A minha visão sobre a ADC

Day 1,816, 03:36 Published in Portugal Spain by S. Santos



Foi necessário analisar com muita calma e paciencia antes de escrever este artigo a actual situação da Associação Democrática do Cidadão (ADC), investigando desde logo os príncipios e a mecânica que envolvem a constituição e a evolução do partido, até ao ponto a que chegou de quase dormência.

Os principios

Agora que estou mais refreado e com mais experiencia de jogo, entendo que um dos motivos pelos quais o ADC pode nunca ter descolado foi o de que partiu de uma premissa base (incluida no manifesto) de que não pretendia ser um partido. Ora se o partido nasceu sem querer ser partido, dificil seria alguma vez o ser.
Pretendia-se demolir e desmascarar os actuais problemas sociais da eRepublika, como o clientelismo e a fachada que escondem os principais partidos de que os mesmos controlam tudo.

Tinham por base 3 principios:

1- Princípio da Dinâmica Estatal Interna (DEI) - Este primeiro principio seria de todo um bom inicio para uma sociedade mais justa, mas claramente iria contra a
própria definição de principio... era mais um fim que um principio.

2- Princípio da Dinâmica Estatal Externa (DEE) - Este segundo principio não deve ser da responsabilidade de um partido nem tão pouco um principio do mesmo. Deve ser uma função do estado que pode e deve assegurar a ajuda aos novatos.

3- Princípio da Dinâmica Social (DS) - O terceiro principio não é mais do que os anteriores somados.

Terminamos o nosso manifesto indicando que não pedimos lealdade... coisa que quebra essencialmente a raiz do proprio conceito de partido (grupo organizado de pessoas leais a uma ideologia ou direcção).

Tivemos mais tarde, da iniciativa da ADC uma série de bons projectos que acabaram por trazer alguns militantes como o Guia dos Media Portugueses.

Cometeram-se erros e tentaram-se iniciativas que nunca deviam ser iniciadas por um partido, como os debates. Também não foram benéficas as trabalhadas "Boris Karpov".

Na sua génese a ADC é um projecto de um homem só, a que uns quantos loucos (eu inclusive) deram crédito e alento.

Parece-me hoje que a ADC dificilmente terá lugar na politica ePortuguesa e que necessita drasticamente de uma "refundação" (acho que esta palavra é capaz de cair mal).

Deverá hoje ser mais do que uma mudança de imagem, mas também de valores e de créditos. Existe a necessidade de ter projectos continuos, dinamicos e que sejam esses projectos a demonstrar aos cidadãos que merecemos o apoio deles e não apresentando mais uma lengalenga eleitoralista de que somos a solução para o mal do ePais e da ePolitica.

Aprendi isto depois da reflexão do que correu mal e do que errei no PRE. E essa reflexão levou-me a acreditar que a melhor maneira de ajudar a ADC era realmente contestar as suas origens e voltar a semear para que possamos colher mais tarde...

No final deste artigo, devem já estar a pensar (pelo menos os criticos e judas do costume) que se o raio do cão era contra tudo isto porque se juntou à ADC?

Porque acredito nas pessoas, e essencialmente na vontade que tem de fazer algo diferente. Lá porque o palavra não é a certa, não quer dizer que abandonemos quem sempre apresentou as mãos para trabalhar...