[2T] Apresentação do Jornal

Day 1,134, 15:05 Published in Brazil Brazil by Israel Barbosa



Salve caríssimos. Esta é a primeira edição do meu jornal, o “DoubleThinker”. Provavelmente alguns já estão matutando qual seria o motivo desse nome incomum. Creio que alguns leitores já devem ter lido a Magnum Opus de George Orwell “Nineteen Eighty-four” ou “1984”. Um livro que deveria ser lido por qualquer pessoa que não queira viver manipulada.

Para aqueles que ainda não leram, esse livro distópico mostra um mundo imaginado por Orwell em 1984 (foi escrito em 1948 ) em que o controle mental e a paranoia da vigilância 24/7 seria uma rotina cotidiana. Nele a ideologia política do INGSOC (English Socialism) rege toda a Oceania, uma das superpotências mundiais juntamente com a Eurásia e a Lestásia.

O maior delito de todos era o “crimideia” ou crime do pensamento. O governo até dispunha de uma polícia especializada nesse "desvio de conduta".Winston, o protagonista do romance, chega a dizer em uma parte que o Crimideia não acarretava morte. Crimideia era a própria morte.

O INGSOC também pregava a existência do “Grande Irmão” ou “Big Brother” (alguns se lembraram de nádegas agora) que era o líder infalível de toda Oceania. Ele nunca foi visto pessoalmente e nem dialogava diretamente com o povo.







Poderia ficar discorrendo acerca do livro durante muito tempo, mas iria fugir do foco do artigo. O nome do jornal se baseia na “Novilíngua” que era a substituta do Inglês. O seu objetivo era a condensação máxima das palavras e consequentemente das ideias. “Doublethink” ou “duplipensar” seria o ato de crer em duas ideias contraditórias simultaneamente. Estranho, não?

Embora no livro esse termo tenha uma conotação de certa forma hipócrita, dado o contexto do uso, acho absolutamente fascinante se usado da forma devida. Aristóteles já dizia: “In medio stat virtus”. De fato é verdade. No campo específico das relações humanas não existem verdades absolutas. O que hoje é colocado como incontestável, dias depois pode se tornar ridículo. A melhor forma de alcançar a verdade é através da flexibilidade.

Não prometo aqui um jornal imparcial. Bah, longe disso. Imparcialidade absoluta só serve para embelezar slogans da mídia. Mesmo num texto analítico, preto no branco, seria possível salientar alguns dados e esmaecer outros. Como a minha proposta é de um jornal crítico, o que era improvável se tornou impossível. Desejo a parcialidade sim, mas essa com responsabilidade acima de tudo.Também não será um periódico. Quando achar um assunto pertinente com certeza farei um artigo.



O mais provável é que o “DoubleThinker” tenha um foco voltado a política interna do país. Entretanto nada impede que venha a opinar sobre outros setores como o econômico ou militar. Nesses casos irei buscar os dados com as pessoas melhor informadas sobre esses tópicos e fazer minha crítica sobre o que for passado por eles, juntando com o que tenho visto.

Muito me agrada a hipótese de mostrar aqui os dois lados da moeda. Expor tanto o que a “situação” pensa quanto as visões da “oposição”. Não tenho medo de fazer autocríticas minhas ou do meio ao qual estou inserido. Talvez algumas opiniões venham a incomodar até pessoas ligadas diretamente a mim. Se for preciso será feito.

Abraham Lincoln deixou uma grande lição:

“Os princípios mais importantes podem e devem ser inflexíveis.”


Um forte abraço a todos os eBrasileiros. É momento de ver que nessa coisa que vem ocorrendo de olho por olho e dente por dente nós estamos criando um país de caolhos e banguelos.