Nova muralha de texto do Arbus!

Day 711, 16:05 Published in Portugal Portugal by Arbus
Olá a todos! Tudo bom? Ainda bem.

Tenho andado a trabalhar/estudar e daí o pouco tempo. Venho cá todos os dias trabalhar/treinar (seja na rl ou no erep o trabalho é garantido) leio uma noticia ou outra, combato onde é preciso, mas é só isto e abandonei iniciativas que eu próprio propus...

Não estou de volta, nem sequer devia estar aqui e já me estou a sentir culpado, mas tenho alguns comentários a fazer, ideias a dar, bitaites pra mandar e sinto que o país precisa de uma boa e velha textwall.

Como não tenho acompanhado de perto a actualidade, é possível e muito provável que algumas das minhas opiniões estejam desajustadas da realidade, mas no compto geral alguma coisa se há de aproveitar no particular.


O PReC e a crise política

Já li hoje várias vezes a palavra "prEc" o que me irrita solenemente, mas talvez seja de propósito, o que me irrita convulsivamente.

Quero aqui dizer para que fique escrito e assinado e carimbado pelo notário, que gosto deste PReC e da liderança do Julio de Matos. As iscas de burguês têm esta propriedade de lavar os cérebros aos militantes, tornando-os fanáticos devotos perante o seu inquestionável e duro líder. O PReC renovou-se, assumiu-se como o grande partido da oposição e chegou ao resultado histórico de 14 congressistas com apenas 90 militantes. Apesar de uma ou outra critica que se possa fazer, o PReC está forte e o país precisa disso.

A coligação de esquerda também me parece muito positiva, porque eu sempre pensei numa oposição de direita liderada pelo PRD (como os temos mudam), e hoje temos uma grande coligação à esquerda do PDA (sendo que o próprio PDA já se coligou à esquerda) e um PRD que tenta sem sucesso renovar-se democraticamente desde a saída do místico varetas.

A crise do PDA e do governo, é também a crise do país. Continuamos a ter gente competente e trabalhadora à frente de pastas importantes e o PDA continua a ser um grande partido, mas falta ambição e exigência aos portugueses. Existe uma grande acomodação ao status quo por parte dos cidadãos, que obviamente se reflecte no governo, e essa é a grande crise política portuguesa.

É também por isso que decidi falar depois de um longo silêncio, tipo Cavaco.


Guerra e diplomacia

Acompanhei toda a aventura americana com entusiasmo e valentia. Penso que o governo esteve bem, Portugal cumpriu o seu papel e a nossa decisão de paz unilateral foi perfeitamente legítima e a única atitude razoável, embora infelizmente alguns dos nossos aliados não a tenham compreendido.

Penso que a PEACE e as próprias FAP (nada de repetir a sigla 3x) terão que se reinventar num futuro próximo. Vêm-me à cabeça os 100 gold dos mpp, alguns conflitos internos, e uma melhor definição de responsabilidades entre países e representantes. As forças armadas portuguesas, cheira-me que vão ter de ser mexidas, nós hoje já temos muitos mais FM que há 6 meses atrás, mas perdemos uma participação "popular" que era importante recuperar.

Estou a dizer isto mas só com um olho meio aberto, tenho noção de que a minha capacidade analítica se encontra nublada.


Salário mínimo e citizen fee

No meu tempo escrevi qualquer coisa como: "o salário mínimo deve ser 0.04 gold e a citizen fee 0.16" e não foram valores arbitrários decididos numa bela manhã primaveril, os 0.2 gold são uma margem confortável para qualquer recém-nascido. Houve também uma preocupação com a instabilidade da moeda, porque os valores calculados em gold devem dar sempre uma folga para precaver contra uma desvalorização súbita. O salário mínimo de 0.04 gold é o suficiente para comprar comida q2 e ainda guardar uma reserva, daí ter decido este valor com base nos preços médios para a comida q2 ao longo de dois meses e em vários países.

Estou a levantar o assunto porque me parece haver margem para descer quer a citizen fee, quer o salário mínimo, para 14 e 3.5 ptes respectivamente. Somítico? Sempre fui. Por pouco que possa parecer, todos os pequenos ajustes contam no orçamento público, e esse pte poupado é muito útil, quer nos cofres do estado onde ajuda a valorizar a moeda, quer em novos investimentos públicos. Além disso o salário mínimo ajuda a baixar os preços, o que facilita as exportações, apesar desse efeito não ser tão forte quanto o jcaulins defendia mas essa é uma velha discussão.


Produtividade e novas formas de gestão

Foi com lágrimas nos olhos que assisti a uma nova feature no campo empresarial que não era um bug. Falo dos registos de produtividade por trabalhador. Penso que isto possa ser melhor explorado e que eu saiba não está a ser. A ideia é que os trabalhadores (das orgpt) passem a receber ao final da semana, em vez de ser ao final do dia, em função da sua produtividade.

No meu tempo, houve um grande esforço para uniformizar e tornar mais justa a distribuição do rendimento aos funcionários públicos. A remuneração em função da produtividade não é uma ideia nova, mas na prática era difícil porque não havia forma de saber o quanto cada trabalhador tinha produzido. Tínhamos que fazer o cálculo a partir da wellness observada naquele momento, o que nem sempre é justo, e não tínhamos um registo da wellness ao longo do tempo, que nos permitiria recompensar quem mantivesse uma wellness alta mais estável.

Quando não se tem este tipo de ferramentas é preciso usar uma formula, médias parâmetros e essas coisas, que nunca são tão exactas e logo tornam-se injustas. Agora temos e há que aproveitar.

Porquê tanto trabalho com isto? Porque estimula a produtividade. Se eu souber que recebo mais em função da wellness, vou-me esforçar por manter a wellness elevada (o que nem é difícil com todos os wargames e não games nos últimos tempos). Ter a informação da wellness ao longo da semana permite remunerações muito mais justas, logo o estímulo é maior.

Como funciona? É muito simps.
Diariamente um individuo é explorado à bruta recebendo meio pte por dia, e ao domingo (pr exemplo), são somadas todas as produtividades da semana e é dado um bolo. Este bolo é calculado politicamente, o que permite corrigir a sua confecção num amplo debate público. Em português:

- Ao longo da semana eu produzi um total de 20
- O estado pega nesses 20 e corrige em função do sector (não vou agora entrar em detalhes, mas produzir uma fusca custa exactamente 5x mais do que produzir um papo seco e temos que uniformizar esses valores)
- O estado mete 10% ao bolso (mentira, é tudo gente séria)
- Pega neste valor de produtividade corrigida e multiplica por um factor político, logo ficamos com um salário em pte uniforme e justo para todos os trabalhadores das orgpt
(queria dar um exemplo numérico mas só complicava mais)

O problema está neste factor político. É politico porque não é económico. E não é económico porque é politico porra! Quero dizer o segvinte, um lavrador(grain) não produz a mesma riqueza que um padeiro(comida), que não produz a mesma riqueza que um construtor de fornos como eu. O preço de mercado para cada produto é diferente, uma fusca custa 5x mais a produzir do que papo seco mas custa 10x mais a comprar. Isto é um problema na medida em que dois trabalhadores com exactamente a mesma produtividade mas em sectores diferentes teriam salários diferentes, se fossemos calcular a partir do preço de mercado. Além disso também há o problema da qualidade e do custo em wellness mas não vos quero maçar mais.

Isto pode parece difícil mas não é. Em 5m arranjava valores para isto tudo mas não quero...
É só uma questão de olhar para os valores e "sentir" intuitivamente qual é o mais correcto, e depois explicar ao país num tom formal, nada de especial.

Isto não exige maior microgestão, sobrecarregando ainda mais a pasta da economia? Sim. Neste aspecto também a gestão das orgpt deve ser descentralizada e reorganizada, com mais pessoas a trabalhar e responsabilidades bem definidas. O problema de ter mais gente a mexer nas orgs do estado é o problema do controle, da maior probabilidade de alguém se "enganar" a próprio favor, mas isto tem solução simples se a maior parte dos activos for transferida para uma org ainda mais segura. Podemos um gestor individual para cada org e um ministro responsavel pela distribuição do dinheiro e organização economica geral como o controlo monetário. Been there done that. Adiante.


O problema da sobre-produção

Este é um outro problema que se vem evidenciando. As pessoas envelhecem, produzem cada vez mais, mas não consomem necessariamente mais. Os admins não resolvem nem novos produtos, nem novas produtividades, nem novos modelos de guerra, nem nada.

A produtividade aumentar mais do que o consumo significa que os preços são forçados a baixar, e isso é um problema na medida em que os mais jovens terão mais dificuldades em encontrar emprego e progredir na carreira. Se eu puder contratar trabalhadores acima de skill 7 por um preço relativamente fixo, não faz sentido pagar quase o mesmo por trabalhadores skill 6, 5 e muito menos 4. Restam os novatos até skill 3 que se aguentam com salários baixos e durante mais tempo.

Isto não é nada de novo. É antigo e é plágio: http://tinyurl.com/yaysuka

Nós não estamos numa crise iminente, mas convém ter a noção de que este é um problema real. Receber o salário em produtos parece mesmo comunista e no fundo é. Esta remuneração semanal de que eu falei e ninguém ligou nenhuma, seria um protótipo monetário desta nova economia de produção. No entanto, ainda não chegámos lá.

Estou a falar nisto porque se deve reestruturar a economia nacional, e estou a pensar claramente num estado com mais empresas de armas de qualidade elevada, onde os trabalhadores seriam pagos pelas armas que eles próprios produzissem (com um certo desconto para pagar o ferro). Com esta e outras reformas, com uma maior intervenção do estado no aconselhamento aos empresários, é possível aproveitar esta extra produtividade nos sectores onde mais interessa.

Uma última ressalva para este novo sistema dos 100 gold por mpp/aliança, (ao que parece os admins querem confirmar que é mesmo uma má ideia antes de a corrigir). Isto é importante porque o ambiente de paz e wargames regulares provavelmente vai desaparecer, e isso naturalmente tem consequências económicas que agora não me apetece explorar.


e por hoje é tudo, amanhã não há mais 🙁
(o primeiro pertamax leva um popelus)