eRepublik: o que se faz neste jogo?
Arbus
O erepublik é um jogo curioso, porque à primeira vista não tem muito que fazer, mas à medida que o exploramos vamos descobrindo novas potencialidades. Ao contrário de jogos como o travian, ogame, hattrick em que se desenvolve um pequeno mundo à nossa volta, o erepublik é um lugar estéril, de fracos grafismos, no qual, tudo o que há a fazer é “trabalhar e treinar” todos os dias, à medida que o nível e o rank sobem cada vez mais devagar.
Afinal porquê jogar erepublik? Chegar a field-marshal? Ter os cofres cheios de eGold?
Chegar a presidente? Coleccionar todas as medalhas? Então e depois o que resta? O erepublik se for jogado para as estatísticas, é como estar sozinho nos carrinhos de choques, a mecânica pode estar lá toda, mas se não houver um palhaço a dar-nos cabo das costas com sucessivos abalroamentos, não é bem a mesma coisa. É inútil trazer novos jogadores ao erepublik se estes acabarem por desistir, antes sequer de se aperceberem no que consiste este jogo.
O erepublik é um jogo de comunidade e comunidades, que só faz sentido se houver interacção com os outros e onde as diferentes nacionalidades se unem em torno do seu país. É desse contacto que o jogo se torna interessante, esse misto de competitividade e cooperação, seja entre países, entre partidos ou empresas, onde o nosso personagem se desenvolve através de um perfil que nós próprios criamos.
À medida que nos afirmamos na sociedade o jogo vai ganhando interesse, chama-se construir a personagem, e todas as atitudes que tomamos influenciam esse desenvolvimento. Ao tomar uma iniciativa como escrever um faq para os novatos, estamos a marcar uma posição, ao escrever sobre a situação internacional estamos a revelar um interesse, ao organizar um projecto com outras pessoas, estamos a demonstrar capacidade de liderança.
É normal que ao inicio essa afirmação seja mais difícil, quem já cá está há mais tempo já se conhece e sabe o que esperar dos outros, enquanto quem chega tem necessidade de afirmar o seu espaço, de se dar a conhecer, no fundo de construir o seu personagem neste jogo.
Pode-se fazer muita coisa no erepublik, os únicos limites são a imaginação e os bugs (“features”)
Claro que tudo depende dos teus interesses, vou apenas deixar algumas sugestões;
Assuntos internacionais:
- Recorte e tradução de alguns dos artigos mais interessantes, do dia ou da semana. Basta um pequeno paragrafo e um link para o artigo internacional, para dar a conhecer aos portugueses o que de melhor se escreve no estrangeiro. O google translator é uma forma simples de ficar a conhecer a ideia geral de um artigo húngaro, romeno ou indonésio e isso basta para se fazer um resumo.
- Repórter internacional, é diferente da primeira opção, porque um repórter está interessado nos acontecimentos políticos, militares e diplomáticos, enquanto a tradução envolve artigo de cariz lúdico e social. Esta será a opção ideal para quem quiser prosseguir uma carreira diplomática, um relato não precisa de uma detalhada, é um excelente serviço à comunidade portuguesa e ajuda a compreender a política mundial.
- eNuno Rogeiro, para quem já tenha mais experiencia nestes meios, comentar os desenvolvimentos da politica internacional, fazer uma analise e previsão do futuro, é um só por si um projecto interessante que consome tempo e receberá sempre o interesse dos eportugueses.
- Editar a wiki, faz sempre falta ter uma wiki actualizada, só que alguém tem de a escrever. Se vos faltarem informações sobre algum ponto, podem simplesmente perguntar no fórum, de certeza que alguém se lembra daquela facto obscuro que todos esqueceram.
Assuntos económicos:
- Ajudar os novatos e os leigos a compreender o estranho mundo da economia. Tudo desde impostos, formulas de produtividade, mercado monetário, dicas para empresários, dicas para trabalhadores, novas api’s, tudo o que esteja relacionado com a economia e possa ser útil a quem estiver a começar o jogo, ou queira simplesmente saber mais.
- Estudos económicos, desde questionários a cálculos sobre este ou aquele sector. Neste aspecto até estamos razoavelmente bem servidos, mas ainda há tanto por fazer. Por exemplo, é muito fácil calcular a inflação através do ereptools, é fácil comparar os preços entre vários países e evolução dos mesmos, é fácil fazer um registo dos impostos e das contas públicas, análise mensal da economia portuguesa com base num cabaz de preços, questionários aos consumidores e empresários, etc etc etc
- Criar um lobby de empresários, não existe, mas podia existir e não fazia mal a ninguém. Os empresários podiam reunir-se para discutir os problemas do sector e propor medidas, podiam ajudar novos empresários a singrar, ou seja, podiam formar uma guilda como nos bons velhos tempos medievais. Claro que da mesma forma se pode criar uma eDECO ou eCGTP.
- Editar a wiki, tanto as páginas da wiki original podiam ser melhorar, como a versão portuguesa tem muito por onde melhorar. Entrevistar empresários de vários sectores também seria interessante, ajudava a conhecer melhor os seus problemas e os conselhos que têm para quem queira começar.
Assuntos sociais:
- Promover concursos, de todos os tipos possíveis e imaginários, como premiar os melhores artigos dentro de várias categorias, premiar o novato do mês, organizar uma lotaria, ou poker, ou qualquer outro jogo/concurso que promova a actividade. Onde arranjar o dinheiro para os prémios? Podem sempre falar com o presidente, se o projecto for bom, claro que se arranjam uns trocos.
- Organizar um faq geral com tudo o que há para saber, um texto básico mas de consulta fácil, combates, empresas, emprego, wellness, politica, dicas para novatos etc. Divulgar os textos de apoio existentes, o fórum, o irc, o msn, e entrevistar novatos sobre o que estão a achar dos primeiros dias de jogo, que também é uma boa forma de ficar a conhecer os seus problemas e de os incentivar a continuar no jogo (ser entrevistado logo no segundo dia de vida é um luxo).
- Jornalismo de investigação, questionar os membros do governo acerca dos mais variados assuntos e publicar as entrevistas, porque é útil para toda a sociedade ter uma comunicação social como 4º poder. Cria-se uma mentalidade crítica na sociedade portuguesa e aproxima o governo dos cidadãos.
- eHistoriador, uma das coisas que sinto mais falta, o eHistoriador tem o privilegio de conviver com os protagonistas da eHistória, como se fosse possível entrevistar o D. Afonso Henriques. A maioria dos presidentes de ePortugal continuam activos, podem ler os seus jornais, o boletim do governo, o fórum, procurar os antigos membros do governo e fazer perguntas. É uma tarefa demorada e trabalhosa, mas ficariam vocês mesmos na eHistória nacional por terem sido os primeiros a escrevê-la.
Concluindo, há muito que fazer, sejam novos ou anciães, o que é preciso é ter iniciativa. Os próprios partidos são pequenos governos, que podem desenvolver uma actividade social própria e destacarem-se por isso. Se tiverem algum projecto que necessitem do apoio do governo, falem com presidente, mas na esmagadora maioria dos casos podem fazer tudo sozinhos. Existem projectos que podem contar com várias pessoas, verdadeiras organizações independentes do governo, onde criar, organizar e liderar um grupo de pessoas, num projecto de interesse nacional, pode ser um dos objectivos mais gratificantes no erepublik.
Just do it.
in other news:
WarGames, aproveitem
http://tinyurl.com/kwedkj O Manual do Empresário segundo Arbus
http://tinyurl.com/nwmlso Gestão Arbórea 5 - Simulador Empresarial
Comments
Muito bom. Este artigo até dá vontade de fazer algo, mas eu agora tenho exames. )=
Muito bom,
este artigo devia ser de fácil acesso aos novos jogadores, para melhor fazerem uma correcta gestão de expectativas em relação ao jogo
Voted
Excelente artigo Arbus! Deixa passar os exames...
Muito Bom. 🙂
Voted.
excelente artigo.
voted
Muito bem dito.
Votado
Até que me incentivou a renovar a FAQ... mas dá trabalho... e isso cansa..
votado, claro.
Gostei 😃
Um artigo muito bom
Votado
o que faz um arbus, um ligtez e um varetas com um saco de cimento cola?
o WTC
sou nova no jogo e adoro a ideia do jogo, adoro simuladores e este nao e perfeito mas para la caminha x)
come-se gajas
excelente artigo
espectáculo!
quase que me deu vontade de passar mais que as 5h normais aquiXD
Excelente artigo. 🙂
Arbus, porque não a criação de uma agência informativa do egoverno?
"Arbus, porque não a criação de uma agência informativa do egoverno?"
Por nada, quem quiser tratar disso que se ofereça
excelente artigo, caro presidente!
\o/
Arbus, mas tens que ser tu a criar os mecanismos, pois esta agência estaria directamente ligada ao egoverno.
Na minha opinião, a falta de informação é o aspecto mais negativo da tua epresidência. : |
Os mecanismos são simples, é fazer perguntas e escrever textos, não tem nada de extraordinário. Falta informação porque também não há assim tanto para dizer, se houver uma dúvida recorrente ou um tema importante claro que se comunica.
"Os mecanismos são simples, é fazer perguntas e escrever textos, não tem nada de extraordinário."
Os mecanismos que eu propunha não eram assim tão simples. lol
Aqui as nossas opiniões divergem... quanto a mim, o egoverno tem a obrigação de informar a ecomunidade que representa sobre a actividade que se encontra a desenvolver, e não apenas quando surge um "tema importante".
Então que mecanismos? Na minha opinião quanto mais simples melhor e de facto a comunicação do governo não tem nada de especial, quem quiser faz pergunta e publica as respostas, basta fazê-lo de forma regular.
"quanto a mim, o egoverno tem a obrigação de informar a ecomunidade que representa sobre a actividade que se encontra a desenvolver, e não apenas quando surge um "tema importante"."
Sim sem dúvida, mas no penúltimo boletim do governo pode-se ler isso, a revisão dos impostos e diminuição das despesas das orgpt, para equilibrar as contas públicas, tem sido a grande aposta, só que tudo isso leva tempo até que possam tirar conclusões.
"Então que mecanismos?"
A criação de um eministério próprio, à semelhança de outros epaíses.
"Sim sem dúvida, mas no penúltimo boletim do governo pode-se ler isso, a revisão dos impostos e diminuição das despesas das orgpt, para equilibrar as contas públicas, tem sido a grande aposta, só que tudo isso leva tempo até que possam tirar conclusões."
Sim, de facto é preciso tempo para se retirar as devidas conclusões. 🙂
Mas a informação transmitida pelo egoverno não se pode limitar ao aspecto económico. O que é que os restantes egabinetes se encontram a desenvolver?
Arbus, não vou enviar PM a cada eministro simplesmente porque, como ecidadão, sinto-me no direito de obter esta informação publicamente. É isto que gostava que percebesses. 🙂
"A criação de um eministério próprio, à semelhança de outros epaíses."
O que faz um ministério que um jornalista não faça? Além disso parece-me que um ministério da informação não é muito próprio de uma democracia. Só digo que na prática vai dar ao mesmo, com a diferença de um jornalista não estar de forma alguma comprometido com o governo enquanto um ministério está por definição dependente do chefe do governo.
"O que é que os restantes egabinetes se encontram a desenvolver?"
As forças armadas continuam a funcionar exactamente da mesma forma, e na diplomacia o arthk tem comunicado tanto na iniciativa dos voluntários como agora na questão da paz com espanha e a AHA.
Arbus, "O que faz um ministério que um jornalista não faça? Além disso parece-me que um ministério da informação não é muito próprio de uma democracia. Só digo que na prática vai dar ao mesmo, com a diferença de um jornalista não estar de forma alguma comprometido com o governo enquanto um ministério está por definição dependente do chefe do governo."
Uma agência informativa do egoverno passa directamente a informação da actividade do egoverno. Qual é a diferença comparativamente a um ejornalista? É que a informação é transmitida ao público sem sofrer deturpações!
Arbus, "Além disso parece-me que um ministério da informação não é muito próprio de uma democracia."
PELO CONTRÁRIO! A falta de informação é que é imprópria de um sistema democrático. Arbus, francamente... é obvio que não me refiro a propaganda epolítica, mas sim a uma informação clara e isenta de opinião.
Arbus, "As forças armadas continuam a funcionar exactamente da mesma forma, e na diplomacia o arthk tem comunicado tanto na iniciativa dos voluntários como agora na questão da paz com espanha e a AHA."
E o egoverno resume-se a isto? Falta iniciativa! E quando ela não existe deve ser o egoverno a dar o exemplo.
Se conheces minimamente a minha actuação, e penso que sim, sabes perfeitamente que não crítico “porque sim”. Elogio-te constantemente com ecidadão e epresidente, mas há sempre espaço para melhorar…
"É que a informação é transmitida ao público sem sofrer deturpações!"
Se houverem deturpações facilmente se esclarece, cada pessoa tem o seu ponto de vista.
"é obvio que não me refiro a propaganda epolítica, mas sim a uma informação clara e isenta de opinião."
Uma agência de informação, controlada pela governo, nunca pode ser isenta de opinião. Nos regimes anti-democráticos a informação nunca falta, alias o problema costuma ser o excesso dela. Nós não precisamos de um jornalista ou uma agencia, precisamos de vários, e que não tenham ligação nenhuma ao governo.
"E o egoverno resume-se a isto? Falta iniciativa! E quando ela não existe deve ser o egoverno a dar o exemplo."
Sim o governo resume-se a isto e na minha opinião é assim que deve ser, como já comentei num artigo. Se falta iniciativa o governo não pode fazer mais do que apelar às pessoas que tomem a iniciativa. Já foram feitas campanhas de recrutamento para o governo, propostos projectos dos mais variados, falou-se com várias pessoas para que organizassem este ou aquele projecto, mas quando falta "mão-de-obra" não há nada a fazer.
Aliás eu dei o exemplo ao lançar o segundo manual do empresário, mas falta de mudar de mentalidades, as pessoas têm que deixar de estar à espera que o governo faça tudo e mais alguma coisa, porque o governo não tem poderes nenhuns, consiste apenas nas pessoas interessadas a realizar os projectos que lhes interessam.
nice
Arbus, "Se houverem deturpações facilmente se esclarece, cada pessoa tem o seu ponto de vista."
Pois, mas não é isso que eu pretendo.
Arbus, "Uma agência de informação, controlada pela governo, nunca pode ser isenta de opinião. Nos regimes anti-democráticos a informação nunca falta, alias o problema costuma ser o excesso dela. Nós não precisamos de um jornalista ou uma agencia, precisamos de vários, e que não tenham ligação nenhuma ao governo."
Não pode, segundo a tua visão.
O jornalismo é importante, independentemente do sistema vigente. Quando propus esta medida, pensei num bom jornalismo: aquele que não emite opinião e que não transmite informação excessiva.
Arbus, "Sim o governo resume-se a isto e na minha opinião é assim que deve ser, como já comentei num artigo. Se falta iniciativa o governo não pode fazer mais do que apelar às pessoas que tomem a iniciativa. Já foram feitas campanhas de recrutamento para o governo, propostos projectos dos mais variados, falou-se com várias pessoas para que organizassem este ou aquele projecto, mas quando falta "mão-de-obra" não há nada a fazer."
E pronto, o país contínua estagnado ao nível político-social, aspecto que tem consequência directa no seu crescimento populacional (desmotivação = desistência), assim como no plano económico, na sua militarização, nas suas relações diplomáticas... e assistes a esta decadência impávido e sereno.
Arbus, chego a conclusão que tens tanto para aprender…
"aquele que não emite opinião e que não transmite informação excessiva."
Só que não deve ser o governo a decidir o bom e o mau jornalismo, deve-se da espaço a todos que a sociedade naturalmente distingue os melhores.
"E pronto, o país contínua estagnado ao nível político-social, aspecto que tem consequência directa no seu crescimento populacional (desmotivação = desistência), assim como no plano económico, na sua militarização, nas suas relações diplomáticas..."
Como também escrevi nesse artigo, terá sido esse o meu maior erro, sobrestimei a capacidade de iniciativa da sociedade portuguesa, parece que só sabemos funcionar quando existem títulos oficiais e tudo numa sociedade depende de uma só pessoa.
"e assistes a esta decadência impávido e sereno."
Isso não é verdade, ao longo de todo o mandato tenho procurado incentivar a prticipação, dando eu próprio o exemplo em iniciativas que tomei.
"Arbus, chego a conclusão que tens tanto para aprender…"
Claro que sim, aprender sempre
(comentei na entrevista, mas já agora fica aqui também)
"Tu achas que é possível estimular uma sociedade ficando sentado à espera que as iniciativas individuais surjam. Eu discordo na totalidade, para mim o governo tem de ser a ignição para uma sociedade activa."
Nada disso, tenho procurado por todos as formas incentivar a participar, quer através do governo, quer fora dele, quer dando o exemplo, só que em última análise a iniciativa tem de partir de cada um, isso sempre foi assim.
"Já chega deste discurso de culpabilização da falta de iniciativa individual, é altura do governo assumir as suas culpas nesta matéria."
Já assumi.
"O reconhecimento social tem um valor acrescido se levar o selo da instituição "governo" que representa a confiança da população que elegeu esse governo."
Certo concordo com isso, o que estou a dizer é que qualquer pessoa pode tomar a iniciativa e pedir o apoio do governo, é melhor do que partir "sempre dos mesmos".
"Têm de assumir que é vergonhoso para Portugal ainda não termos um relatório de contas pormenorizado como tantos outros países têm."
Sim é verdade, precisamos de um sistema simples em que não se perca muito tempo, até para a contabilidade interna é útil.
"Mas tem havido falta de coragem e transparência neste país, ninguém do governo se interessa em informar os cidadãos."
Não falta nada disso, não há nada a esconder, a comunicação existe quando existe algo em concreto para comunicar.
Excelente artigo, dá mesmo vontade de nos integrarmos cada vez mais neste jogo.