Campeche: Rescaldo e Prespectivas

Day 374, 20:13 Published in Portugal Portugal by Arbus

O texto é longo e aborrecido, não leiam que eu também não me aborreço.

A humilhação dos vencidos por parte dos vencedores, é comum. O respeito, não é.
Há que saber perder e saber ganhar. Curiosamente, é mais difícil aprender o último e mais difícil se torna, quando a vitória chega a parecer impossível e festa contrária inevitável. Celebrar uma vitória é importante e faz falta, pena que se confunda com celebrar uma derrota.

Ganhámos uma batalha. Uma. Por muito espetacular que tenha sido e foi, não deixa de ser uma batalha. Há coisas mais importantes e mais difíceis de conquistar. Ajuda em alguma coisa provocar a parte vencida? Dignifica de alguma maneira o nosso nome? Não. O respeito dificilmente se conquista e facilmente se perde. Sou da opinião que a nobreza está na humildade perante a vitória e no orgulho face à derrota. O português é paradoxalmente megalómano e humilde, descobriu metade do mundo e lamenta não ter descoberto a outra metade, vive entre a glória de Aljubarrota e a tragédia de Alcácer-Quibir.

Tanta conversa para dizer o quê?

Concentrem-se naquilo que importa. Temos a razão do nosso lado, lutámos por uma causa justa. Gastámos incontáveis recursos, para defender uma região que pertence ao eMéxico. Garantimos a soberania de um país e os mexicanos agradecem o nosso apoio. Haverá maior motivo de orgulho, ou qualquer outra razão para celebrar? Reduzir isto a uma guerrinha portugal espanha é de tal forma redutor, que se corre o risco de ignorar o que realmente aconteceu.

Relembro que esta guerra foi inciada pela facção imperialista espanhola, sem consideração pelos próprios aliados, nem pelos próprios cidadãos. O governo auto-denominado "Império", foi derrotado nas eleições de 25 de Novembro, pela coligação dos partidos da oposição que constituiam a PRDE. Apesar de se declararem contra a guerra do PMV de Pruden, o argumento de libertar Campeche, com consequente ocupação do méxico para o proteger da ameaça goon, ganhou força. O verdadeiro motivo dos partidos da PRDE para se oporem à guerra, era a forma e a preparação da mesma, não se opondo à guerra em si. Concluo que a PRDE era apenas a outra face do "Império", é pena. Não sendo perito em política espanhola, foram estas as conclusões a que cheguei, mas não interessam para o comentário seguinte.

Quero congratular os espanhóis que lutaram a nosso lado, que se mantiveram fieis na oposição ao governo imperial, que não se sentiram obrigados a combater por aquilo em que não aceditavam, que não se deixaram levar por um falso nacionalismo, que decidiram apoiar a causa por eles considerada mais justa. Quem quer que pense pela própria cabeça, independentemente da nacionalidade ou circunstância, merece o maior respeito.

A grande questão continua a ser Campeche e não vai deixar de ser enquanto Espanha assim o quiser. A desconfiança mútua entre portugueses e espanhóis, agravada por esta guerra com consequências ainda por determinar, afasta a hipótese de uma solução rápida e lança dúvidas sobre o futuro. A debilidade do eMéxico é real e apesar dos progressos recentes, continua a ser verdade que o eMéxico tem de fazer pela vida, tem de se reforçar e crescer, pois de outra forma estará sempre vulnerável. O que importa realçar, é que eles sabem e estão a trabalhar nisso, não precisam da ajuda dos espanhóis. Temos de ser nós a procurar o entendimento com Espanha e se a negociação só é possível em circunstâncias normais, há que criá-las.

A normalização das relações ePortugal eEspanha, depende tanto dos espanhóis como dos portugueses, e mais dos cidadãos comuns do que dos líderes. Apelo aos portugueses que cumpram a sua parte, que respeitem os espanhóis, que só discutam no sentido de informar e compreender. Apenas a estupidez é geral, portanto não generalizem. Existem apenas pessoas razoáveis com opiniões diferentes e não interessa se são portugueses ou espanhóis. Não respondam a provocações, nem provoquem, não vale a pena.

O respeito por ePortugal e pelos portugueses, é mais importante do que qualquer batalha, pois é a única coisa que só de nós depende. Tudo pode mudar, mas se nos mantivermos fiéis à nossa forma de ser e de estar, nada nos pode roubar a dignidade, a honra e o respeito orgulhosamente conquistados.

Viva ePortugal!
Viva o Povo Português!

(lembrem-se que isto é só um jogo, a seriedade das palavras não é para ser levada a sério)