¡Ya basta! Quem é TYRANT?

Day 244, 06:50 Published in Brazil Brazil by Tyrant
"Marcos é gay em São Francisco, negro na África do Sul, asiático na Europa, hispânico em San Isidro, anarquista na Espanha, palestiniano em Israel, indígena nas ruas de San Cristóbal, rockero na cidade universitária, judeu na Alemanha, feminista nos partidos políticos, comunista no pós-guerra fria, pacifista na Bósnia, artista sem galeria e sem portfólio, dona de casa num sábado à tarde, jornalista nas páginas anteriores do jornal, mulher no metropolitano depois das 22h, camponês sem terra, editor marginal, operário sem trabalho, médico sem consultório, escritor sem livros e sem leitores e, sobretudo, zapatista no Sudoeste do México." Enfim, Marcos é um ser humano qualquer neste mundo. Marcos é todas as minorias intoleradas, oprimidas, resistindo, exploradas, dizendo ¡Ya basta! Todas as minorias na hora de falar e maiorias na hora de se calar e agüentar. Todos os intolerados buscando uma palavra, sua palavra. Tudo que incomoda o poder e as boas consciências, este é Marcos."

Todos os fatos citados aqui podem ser comprovados no Jornal O TRABALHO:
http://www.erepublik.com/company-22772.html


Eu poderia muito bem pegar a frase do Subcomandante Marcos e adaptá-la ao contexto Erepublikano, mas decerto que muitas almas apolitizadas deste jogo não entenderiam o contexto e o texto, nem sequer poderiam fazer a abstração do mundo das lutas politicas e movimentos sociais da realidade à virtualidade.
Ainda que trechos desta frase possam me fazer ridiularizar perante as mentes incautas, penso que é melhor dar-lhe condições de conhecê-las por inteiro.

Bom, muitos aqui, após os acontecimentos de sexta-feira última devem estar se perguntando: com qual legitimidade este "tyrant" questiona a E-ordem vigente e a suprema autoridade de nosso senhor: o presidente. Alguns ainda me nomeam como um 'frustrado', alguém que nunca foi ninguém neste jogo e que 'deu a louca' agredindo indiscriminadamente figuras 'notórias' e autoridades deste jogo.

Sim admito. Sou um 'frustrado'. mas não sou um frustrado por não ter sido 'alguém' em ER (como se isso fosse possível num mundo virtual complexo e por vezes despersonalizado).

Sou frustrado por depois de conseguir - junto à mentes questionadoras desde jogo (e que agora já o abandonaram, ou se guardaram ao silêncio) - elevar o nível do debate, assegurar que um presidente após o outro neste jogo (todos após ED, conseguindo inclusive apoio deste pela qualidade das propostas apresentadas) fosse melhor que o anterior, criar um espaço legitimo de discussões politicas e propostas, criar o costume de apresentação de propostas aos cargos majoritários (sim meus caros, antes de nós ninguém apresentava propostas para se eleger, as propostas vinham depois que se estava no poder). enfim, frustrado porque depois disso tudo andamos pra trás, no mínimo uns três meses.

A guerra de fóruns trouxe a nós o que era impossível a pouco tempo: alguém sem a minima de capacidade politica e gestão ser alçado ao poder maior: culpa de alianças (não paradigmáticas nem idealistas) de ocasião, alicerçadas principalmente em torno de conflitos extra-erepublikanos, na 'fórum-wars' que conheço muito bem, desde os idos de 2001 (pra quem não sabe o alge das disputas de foruns no pais, entre eles cito: hardmob, hangar, starcenter, gamers, brekgames, outerspace, uoljogos, seganet, entre outros).

O que me 'frustra' não é o fato dos fóruns terem chegado, pelo contrário, acredito que eles somam, e a sua chegada nos garantiu subir no ranking do jogo. O que me 'frustra' é que depois de uma longa luta (primeiro como sindicalista, depois como fundador do primeiro partido de esquerda, depois como prefeito de são paulo, depois como presidente do congresso nacional, depois como cabo eleitoral do me grande amigo reshev) ver um 'inapto' pular da prefeitura de brasilia, por sobre os ombros de vários, alguns mais experientes (brito, reshev), outros não tão experientes mas rico em idéias (tex etc.), e ser alçado ao poder maior, mesmo demonstrando incapacidade na própria prefeitura de brasilia.

o pior de tudo é dizer que não sou ninguem:
- não basta ter sido fundador do USB, e de um partido nanico com 3 membros, ter chegado a ser a maior força politica do pais, ter tido os politicos mais influentes e participativos (e não fosse graças à luta de foruns estariam presentes até hoje)


- não basta ter fundado o sindicato dos trabalhadores, primeiro movimento social legitimo e legitimador da luta das classes operárias, copiado por trabalhadores de outras nações.

-não basta ter sido o pensador de diversas propostas de insituicionalização deste pais. (que vcs ousam desrespeitar): A criação do congresso nacional, a criação do diário oficial (para separar o publico do privado), a proposta de empresas publicas de setores essenciais. (TODAS realidade no contexto erepublikano e hoje, sem ao menos termos alcançado o poder executivo nacional)

-Não basta ter sido presidente do Congresso, numa época em que estava baixando a participação dos congressistas. O meu caro olorum, não fossemos nós (eu e brito) não teria nem sequer um fluxo de trabalho, nem uma lei especifica para seguir no processo legislativo.

-não basta ter organizado um 'cordão de isolamento' para retirar a figura publica do presidente bunaly do foco de perseguições e garantir que ele desse continuidade as reformas necessárias à construção de um e-ESTADO DEMOCRATICO DE DIREITO, diferentemente da prática adotada pelo atual governo.


como nada disso Basta, Ainda assim sou ninguém, pensei... qual minha serventia nesse jogo, bem servido dessa politica provinciana e desideologizada?

pois bem, até semana passada dava como certa meu abandono na política erepublikana, mas percebi que ainda sirvo neste jogo. Sirvo naquilo com a qual iniciei neste jogo: Questionar!

Brito, "o mais leal dos oponontes" já sabia das minhas idéias neste jogo, radicalmente contra à do poder dominante na época. Mas ainda assim o admiro: por ser sujeito pensante, mesmo capitalista acumulador, ter projeto de pais, não almejar apenas o poder, mas ter idéia do que fazer com ele.

Os que estão atualmente no poder não: nem sabem ao menos o que fazer com esta máquina administrativa. Estamos na mão de descelerados.

Mas lembrem-se, como disse o poeta:
Estes que estão ai, atravancando o meu caminho, estes passarão. Eu passarinho.

e é com esta nota que eu inicio o meu trabalho de agitação politica, parafraseio, com licença poética a memorável frase do subcomandante do exército zapatista de libertação nacional, Marcos e faço dele as minhas palavras no contexto e-republikano :

"Tyrant" é todas as minorias intoleradas, oprimidas, resistindo, exploradas, dizendo ¡Ya basta! Todas as minorias na hora de falar e maiorias na hora de se calar e agüentar. Todos os intolerados buscando uma palavra, sua palavra. Tudo que incomoda o poder e as boas consciências, este é "Tyrant".