A Alvorada

Day 4,112, 13:15 Published in Portugal Portugal by Jonh Raymond

Os meus cumprimentos a todos os compatriotas portugueses e restantes camaradas estrangeiros.

É com um certo sentimento de nostalgia que volto a escrever-vos, meus amigos. Pensar no que vos dizer, como o fazer e simultâneamente ouvir o dócil som do teclado é... reconfortante. Acredito que muitos como eu, no regresso a esta comunidade, a este jogo, sentiram o mesmo. Aquela sensação de regresso a algo que nunca partiu. Por motivos pessoais tive a minha vida condicionada por cirscunstâncias que não me permitiam dispôr de tempo para servir-vos como anteriormente o fazia. Contudo, aqui estou, uma vez mais.


Faltam palavras, confesso-vos, para descrever a perplexidade estampada no meu rosto quando no primeiro piscar de olhos in-game noto que estamos sob ocupação croata. "Não é possível!", pensei. "Tivémos altos e baixos, mas tamanha ocupação não seria possível. O que raios se passou?". E foi justamente a indagar-me que começei a aperceber-me do estado decrépito do nosso país. Além de conquistados por Croatas, fomos nós os responsáveis também por essa mesma invasão, em tentativas recorrentes de alimentar egos individualistas insaciáveis em decisões no mínimo... pouco racionais. Estarrecido fiquei quando aoube dos sucessivos Air Strikes que a nossa enação lançou ao longo dos últimos meses. Com que objetivo, devo-vos perguntar?

Entendo que haja a necessidade de acalmar o calor presente no nosso sangue, a vontade de conquistar e voltarmos ao que fomos em dada altura. De acordar a comunidade. Entendo tudo isso. Entendo até que haja a necessidade de calar determinados ruídos no fundo do grande salão que quisessem gastar ouros e barras numa ou outra batalha. Contudo, vos pergunto: qual é o limite do bom senso? Aparentemente nenhum.

E agora presos do destino estamos ou diria melhor: da dupla possibilidade dele. Será que no nevoeiro virá uma Roménia (depois de ajudar outros como nós) ou o fim da estadia croata será pelo excesso de sol característico deste nosso país? Uma nação outrora rejubilante, presente na sua Aliança, diplomáticamente forte e estável, jaz agora no chão presa ao desejo de "meninos maiores do que ela". "Faltaram tanks!" ... "A comunidade estava adormecida"..."Não tínhamos hipóteses". Muitas das frases e exclamações que certamente foram ditas nos últimos tempos. Contudo, onde está a diplomacia portuguesa? Uma das nossas maiores armas? A ferramenta que nos valeu quando tudo perecera? Tornou-se ela também, como Eça diria, numa "forma da ociosidade, passada no estrangeiro" ?

No entanto, estive ausente. É talvez presunçoso pensar que poderei alvitrar ou julgar outros quando nem sequer presente estive. Não pretendo alvitrar e muito menos julgar, como anteriormente e prontamente disse. Algum motivo de certo justificou tamanha ousadia. No entanto, não poderia deixar de vos escrever, neste meu regresso, sobre o que primeiramente pensei e senti. Desilusão. Mas sobretudo vergonha, vergonha por aperceber-me que a culpa era, somente, nossa.

Contudo, não sou pessimista. Foi com uma certa alegria que notei que a comunidade está de certa forma mais... acordada. Sei que temos hábeis políticos, poderosos tanks e eloquentes diplomatas e jornalistas. Sei bem, apesar do meu afastamento, do que somos feitos. Mas também sei que isso não basta. Sentarmo-nos numa gasta cadeira, numa quente e monótona planície alentejana, a recordar-nos do que fomos (alentejana não pode ser, porque até isso nos roubaram). É preciso ação. É preciso movimento. É preciso iniciativa, entusiasmo, coragem, bravura meus amigos! Como o nosso Eça disse, “Meninos, nada regenera uma nação como uma medonha tareia...”. E é nisso que quero piamente acreditar. Como numa ocasião pude bradar: por ePortugal e com ePortugal!

Com saudosos e mais alegres cumprimentos de certo,
O vosso camarada,
Jonh Raymond

"Que os muitos por ser poucos nam temamos"