A Guerra
Varnhagen
Semana passada ou retrasada, talvez, morreu o Giap. O nome (pronuncia-se "Zap"), assim como o corpo que o carregava, era, antes de tudo, um engano. Pequeno, franzino, o típico asiático de ponta de filme de Hollywood, era, na verdade, de uma estatura colossal. Que digam os franceses, que comeram o pão que o diabo amassou com o rabo em Dien Bien Phu e tiveram que colocar, agora os seus próprios, os rabos entre as pernas e abandonar a velha e complexa Indochina... ou mesmo os nossos “bravos” irmãos do norte, que a despeito de toda tecnologia empregada, amargaram uma sova histórica. O Império nunca mais foi o mesmo. Meu medo é que não aceitem mais, nunca, um novo Vietnan. Uma Cuba até que vá lá. Mas um Vietnan, jamais.
Falo do Giap e me vem a cabeça duas batalhas fantásticas, a das Termópilas e as de Canudos. Lá, poucos pelearam com muitos e, notável, lutaram até o último tiro, até a última facada, até o último homem, mulher, criança, cachorro. Resultados diferentes, dirão os mais afeitos à História. É verdade, é verdade, caríssimo leitor. Numa, a hélade se organizou e expulsou o invasor persa. Noutra, fora o fato de o Brasil se lembrar que havia um sertão longínquo, quase medieval, uma montoeira de cadáveres. Não mais, não menos.
Hoje, aqui nesse simulacro chamado eRepublik, nos encontramos sob ocupação. Passamos de nação com bônus plenos a território ocupado pelos eargentinos. Vítimas de nossas incertezas, de nossa arrogância e de nosso comodismo, tomamos uma banda daquelas. E os platinos, felizes como um petiz em lanchonete, conclamam a população a descer o cacete em nós, alvo preferencial e onde podem, de uma forma ou outra, lavar a alma de suas próprias calamidades. E nessa brincadeira, muitos vão desanimando, vão perdendo a graça com a coisa, falindo, tal e coisa e coisa e tal. Natural. Não que isso já esteja, de certa forma, acontecendo. Mas é a tendência.
O caminho para reverter isso passa, necessariamente, por uma união nunca dantes vista nessa terra cindida que chamamos eBrasil, por um trabalho diplomático daqueles de garantir estátua, junto com o Rio Branco, em qualquer praça, real ou virtual e por grana, muita grana, que é o motor de tudo, seja essa real e/ou virtual. Ou seja, algo que depende de variados fatores. E carrega, com certeza, várias incógnitas. O que não impede, contudo, de irmos mordendo, beliscando, descendo o cacete também, pois é isso que anima, que atrai e que unifica. E acumulando forças. Cada vez mais.
Hoje é um dia importante, pois é o dia “D” se quisermos ter Congresso nesse mês. Evidentemente todas as baterias estão apontadas para o eBrasil e, nesse sentido, qualquer esforço haverá de ser um esforço hercúleo. As guerras, sabe bem o leitor, nesse simulacro, não permitem muitas manobras e está circunscrita a um ou outro movimento. Ultimamente as Guerrilhas quebraram um pouco isso. Mas nada de mais. Se temos condições e se há razoabilidade em tentar recuperar uma região e consequentemente um Congresso nesse momento é assunto para o corpo diplomático e para o Governo, juntamente com seu staff. Às vezes recuar e acumular é mais sensato, às vezes não. Toda jogada é uma jogada difícil.
E volto ao Giap. Aliás, falo em Giap para falar na ofensiva do Tet, onde os americanos, estupefatos, sentiram o lombo arder. É sempre bom aprender com a História. E o círculo, nem sempre, é redondo.
Um abraço a todos, ex cordis,
Varnhagen, aka Mahdi
Comments
Pois é.. sejamos como os Chinas: pau neles a todo instante.
Se tomarmos por roleplay o papel da resistência, vamos parar de nos animar com essa gana de bonus Full em um país que não é TOP 15 de Dano mundial.
Assim, a cada nova batalha perdida não ficaremos tão desanimados - pois ao menos teremos a chance de voltar e infernizá-los em outra bateria de RWs.
Concordo com tudo Varnhagem. Mas permita-me um comentário...
Os americanos tiveram uma vitoria militar na ofensiva do Tet. Morreram muitos vietcongs e pouquissimos americanos. Mas caiu a ficha que eles, americanos, jamais venceriam essa guerra nos moldes que ela estava sendo combatida, A pancada no lombo foi virtual...
Ou seja, o combate puro e simples não valia naquela guerra, onde o inimigo surgia do nada, morria com prazer. Mais ou menos como os mulcumanos do Al-Quaeda.
Nesse jogo, como vc bem o disse, não dá pra fazer muito movimento. A guerra é ganha com união, empenho e diplomacia, coisa que está faltando aqui...
Finalizando... o Vietnam fez com que os "gringos" aprendessem muita coisa desse novo "estilo de guerrear". E o impressionante é que eles aprendem e cada vez retornam mais fortes. Esse é o que nosso Brasilzão tem que aprender de bom com eles, no real, e com os "Argies", no virtual.
Saremos nossas feridas. Engulamos nossos orgulhos. Unamo-nos. E que, uma vez resolvido esse problema da ocupação, criemos mecanismos de evitar isso novamente, no futuro.
No mais, votado.
Ai depende do ponto de vista, eles podem ter vencido nos números, mas com certeza perderam na moral da tropa, que já não era boa.
o Tet, do ponto de vista puramente militar, tático, pode ser entendido como uma derrota. Do ponto de vista estratégico, foi uma vitória. É a partir dessa ofensiva que o caldo entornou de vez...
Perfeitos os comentários...
Somente gostaria de ressaltar que uma guerra tem que ser vencida no campo que ela se apresenta. Foi assim que os colonos americanos venceram o mais poderoso exercito da época, o ingles, que os vietcongs venceram os americanos e franceses, que a "blitzkrieg" detonou a Europa Ocidental enquanto Hitler deixou o Estado Maior traçar os planos de guerra , e por ai vai...
Nesse e-republik, o campo é - UNIÃO DAS LIDERANÇAS, APOIO HOMOGENEO DAS DIVISÕES e DIPLOMACIA.
Não temos lideranças unidas, somente os "Visa Players" atuam e geralmente na quarta divisão, sendo que nas demais os novatos morrem de fome e Diplomaticamente não sei porque não nos alinhamos logo com uma das forças dominantes, TWO ou CoT, numa neutralidade idiota...
O resultado não poderia ser pior.
A realidade é que o Brasil deveria aderir de uma vez à COT. Para aqueles que discordam, respondam as perguntas: quantos da TWO lutam por nós? E quantos da TWO lutam pela Argentina?
Então??? Cade a po**@ do MoFA? Porque não atua?
Resposta - porque está comprometido com panelices, frigideirisses e outras politicas das mais torpes e erradas...
Tem uma "coisa" acontecendo neste exato momento que vai atochar mais ainda o Pais... mas isso é uma opinião minha, pessoal, que vou manter pra quem se interessar e conversar no particular...
Belas palavras, mas um grande artigo!!!
Votado!!!
eh sempre agradável poder ler outro dos seus textos mahdi, votado
votado, depois passo aqui para ler e comentar.
ótimo
votado
Giap é daquelas pessoas que não devem ser esquecidas (na verdade primeiro precisam ser conhecidas), muito superior, em vários sentidos, ao ícone Guevara (que, além de ser bom no que fazia, teve as vantagens de ser "branco" e um marketing superior), e simplesmente desconcertante para a mentalidade militar tradicional e rígida (se tivessem de enfrentar uma nova guerra do Vietnam hoje, os EUA estariam explodindo pântanos e árvores com seus drones (ou mais provavelmente explodindo esses drones colidindo contra árvores e pântanos por conta de alguma invenção simples e elaborada com barro fofo e pedra lascada pelos geniais vietnamitas,,,).
Infelizmente o eRep não tem mecanismos que permitam a ação da genialidade de pessoas como Giap (ou mesmo Guevara, ou heróis de várias guerras de resistência assimétrica....), me unindo ao coro dos que já estão reclamando a muito tempo: o jogo se resume a quem tem mais cartões de crédito... bom, pelo menos poderiam inventar um jeito de aplicar o dinheiro do cartão de crédito para verdadeiras guerras de resistência, então.
votado. mas esse Giap era um fdp, só o comunista do Mahdi pra gostar dele, mesmo.
#cuidado:temumMahdidebaixodasuacama
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, pô Rex!!!! Eu não sou comunista! Sou um velho social-democrata, afeito à Escola de Frankfurt...
é comunista sim!!