2011 vs 2013 - Déjà vu ou nem por isso?

Day 2,017, 08:45 Published in Portugal Portugal by Nuno Vieira
O mesmo povo, uma diferente reacção.


É esta a frase que utilizaria se assim tivesse que definir um termo comparativo entre os anos 2011 e 2013. A capacidade de entrega e capacidade evolutiva dos dias de hoje em nada se assemelham ao que foi demonstrado pelo povo português nos idos de 2011, onde a convergência em torno da vontade de mudança foi uma constante nos primeiros meses desse ano e que conduziram o país a uma das mais belas fases da sua história ou talvez mesmo a mais importante.

Nos últimos dias, através de 3 artigos em especial, fiquei focado nesta dificuldade que atravessamos e no meu pensamento ficaram ainda mais vincadas as parecenças entre os anos já referidos. Esses artigos foram a entrevista do Lucifel, o artigo sobre a necessidade de organização interna dos partidos da autoria do Julio o Dildo Humano e ainda a apresentação de uma proposta de organização militar do Citizen99. O primeiro foca aspectos muito importantes naquilo que tem de ser a vontade de mudança a bem do país e não a bem do pensamento individual, focando-se na grande necessidade de analisar os novos contextos e aplicar medidas arrojadas sem medo. O segundo transmite-nos ideias pessoais do autor que vão ao encontro da reorganização interna dos partidos com vista a obter resultados a diversos níveis, tais como a qualidade dos políticos, a sua formação, a discussão aberta de ideias e propostas e ainda o culto pelo respeito dessa organização e consequente elevar da qualidade politica em Portugal. No último artigo referido somos transportados para uma idealização de como seria uma nova reorganização militar como muitas das que já existiram mas sendo esta extensível ao universo militar nacional e não se restringindo à típica remodelação das FAP.

Voltando à analise comparativa, em 2011 o trabalho começou a ser feito logo em Janeiro, estendendo-se a Fevereiro ainda com alguma lentidão mas entrando nos eixos nos meses seguintes até desembarcar no auge que foram os mandatos do Lucifel, classificados como o ponto alto de todo o trabalho desenvolvido mês após mês. A construção baseou-se em fases que os CPs e seus Governos souberam interpretar da melhor maneira, nunca sobrepondo medidas desnecessárias ou utópicas às que realmente interessavam e surtiriam efeito. Nos primeiros mandatos a necessidade era recuperar o país, seguido de recuperar as instituições e acima de tudo de recuperar a população e a forma de relacionamento entre povo e poder. A reinstalação das FAP como exército de referência foi uma das medidas seguintes, visto que já a sociedade tinha recuperado alguma estabilidade e conseguia assim o Governo dedicar esforços a outras metas. Os negócios estrangeiros passaram então a poder trabalhar a todo o gás, fundeados num país que voltou a saber o que queria, onde queria estar e com um exército que finalmente voltava a poder respeitar as suas responsabilidades internacionais. Portugal recuperou o seu estatuto de país não por sair do wipe mas por se ter erguido e consumado a sua recuperação interna.

Se olharmos ao corrente ano depressa chegamos à conclusão que nada corre como correu em 2011 e que para um país que já passou por situação semelhante acaba de provar que pouco aprendeu nesse campo. Ora vejamos, em Janeiro continuou a politica de luta militar contra o wipe não desenvolvendo o Governo qualquer outro esforço sem ser esse, o qual já se sabia de antemão que sería inglório e com custos irreversíveis nas contas públicas. Chega Fevereiro e o único acto de mudança ou reconstrucção é a saída abrupta da EDEN completamente desprovido de outras medidas que dessem suporte a tal decisão. Se isso fosse colocado em campo incluído num plano de crescimento para o país até podia ser visto com outros olhos mas feito em 5 minutos num artigo sobrou muito tempo ao Governo para trabalhar noutros aspectos e não o fez. Março e Abril são os únicos meses onde há uma consciência de necessidade de mudança e de colocar em campo algo que sirva de alavanca ao crescimento do país, primeiro com as negociações do tratado que com a sua dureza acabam por consumir grande parte de Março e depois com a melhoria do pacto realizada em Abril. Por último neste mês de Maio voltamos a não dar seguimento ao índice de trabalho apresentado dos dois meses anteriores e o país volta a estagnar, principalmente numa altura onde a preocupação de renegociar o tratado já não é tão latente e a obrigação do Governo era instituir outras prioridades que visassem continuar a progredir. O que se vê são países que recomeçaram depois de nós e já delinearam uma estratégia, tais como a Roménia e a Colombia, ambos nossos ex aliados na EDEN e que estão já completamente concentrados noutros objectivos. Não se entende como não se assinam MPPs e se coloca as FAP e os cidadãos portugueses a cooperar em acções militares, obrigando as Mus nacionais a ter que fazer “ginástica” para apresentar alguma coordenação. Também não se entende o silêncio do Governo e a falta de presença dos seus constituintes na discussão de medidas salutares e muito menos se vê alguma comunicação entre o estado e os cidadãos, nem que seja para dizer que nada fizeram.

Espero sinceramente que o tempo passe rápido e que uma nova eleição chegue, trazendo um novo CP e uma nova equipa e principalmente estou esperançado que traga acima de tudo uma nova vontade de fazer coisas.

Abracinhos a todos
Nuno Vieira