na era dos Viriatos

Day 1,609, 11:58 Published in Portugal Portugal by John Bokinski

Quando comecei a jogar este jogo, em finais de 2008 existiam duas alianças, a PEACE e a Atlantis.

A PEACE incluía uma grande potência que era a Indonésia e uma potência em crescimento na altura a Hungria, que tinha sido recentemente wipada pela Roménia e estava em fase de recuperação da sua autonomia. Adicionalmente a PEACE incluia grande parte da Europa Ocidental, Portugal, França e Itália que eram ainda potências importantes (especialmente Portugal e a Itália) e o Brasil.

A Atlantis baseava-se essencialmente no eixo EuA/Canadá-Espanha-Roménia. A Escandinávia tb era Atlantis (pelo menos Suécia e Noruega). O actual território Russo era controlado pela Roménia e pela Noruega.

A primeira guerra que definiu as alianças, foi a famosa operação "French Toast", também chamada de 1ª Guerra Mundial, na qual os EUA e o Canadá avançaram contra a França. No entanto, a guerra que provavelmente mais marcas deixou nas alianças foi mesmo a batalha pela recuperação de soberania da Hungria.

A partir destas duas guerras a PEACE declarava-se como uma aliança que protegia a soberania dos países mais fracos (apesar da Indonésia ter o mais vasto império do eRep) e acusava a Atlantis de imperialismo, enquanto que a Atlantis acusava a PEACE de ser igual a eles, e só proteger aquilo que lhes interessava.

Portugal tinha orgulho de ser PEACE. Lutar para proteger a França ou a Hungria era tão importante como defender o próprio território. As guerras eram menos frequentes, e a população activa sempre sabia o que se estava a passar com os nossos aliados. E quanto a PEACE decidiu atacar os EUA e Canadá no verão de 2010, os ePortugueses seguiram Euphonix e o seu bando de Viriatos à conquista do solo americano. Portugal passou a dominar, a Georgia, o Tenessee e glória suprema, a nossa bandeira subiu ao mastro da Casa Branca quando conquistámos Washington DC.

Os EUA foram quase totalmente wipados, algo que anteriormente se pensava impossível, mas curiosamente o maior feito militar da aliança ditou também o início da sua queda. A invasão dos EUA quebrou as bases pela qual a PEACE se definiu, e se a Atlantis ruiu devido ao seu insucesso e PEACE desmoronou-se no pináclo do seu sucesso.

O ponto que eu queria fazer era o seguinte; hoje muito se fala de promover uma nova espansão territorial como forma de suportar um baby boom, ou um crescimento da motivação da população. Fala-se de Espanha, e de outros destinos ainda menos compreensíveis (visto serem aliados) mas eu acho que a solução está para além disso.

Portugal precisa de um "ideal", um objectivo que seja a essência da sua comunidade. E esse ideal não tem de ser militar, pode ser social ou económico ou de outra natureza (incluindo a militar 😃). Mas tem de ser um ideal que una toda a comunidade e dificil de atingir, que exija tempo e trabalho.

Mas para criar um ideal comum não se pode ser dono de ideias, a capacidade de influenciar alguem depende sempre da nossa capacidade de nos deixarmos influenciar pelos outros. Não é possível produzir um ideal de forma perfeitamente planeada. Em necessário alguma estrutura, mas não demasiada estrutura ou caieremos sempre no vícios das nossas próprias limitações.

Um ambiente em que grupos de pessoas se criticam umas às outras com base em alianças pessoais e não na razão, nunca permitirá que esse ideal comum nasça. É um ambiente estéril para a criação de ideais. E aos poucos provoca a erosão da comunidade.

Durante o Verão passado Portugal tinha um ideal, e isso fez progredir as nossas fronteiras e a riqueza geral do país. No entanto, esse ideal esgotou-se quando foi materializado e nunca fomos capazes de o substituir por algo novo.

Tal como a PEACE se desmoronou com a derrota da Atlantis, também nós definamos sem algo que nos una. Sem uma vontade colectiva que nos mova.