ItsMeYoshi, atual MoFa do eBrasil, avalia o cenário recente do epaís.

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O Rascunho - Dia 860 - Edição nº08

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O entrevistado de hoje é ItsMeYoshi, atual MoFA (Minister of Foreign Affairs ou Ministro de Relações Exteriores) do governo.

Personagem de destaque no cenário nacional e internacional, ItsMeYoshi foi representante do eBrasil na antiga AHA (“Alianza Hispano-Americana”, antecessora da ALA) por dois mandatos (primeiro governo Junecaz e governo Nosrial); atuou como MoFA no governo Reshev Villanova, depois do impeachment do presidente Nosrial Olem, e também no primeiro governo Marco Polo; e foi secretário-geral da ALA em outubro passado.

No âmbito da PEACE, mega-aliança militar que antecedia a PHOENIS, ItsMeYoshi atuou como “Co-Sc” (Comandante Supremo , o chefe militar da Aliança), no fim do mandato do secretário-geral Arthk, junto com a Lyne Faynel.

1 – Em outubro de 2009, quando o país tentava sair de um período relativamente conturbado, você concorreu à presidência do eBrasil, obtendo expressiva votação na primeira eleição vencida pelo Marco Polo. Lembro-me que na época consenso que ambos eram ótimos candidatos e você era suportado por 5 importantes partidos. O resultado deveu-se a alguma falha na campanha eleitoral ou decorreu do prestígio de seu oponente?

Nenhum dos dois. O Marco Polo elaborou um programa sólido, construiu uma equipe ótima pro país, e ofereceu a segurança que todos queriam num período de grande instabilidade e insatisfação política. Mérito dele. Não acho que tenha sido falha da minha campanha, nem apenas o “nome” do Marco que garantiu sua eleição.


2 – Depois dessa eleição o seu nome não apareceu mais na lista de candidatos à Presidência. Alguma razão especial?

Estava muito ocupado na vida real – fui pros EUA num estágio “de inverno”, de outubro até o fim de fevereiro.


3 – Como você avalia os dois governos de Marco Polo, o governo “tampão” do Bunaly, e os governos Jazar, Sulejmani e Junecaz?

Os dois governos do Marco Polo conseguiram cumprir muito bem o que era esperado, e isso foi fundamental. Saímos de um período de crises e governos medíocres (medianos) e vimos a estruturação do exército, a recuperação das finanças nacionais (nossas reservas chegaram a 11k gold), comunicação eficiente, ótima gestão das estatais. Sem os 2 mandatos do Marco não seria possível imaginar o Brasil hoje. Um fator extremamente relevante, sem o qual não é possível compreender o salto qualitativo gigantesco no funcionamento do Estado brasileiro, foi o retorno dos nossos “austríacos”, que novamente assumiram posições-chave no governo. Sendo jogadores extremamente ativos, experientes e competentes, isso gerou uma mudança na eficiência da máquina estatal cujos efeitos são bem claros até hoje.

O governo Bunaly, foi uma bagunça. Todo mundo sabe que foi um governo por acidente, já que o Bunaly não tinha tempo nem interesse de ser presidente. O resultado foi um problema sério de organização. O Marco Polo era pra ser o “Primeiro-Ministro”, chefe de governo de facto, mas não acho que tenha funcionado muito bem. Na prática, tínhamos o Antônio Salgado que era a eminência parda do governo, que era supostamente Ministro das Relações Exteriores, mas parecia também ser Ministro da Defesa, comunicações, porta-voz e faz-tudo oficial. Tínhamos o Fábio (Sulejmani) no Ministério da Fazenda, mas não foi um bom mês pra ele, já que a arrecadação também ficou longe do ideal.

O que marcou o governo Bunaly, todos sabem, foi a tentativa fracassada de invadir a Austrália. Um plano muito mal-planejado e, diga-se de passagem, mal executado também. Invadir a Austrália inteira sozinhos era um plano obviamente impossível, até as pedras sabiam que mais cedo ou mais tarde estaríamos lutando contra 6, 7 MPPs da EDEN. Não houve nenhum tipo de preocupação em coordenar com Indonésia ou Argentina para passar os territórios conquistados, de forma que não perdêssemos tudo quando não pudéssemos mais avançar. Foram gastos gigantescos de gold (quase 8k ao todo se não me engano) sem objetivos claros além dos “lulz”.

Outra coisa que foi uma pena, é que ao invés de usar a guerra para avançar na nossa organização militar, vimos apenas gastos enormes para uns 20 ou 30 tankarem com tudo nas batalhas. Uma guerra direta era uma ótima chance para dar um salto organizacional, organizar melhor os batalhões, planejar grandes ataques coordenados nos fins das batalhas, envolver novos jogadores, mas nada disso aconteceu – apenas gastamos uma montanha de gold com os mesmos 20, e depois tudo voltou ao que era antes. Menos os nossos cofres, claro, que até hoje estão desfalcados.

O governo Jazar foi dentro do que eu esperava, um governo que trabalhou pra avançar no que havia sido começado durante os mandatos do Marco Polo e de grande inserção internacional do Brasil. O problema é que o governo começou numa situação quase caótica, uma “herança maldita” da gestão Bunaly. Considero um governo bom, mas nada demais. Estabilizou as finanças (mas não conseguiu recuperá-las), voltou a organizar o exército, tivemos aí as primeiras participações significativas das nossas forças móveis no exterior, a comunicação foi muito eficiente.

No caso do Sulejmani, foi um governo “amaldiçoado”. Tinha tudo pra ter tirado o Brasil do buraco que havíamos entrado por causa da guerra na Austrália, e levar o Brasil para um patamar nunca antes visto. Foi o auge da organização do nosso exército, nossas tropas móveis começaram a incomodar de verdade, tivemos o babyboom, novas formas de arrecadação de gold. Um governo extremamente competente. Mas aí veio a maldição – atacamos o Peru como distração para a Polônia, a pedido da Phoenix se não me engano. Ativamos esse MPP, e o troco não demorou – a fome polonesa por ferro é grande, e nos custou o Norte por 1 dia (por muito pouco não foi para sempre). Depois disso, no fim do mandato, a EDEN resolveu libertar Gauteng, e investiu pesado, quase 11k gold, para fazê-lo. Um governo ótimo, infelizmente marcado pelas perdas do Norte e Gauteng.

O governo junecaz resolveu focar no econômico, algo que vem sendo feito exemplarmente. A arrecadação de gold já passou dos 5k, e nossas reservas já voltaram para os 2k. Considerando que tivemos altos gastos militares, com a ocupação da África do Sul (algo que deve ter custado mais de 1k), está muito bom. O exército perdeu um pouco da sua eficiência, acho que nossa participação internacional diminuiu, o governo focou mais em questões internas (ao contrário, por exemplo, do governo Salgado).


4 – Por ocasião da invasão da eFrança pela eEspanha, quatro meses atrás, o Brasil acabou fazendo corpo mole na defesa de nosso aliado histórico, driblado pelo corpo diplomático eEspanhol. Você cantou a bola em seu artigo (A Política do Irracional – O Brasil abandona seu aliado histórico) e teve de ouvir o Marco Polo chamá-lo de “mal informado”. A história provou que você estava certo e que a eEspanha passara a perna no governo. Ficou algum ressentimento ou são águas passadas?

Águas passadas. Não foi um erro especificamente brasileiro, e sim da Phoenix. Acho que hoje já ficou muito claro que ter deixado a França fritar foi um erro gigantesco, que até hoje não conseguimos remediar. Se a Phoenix tivesse defendido a França com força, hoje não teríamos Polônia ou Croácia sequer considerando chegar até o Brasil ou à Ásia.


5 – Em razão da sua experiência em assuntos internacionais, como você avalia a postura do governo no esvaziamento da ALA?

A ALA nunca foi propriamente uma “aliança”. Era apenas um pacto de não-agressão regional. Todas as tentativas de construir um grupo uniforme que realmente trabalhasse junto como uma aliança, seja através de forças militares conjuntas, seja através de cooperação econômica, foram um fracasso total. Uma aliança defensiva num continente que, desde sua criação, jamais foi atacado por forças externas, e que sempre foi mais um incômodo do que uma ajuda para a diplomacia brasileira. O Brasil entrou e investiu na ALA principalmente porque era um “mal-necessário”, uma boa forma de manter nossa vizinhança estável, e garantir a segurança das nossas fronteiras. Ultimamente, no entanto, nem para isso a ALA servia – o Peru virou um fantoche da Polônia, e a Bolívia é quase membro não-oficial da EDEN, tendo inclusive lutado contra nós na África do Sul. Se a ALA já não serve nem para manter uma vizinhança amigável, não havia mais motivo nenhum para investir ou permanecer na aliança. Era um incômodo desnecessário.


6 – Recentemente dois assuntos estão na ordem do dia das polêmicas: SISPRO e emissão de BRL’s. Qual é a sua posição a respeito desses dois assuntos?

Em período de babyboom, é óbvio que a SISPRO vai comer dinheiro. Não tem jeito, o mercado privado simplesmente não consegue suprir toda a demanda de empregos para novatos.

Além disso, temos a Compra Nacional, que é um projeto relativamente novo, no qual o governo vende produtos em gold no mundo inteiro (inclusive pra brasileiros mesmo). O governo vende em gold, mas compra em BRL no mercado nacional, estimulando nossa indústria. Eu mesmo sou empresário e sempre compro matérias-primas com a Compra Nacional, porque eu pago o preço mais barato do mundo sem ter que mover minha org e passar tudo por doação. Eu pago em gold,o governo me manda a quantia necessária em BRL e eu compro o produto no próprio mercado nacional, da empresa que eles mandarem. A Compra Nacional, portanto, é outro “buraco sem fundo” de BRLs – consome muita moeda, mas o governo tem lucro em gold, e ainda estimula a economia. Eu jamais compraria óleo no Brasil se não fosse a Compra Nacional, o preço aqui chega a ser o dobro do que você acho na Indonésia ou na China.

Finalmente, temos a arrecadação direta de gold pelo Ministério da Fazenda, no Mercado Monetário. Isso também consome muito BRL, especialmente se tivermos em mente que neste mês o governo arrecadou quase 5k gold só dessa forma (gastando mais de 200k BRL).

Tudo isso consome muito BRL, e não há alternativas. Nossa principal fonte de gold é a arrecadação direta no mercado monetário. Sem esse gold não pagamos pelos MPPs pra nossa defesa, não pagamos as taxas da Phoenix, etc, etc. A Compra Nacional arrecada menos gold, mas é indispensável porque tem a vantagem de estimular a indústria brasileira. A SISPRO é fundamental durante babybooms, todos os países que já passaram por isso sabem que é necessário uma empresa estatal de treinamento, ou os novatos ficam sem trabalho.

Ou seja, eu não vejo problema algum nas emissões de BRL pedidas pelo governo. Os gastos do governo, atualmente, estão dentro do esperado, porque estamos passando por um babyboom, o que sempre gera desafios financeiros pros países. Isso porque a arrecadação continua a mesma (demora uns 2 meses pro aumento populacional gerar um aumento significativo de arrecadação), mas os gastos decolam: tem muito BRL saindo nas citizen fees (5 BRL por cada cidadão novo), muito BRL saindo pela SISPRO, programas de governo como o BrNuke, etc, etc. Isso é normal. A Argentina quase foi à falência durante seu babyboom no meio do ano passado. Por aqui estamos indo bem graças à competência da equipe econômica, que está conseguindo até ir além e aumentar consideravelmente nossas reservas.


7 – Como você avalia o processo de babyboom ocorrido nestes últimos meses? Quais são os benefícios e malefícios mais evidentes?

Não vejo malefício num babyboom. Como disse, isso normalmente gera alguns problema econômicos momentâneos, mas no longo prazo só gera benefícios. O único recurso verdadeiro no eRepublik é população - é a base indispensável pra qualquer país crescer. Agora é só manter os novatos por perto pra garantir que realmente teremos um salto na população ativa, que é o que mais importa.

8 – Você está inteirado sobre as mudanças que serão feitas no jogo? Qual a sua opinião sobre a distribuição das habilidades militares: concentrar ou distribuir?

Provavelmente concentrar, mas é difícil soltar uma resposta definitiva por enquanto, ainda temos poucas informações sobre os novos módulos.


9 – ItsMeYoshi por ItsMeYoshi?

Mario, que Mario?


10 – A pergunta que não quer calar: ItsMeYoshi irá concorrer à Presidência do eBrasil na próxima eleição?

Não sei, ainda não decidi...talvez...


A direção do Rascunho agradece a ItsMeYoshi o privilégio de atender ao nosso convite para a entrevista. Embora ainda não saibamos qual será a sua postura diante das eleições presidenciais, é inegável que seria um nome de peso, como chefe de estado e de governo, principalmente em virtude de sua experiência no cenário nacional e internacional.

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