A Guerra

Day 2,163, 05:27 Published in Brazil Brazil by Varnhagen
Meus caros amigos,

Semana passada ou retrasada, talvez, morreu o Giap. O nome (pronuncia-se "Zap"), assim como o corpo que o carregava, era, antes de tudo, um engano. Pequeno, franzino, o típico asiático de ponta de filme de Hollywood, era, na verdade, de uma estatura colossal. Que digam os franceses, que comeram o pão que o diabo amassou com o rabo em Dien Bien Phu e tiveram que colocar, agora os seus próprios, os rabos entre as pernas e abandonar a velha e complexa Indochina... ou mesmo os nossos “bravos” irmãos do norte, que a despeito de toda tecnologia empregada, amargaram uma sova histórica. O Império nunca mais foi o mesmo. Meu medo é que não aceitem mais, nunca, um novo Vietnan. Uma Cuba até que vá lá. Mas um Vietnan, jamais.

Falo do Giap e me vem a cabeça duas batalhas fantásticas, a das Termópilas e as de Canudos. Lá, poucos pelearam com muitos e, notável, lutaram até o último tiro, até a última facada, até o último homem, mulher, criança, cachorro. Resultados diferentes, dirão os mais afeitos à História. É verdade, é verdade, caríssimo leitor. Numa, a hélade se organizou e expulsou o invasor persa. Noutra, fora o fato de o Brasil se lembrar que havia um sertão longínquo, quase medieval, uma montoeira de cadáveres. Não mais, não menos.

Hoje, aqui nesse simulacro chamado eRepublik, nos encontramos sob ocupação. Passamos de nação com bônus plenos a território ocupado pelos eargentinos. Vítimas de nossas incertezas, de nossa arrogância e de nosso comodismo, tomamos uma banda daquelas. E os platinos, felizes como um petiz em lanchonete, conclamam a população a descer o cacete em nós, alvo preferencial e onde podem, de uma forma ou outra, lavar a alma de suas próprias calamidades. E nessa brincadeira, muitos vão desanimando, vão perdendo a graça com a coisa, falindo, tal e coisa e coisa e tal. Natural. Não que isso já esteja, de certa forma, acontecendo. Mas é a tendência.

O caminho para reverter isso passa, necessariamente, por uma união nunca dantes vista nessa terra cindida que chamamos eBrasil, por um trabalho diplomático daqueles de garantir estátua, junto com o Rio Branco, em qualquer praça, real ou virtual e por grana, muita grana, que é o motor de tudo, seja essa real e/ou virtual. Ou seja, algo que depende de variados fatores. E carrega, com certeza, várias incógnitas. O que não impede, contudo, de irmos mordendo, beliscando, descendo o cacete também, pois é isso que anima, que atrai e que unifica. E acumulando forças. Cada vez mais.

Hoje é um dia importante, pois é o dia “D” se quisermos ter Congresso nesse mês. Evidentemente todas as baterias estão apontadas para o eBrasil e, nesse sentido, qualquer esforço haverá de ser um esforço hercúleo. As guerras, sabe bem o leitor, nesse simulacro, não permitem muitas manobras e está circunscrita a um ou outro movimento. Ultimamente as Guerrilhas quebraram um pouco isso. Mas nada de mais. Se temos condições e se há razoabilidade em tentar recuperar uma região e consequentemente um Congresso nesse momento é assunto para o corpo diplomático e para o Governo, juntamente com seu staff. Às vezes recuar e acumular é mais sensato, às vezes não. Toda jogada é uma jogada difícil.

E volto ao Giap. Aliás, falo em Giap para falar na ofensiva do Tet, onde os americanos, estupefatos, sentiram o lombo arder. É sempre bom aprender com a História. E o círculo, nem sempre, é redondo.

Um abraço a todos, ex cordis,
Varnhagen, aka Mahdi