Brasileiros e a impulsividade

Day 1,828, 11:34 Published in Brazil South Korea by Isseei
RESUMO: A impulsividade é caracterizada como o comportamento diante do qual o indivíduo apresenta dificuldades em obter o auto-controle e que o torna propenso a assumir mais riscos no cotidiano. Isso pode acarretar em prejuízos na vida pessoal e profissional, uma vez que a pessoa está mais propensa a assumir riscos desnecessários em prol de “recompensas” imediatas.


INTRODUÇÃO: Certa vez, em uma aula de física na universidade, o professor parou a aula e começou a discursar sobre o quanto os brasileiros são imediatistas, que não conseguem pensar a longo prazo e que tudo em nossa sociedade é realizado sem nenhum planejamento, refletiu ainda o quanto esse comportamento repercute em vários aspectos de nosso dia-a-dia, seja na política, economia ou mesmo nos meios acadêmicos. Certamente a maioria dos alunos não prestou atenção ao que o professor falava, mas aquilo ficou gravado na minha memória desde então... Tenho a convicção de que de certa forma ele não estava errado neste julgamento e isto está relacionado ao comportamento impulsivo de nossa sociedade.


ANÁLISE: Para um indivíduo impulsivo, mesmo tendo consciência dos padrões morais e éticos, do que é sensato e apropriado, muitas vezes, no calor do momento, tudo isso é eclipsado pelo objetivo imediato ao qual o individuo se propôs a conquistar e que ocasionalmente terá por reflexo numa profunda sensação de arrependimento a posteriori. A falta do famoso “parar para pensar” que os tornam vítimas de si mesmos e que muitas vezes acabam influenciando as pessoas ao seu redor.





Dentre as consequências da impulsividade podemos citar:

Consumismo e economia: Quem nunca comprou algo por impulso? No momento pode-se considerar uma oferta imperdível, e ao final ser um grande elefante branco, com o reflexo econômico, inclusive, atingindo diretamente no bolso (um duplo arrependimento!!!)
De fato, ainda que a nossa economia esteja aquecida, com baixas taxas de desemprego, aumento da classe média e da renda familiar era de se esperar que os brasileiros se sentissem acomodados diante de tantos fatos otimistas. Entretanto, a crise econômica mundial está durando acima do previsto e a nossa economia está desaquecendo continuamente, uma vez que o nosso mercado interno está entrando em “saturação”, e a renda familiar dos brasileiros tem sido cada vez mais comprometida com dívidas em crescimento exponencial (e mesmo assim continua a oferta de crédito fácil).
O consumo em nossa sociedade historicamente tem-se mostrado uma forma de obter status social e não estamos preparados caso haja longos períodos de adversidades. Não temos a cultura de poupar recursos e a pensar a longo prazo.


Nosso país não fez as reformas necessárias para se tornar uma economia competitiva, e apoia-se exclusivamente no grande mercado interno e na exportação de commodities de baixo valor agregado. Assim como parte das empresas brasileiras que não investem em P&D (pesquisa e desenvolvimento) e nem buscam a inovação para se adequar às mudanças de mercado.
Poderíamos afirmar que a nossa economia é imediatista e/ou impulsiva? Claro que muitos outros fatores estão envolvidos na nossa economia, mas de certa forma, essa afirmação pode ser considerada uma meia verdade... Pois talvez só fiquemos arrependidos quando for tarde demais.


Comportamentos de risco à Saúde e ao bem-estar:
a impulsividade muitas vezes está associada aoutros elementos, tais como hiperatividade, TDA (Transtornos de Déficit de Atenção), ansiedade, stress e depressão. Tais elementos por si só comprometem a saúde do indivíduo e requerem atenção de um especialista. Por outro lado, a impulsividade também pode acarretar em outros problemas de maior gravidade tanto para o indivíduo impulsivo quanto aqueles que o cercam.
Estudos indicam que pessoas impulsivas têm maior probabilidade de sofrerem transtornos alimentares (tais como obesidade, bulimia e anorexia), assim como de se tornarem consumidores de drogas ilícitas (entorpecentes e álcool) e lícitas (medicamentos). Também estão mais susceptíveis às infrações de trânsito e ao envolvimento em acidentes e em brigas de trânsito (não raras as vezes associados ao excesso de bebida alcoólica). Novamente é o “benefício” imediato versus as consequências de tais atos...




Supõe-se que grande parte da violência e de alguns delitos é devido a comportamentos impulsivos. De fato, crimes por motivos banais estão se tornando um tanto corriqueiros, motivando o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) a realizar uma campanha denominada “Conte até 10”, com a presença de lutadores de MMA, objetivando a conscientização da população e o combate aos homicídios cometidos por impulso.


Nem é preciso contabilizar os números relativos aos atos de violência motivados por impulso, não? Já que todos vivem na era da informação isso já deve ter se tornado mais uma estatística completamente banal... E que não deveria ser...




Riscos às relações interpessoais e profissionais:
Já observamos que comportamentos impulsivos, por motivos banais podem acarretar tanto numa dívida indesejável, quanto num ato de violência (seja verbal ou física). Mas podemos observar um comportamento impulsivo nas relações dos brasileiros de um modo geral? Sim, este comportamento pode ser observado tanto no “jeitinho brasileiro”, quanto no “deixar para a última hora”, ou mesmo no “cheguei atrasado” que são tão comuns para alguns de nós, o que não deixa de ter alguns aspectos de impulsividade, de mal-planejamento ou mesmo de imaturidade. Isso pode ser o estopim para muito de nós sermos demitidos por justa causa, assim como pode atrasar projetos ou comprometer uma empresa como um todo. Isoladamente isto pode parecer pouco, mas se somarmos os casos de inúmeras empresas...
Já nas relações interpessoais, atos impulsivos frequentes podem comprometer as relações com amigos ou mesmo com familiares e companheiros(as), mesmo um inofensivo e impulsivo comentário no Facebook, pode acarretar em problemas irremediáveis (exemplos não faltam). Mais gravemente, pode gerar casos de violência por motivos banais entre amigos ou familiares. Quantos casos de violência e homicídio passionais não encontramos nos noticiários? O ciúme em certo grau pode ser considerado um ato impulsivo...



E no eRepulbik?

Quantos casos de atos impulsivos é possível observar no eRepublik? Muitas vezes agimos sem pensar, não observamos que do outro lado alguém pode ter se sentido ofendido com as nossas palavras ou que alguém tenha se sentido prejudicado com as nossas ações.
Esquecemos de pensar que apesar de o eRepublik ser um jogo, nem tudo pode ser comprado, manipulado, fraudado ou mesmo roubado. Há muito mais do que diversão e a busca imediata de se jogar o eRepublik, em benefício próprio ou de particulares.
Também estamos lidando com pessoas e com uma rede social que não admite tropeços éticos ou morais. Pois nesse mundo virtual, toda a informação se torna imortalizada, mesmo que isto seja um simples tropeço.
Que tal, na próxima vez de agir precipitadamente medirmos o que faremos ou diremos? Conte até 10 se algo lhe desperta ira!!!





*Agradeço ao Kush por revisar o texto!!! 😁