas, para definir nosso corpo social. E nesse mesmo artigo, apontei para a inexistência de uma sociedade civil organizada no jogo. Como os diversos segmentos sociais presentes no eR não se organizam do ponto de vista político, exceção feita à política partidária, institucional, as decisões e as políticas de Estado não espelham, necessariamente, os anseios e demandas desses grupos. Como não há uma ação política coletiva, as críticas, os apoios, a construção de estratégias se dão de forma individualizada.

Dirá o leitor mais afeito à reflexão política que estou trocando alhos por bugalhos, que apesar da existência óbvia de uma divisão social do trabalho, a fronteira entre as “classes sociais” no eRepublik é tênue, que não há diferença categórica entre os interesses do capital e do trabalho e que, o futuro de todo trabalhador é, mais dia menos dia, montar seu negócio e por a banca na praça. Pode até ser. Diria mais até, voltou a ser assim. A Rising havia criado um fosso social horrendo, com o aviltamento de determinadas categorias, algo até então inédito nesse vasto e-Mundo.

Talvez falte ao empresariado essa vontade política, assim como também falta ao mundo do trabalho. Tentou-se, tempos de antanho, construir “sindicatos” e “federações de indústria” no jogo. Esvaziadas, tanto do ponto de vista político como de membros, se perderam na poeira dos bites... Talvez nos falte maturidade política ou mesmo paciência para explorar esse filão fantástico, tão poucas vezes tocado nesse jogo. E é isso que me deslumbra no jogo: suas múltiplas possibilidades, seu vasto leque de opções. Pelo menos nesse velho e meio esfarrado módulo político.

Um abraço fraterno,
Mahdi Cleitus