[Brasil] Governo Vs Estado: um Golpe no Exército.

Day 1,193, 08:38 Published in Brazil Serbia by AmaroRS

É complicado falar de embates políticos, pois envolvem paixões.
Não acredito que um lado esteja correto e o outro errado, mas é isso que cada lado tentará provar.


* GOVERNO E ESTADO, QUESTÕES DIFERENTES.

Antes de mais nada:
- Estado é a estrutura do país, essa não depende de partido ou de quem foi eleito. São as instituições do país.
- Governo é o grupo que atualmente gerencia o Estado, é temporária e eleita.



Com a entrada do novo presidente Fernando Sucre - líder da milícia CAT - confrontos entre Governo e Alto Comando (liderança do exército) têm surgido.

E já nesse ponto muitos pensarão:
"Mas o Alto Comando é preguiçoso e inerte, tão acostumados com a situação."
Pode ser, não discutirei nesse aspecto, mas a questão é como a coisa está sendo feita.

Nesse ponto, agora, dirão:
"Mas você já foi do Alto Comando, é do clubinho deles... é óbvio que falará a favor. Tu era do exército!"

Então quero esclarescer uns detalhes:
Eu há muito tempo não participo da cúpula do exército, porque estava ausente, então não sei o que se passa.
E há algum tempo também estou como civil (2 meses já), se quer tendo acesso aos canais do exército.

O que falarei aqui é como cidadão.
Um cidadão que gosta do exército e respeita o esforço que foi feito para que tivéssemos a estrutura de hoje.



* A BRIGA: MILÍCIA E EXÉRCITO

O grande problema é que SEMPRE houve atrito entre Milícia e Exército.
Uma birra estúpida, burra, inútil, cega... tudo, então, é motivo pra picuínha.

'A' quer dar pitaco em 'B', esquecendo como é fácil alguém se sentir provocado quando alguém 'de fora' chega querendo dizer o que deve ser feito...



* ALTO COMANDO: UMA INSTITUIÇÃO ESTATAL

O Alto Comando foi criado justamente pra blindar o exército das marés do governo, numa época onde frequentes 'reestruturações no exército' o deixavam vulnerável.

Sua criação foi debatida no fórum do eBrasil, e foi aprovada.
É fruto de debate democrático, de decisão coletiva, incluindo Ministério da Defesa, Governo, Congresso e Cidadãos.

Um governo não pode ter o poder, então, de destruí-lo totalmente sob a premissa de renovação.
Pode, porém, questionar a atual gestão e exigir renovações, é claro.

Aparentemente não é esse questionamento que está acontecendo, e sim uma Caça às Bruxas - é o sentimento que surgiu por membros do Exército.

E me permitam correr o risco de ser exagerado. Como alguém de fora que houve rumores sombrios...

Eu particularmente conheço dois ex-membros ativos do Exército, oficiais atuantes, que saíram ou foram expulsos, por essa intervenção do Governo.

Qualquer intervenção totalitária não escapa da classificação de Golpe!



* QUEM É O ALTO COMANDO?

Os membros do Alto Comando, são pessoas que há muito tempo estão envolvidas na gestão do exército: planilhas, distribuições, alistamento.

Pessoas totalmente envolvidas com o Exército, estão ali para ajudar, querem ver o Exército forte, ágil e decisivo.

Não significa que sejam mestres econômicos, ou que consigam manter a eficiência máxima, mas não digam também que algo que eles fizeram não sirva de exemplo pros outros.

Eles merecem o respeito de qualquer cidadão, pela simples História que representam.



* O QUE FAZER?

Essa solidez é positiva sim, porque permite um progresso contínuo.
Pode também incentivar a acomodação, certamente.

Tem-se que trabalhar no meio termo ideal.
Mas só será atingido com diálogo e respeito.


Tive uma breve, conversa com o Mazarino.
Na época da criação do Alto Comando (Governo JhonPand - Lazarus) ele era o então Ministro de Defesa.

- AmaroRS:
Na época da criação do Alto Comando, foi debatido no fórum, em sessão aberta?
- Mazarino:
Eu abri um tópico na parte aberta do Congresso, onde qualquer cidadão podia opinar.

- AmaroRS:
Qual tua opinião do Alto Comando hoje?
- Mazarino:
Acho que deveria ter eleições internas dos comandantes e mandato com prazo fixo.
Mas sou totalmente a favor da autonomia do AC (Alto Comando).

Queria só confirmar as informações que eu tinha, com o Mazarino, mas achei sua opinião totalmente válida, e que reforçava o ponto que eu queria chegar com o artigo.

Não estou falando de Alto Comando imutável, inalterável, eterno; mas que mantenha as premissas de autonomia e independência das volatilidades dos Governos.


* OPINO:

Minha sugestão é que o Alto Comando promova um processo de revitalização, que pode até ser supervisionada.
Para que novos nomes, já integrantes do Exército, possam se envolver ainda mais.

O que não pode acontecer porém, é um Golpe Ditatorial numa Instituição Estatal - note: Estatal e não Governamental.



Salut,
AmaroRS.


p.s.: Cheguei a seguinte conclusão: imagens são pra biados e fracos! 😉