Economia: A partilha da riqueza e os mercados
Arbus
Vou lançar um conjunto de artigos informativos e de opinião em relação à economia. Já estão escritos, mas para não encher as notícias com isto, vou publicar de 2 em 2 dias. Esta é a primeira parte, apenas uma introdução a alguns conceitos básicos, que não deixam de ser importantes.
~~O que acontece à riqueza gerada pelo país?~~
De tudo o que Portugal produz, parte vai para os empresários sobre a forma de lucro, parte vai para os trabalhadores sob a forma de salários e parte vai para o estado sob a forma de impostos. Como o estado também tem empresas, as receitas incluem os lucros mais os impostos. Trivial.
O que me interessa é a partilha entre os lucros e o poder de compra. Aumentar um significa necessariamente reduzir o outro. É simples, ao aumentar os salários e diminuir os preços, está-se a aumentar o poder de compra à custa dos lucros. Os impostos, diminuem quer os lucros, quer o poder de compra. So far so good.
É fácil a partir daqui imaginar cenários. Por exemplo, impostos zero significam a maximização do poder de compra e do lucro privado. Daqui podemos partir para um cenário ultra liberal em que o estado não tem qualquer poder e o presidente só serve para atacar regiões, ou um modelo misto em que o estado participa com empresas próprias na concorrência pelos lucros do mercado. Um cenário ultra socialista, é ter os impostos ao máximo, tornando impossível qualquer iniciativa privada. Como só o estado pode transferir o dinheiro dos impostos de volta para as empresas estatais, só estas sobreviveriam. O estado poderia decidir exactamente sobre as percentagens de partilha entre lucros públicos e poder de compra, sendo que toda a riqueza gerada pelo país, reverteria para os interesses nacionais.
Actualmente, funcionamos com alguns impostos muito baixos, mercado concorrencial, empresas estatais a produzir recursos estratégicos e a treinar trabalhadores, e empresas estatais a ter lucro para compensar os impostos baixos e os prejuízos das outras.
Não estou a defender nenhum modelo, só quero explicar que existem alternativas, posições extremas e infinitas possibilidades intermédias. Daí que a discussão política possa ser muito mais rica e interessante do que tem sido. A análise de todo e qualquer modelo económico, passa necessariamente por esta partilha: lucros privados, poder de compra e lucros nacionais (= impostos + lucros das empresas estatais). A única coisa que interessa, é a partilha da riqueza gerada.
A criação de riqueza em si não tem muito que se lhe diga, passa pela aplicação das fórmulas de produtividade e sobretudo pela manutenção de um nível de poder de compra que, mantenha os trabalhadores no país com wellness elevada.
Ainda na introdução económica, mas agora sobre a perspectiva microeconomica, já que a anterior foi uma "macro":
~~que tipos de mercados e existem e quais as suas consequências?~~
Quais são as condições necessárias para a existir um mercado perfeitamente concorrencial?
- Muitos compradores e vendedores (isso é verdade para os produtos q1, já não tanto para os q2, muito menos para os q3, obviamente mentira para os q4 e absolutamente falso nos q5)
- Produtos homogéneos (food q1 é food q1, qualquer que seja a empresa ou o país, é tudo igual)
- Não existirem barreiras à entrada nem à saída (e claro que não existem, qualquer pessoa cria uma empresa e fecha quando quiser)
- Informação perfeita (ou seja, um tipo não pode vender armas q1 a dizer que são q5, toda a gente conhece a qualidade e o preço de um bem)
Posto isto, todas as condições se verificam, à excepção da primeira "muitos compradores e vendedores". Quanto mais empresas existirem a competir por determinado mercado, mais perto estaremos da concorrência perfeita.
O que é que isso interessa?
É que a concorrência perfeita é uma forma de partilha entre lucros e poder de compra favorável ao consumidor/trabalhador, enquanto os mercados mais próximos do oligopólio são mais vantajosos para os empresários. Daí que as empresas que de facto dão lucro são as q4 e q5, enquanto nas q1 e q2 é preciso calcular os custos ao milímetro e são os trabalhadores/consumidores quem beneficia com isso.
A explicação é evidente, à medida que as empresas competem por trabalhadores, oferecem salários cada vez maiores, ao mesmo tempo que competem por clientes com preços cada vez mais baixos. O ponto de equilíbrio é aquele em que as receitas cobrem integralmente os custos, ficando o empresário com lucro igual a zero. Quanto menor a concorrência, maior a disparidade entre preços/salários favorável ao empresário.
Ok, isto pode ter sido uma seca e absolutamente básico, mas por vezes é importante ter em conta mesmo estes conceitos mais simples, para não cometer erros quando se começa a complicar.
Comments
Pertamaxxxx
Bom artigo.
Imagino um cenário onde não existem empresas estatais e onde os impostos estão todos em 99%... era a perfeição. Isto porque uns querem impostos zero e um país sem empresas estatais, outros querem impostos no máximo e o estado a controlar o mercado por completo.
Com o cenário idealizado todos ficariam contentes, é o extremo do meio termo.
"percebam este artigo para não dizerem nem fazerem mais disparates e perguntas..." eu quero é que digam disparates, que façam perguntas, que critiquem, estarem desinteressados e apáticos é que não.
"Com o cenário idealizado todos ficariam contentes, é o extremo do meio termo." impostos a 99% e nenhuma empresa estatal, sem dúvida que seria extremamente divertido
Bom artigo, uma aula de introdução à microeconomia simples mas que cobre bastantes conceitos.
Apenas discordo de uma análise que fazes:
"- Não existirem barreiras à entrada nem à saída (claro que não, qualquer pessoa cria uma empresa e fecha quando quiser)"
Barreiras à entrada não são apenas as barreiras estruturais que impedem alguem de fazer uma empresa, podem ser outras coisas que simplesmente dificultam a entrada de novas empresas. Podem ser simplesmente barreiras estratégicas à entrada, ou seja, podem resultar de estratégias deliberadamente prosseguidas pelas empresas instaladas. E esta ultima forma de barreira à entrada é possível no jogo. Imaginemos uma empresa com alto poder de mercado, um monopolista, já instalada, que teme que no futuro possam entrar novas empresas no mercado, ela pode deixar de calcular o seu preço de maneira a que a sua receita marginal seja igual ao seu custo marginal relevante, calculando de forma a ter um lucro inferior mas que torne menos apetecivel a uma nova empresa informada entrar no mercado. Pois a empresa já instalada tem normalmente já todos os seus 10 trabalhadores, tem mais capital, tem um grupo de trabalhadores mais eficientes que foi selecionando ao longo do tempo. Deste modo a empresa está a inserir uma barreira estratégica à entrada, fazendo com que uma empresa que pense em entrar e que analise o mercado não o faça porque sabe que muito dificilmente terá lucro, a não ser que tenha muito dinheiro para investir.
Espero ter ajudado a completar o óptimo trabalho que fizeste neste artigo. Espero que venham mais como este 😉
Jcaulins
(PDL)
Nice job !
Jcaulins, claro que tens razão, em rigor existem algumas barreiras, principalmente se pensarmos mas exportações/importações ou em sectores dominados por 2 ou 3 empresas. Só para manter a análise simples, digamos que pelo menos nos sectores q1, é fácil abrir uma empresa e é também nesses casos que nos aproximamos da concorrência perfeita.
Excelente artigo. Venham mais
O PONeP acha que os impostos são um absurdo porque o dinheiro deve ser todo canalizado para comprar animes e fatos de cosplay!
Mas se o estado distribuir pela população estes artigos, é na boa e venham os impostos.
Mas o Bluuuuuuurp!! é a solução mais acertada!
Tornate OTAKU!
Junta-te ao PONeP!!!!
Não sei mas isso pode desmotivar muitos jovens jogadores não?
Roubar-lhes o poder de compra.
Abraços bom artigo
Bom artigo Arbus! Imprimi... para reler e poder dizer "disparates" com mais calma.
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