na era dos Viriatos
John Bokinski
Quando comecei a jogar este jogo, em finais de 2008 existiam duas alianças, a PEACE e a Atlantis.
A PEACE incluía uma grande potência que era a Indonésia e uma potência em crescimento na altura a Hungria, que tinha sido recentemente wipada pela Roménia e estava em fase de recuperação da sua autonomia. Adicionalmente a PEACE incluia grande parte da Europa Ocidental, Portugal, França e Itália que eram ainda potências importantes (especialmente Portugal e a Itália) e o Brasil.
A Atlantis baseava-se essencialmente no eixo EuA/Canadá-Espanha-Roménia. A Escandinávia tb era Atlantis (pelo menos Suécia e Noruega). O actual território Russo era controlado pela Roménia e pela Noruega.
A primeira guerra que definiu as alianças, foi a famosa operação "French Toast", também chamada de 1ª Guerra Mundial, na qual os EUA e o Canadá avançaram contra a França. No entanto, a guerra que provavelmente mais marcas deixou nas alianças foi mesmo a batalha pela recuperação de soberania da Hungria.
A partir destas duas guerras a PEACE declarava-se como uma aliança que protegia a soberania dos países mais fracos (apesar da Indonésia ter o mais vasto império do eRep) e acusava a Atlantis de imperialismo, enquanto que a Atlantis acusava a PEACE de ser igual a eles, e só proteger aquilo que lhes interessava.
Portugal tinha orgulho de ser PEACE. Lutar para proteger a França ou a Hungria era tão importante como defender o próprio território. As guerras eram menos frequentes, e a população activa sempre sabia o que se estava a passar com os nossos aliados. E quanto a PEACE decidiu atacar os EUA e Canadá no verão de 2010, os ePortugueses seguiram Euphonix e o seu bando de Viriatos à conquista do solo americano. Portugal passou a dominar, a Georgia, o Tenessee e glória suprema, a nossa bandeira subiu ao mastro da Casa Branca quando conquistámos Washington DC.
Os EUA foram quase totalmente wipados, algo que anteriormente se pensava impossível, mas curiosamente o maior feito militar da aliança ditou também o início da sua queda. A invasão dos EUA quebrou as bases pela qual a PEACE se definiu, e se a Atlantis ruiu devido ao seu insucesso e PEACE desmoronou-se no pináclo do seu sucesso.
O ponto que eu queria fazer era o seguinte; hoje muito se fala de promover uma nova espansão territorial como forma de suportar um baby boom, ou um crescimento da motivação da população. Fala-se de Espanha, e de outros destinos ainda menos compreensíveis (visto serem aliados) mas eu acho que a solução está para além disso.
Portugal precisa de um "ideal", um objectivo que seja a essência da sua comunidade. E esse ideal não tem de ser militar, pode ser social ou económico ou de outra natureza (incluindo a militar 😃
). Mas tem de ser um ideal que una toda a comunidade e dificil de atingir, que exija tempo e trabalho.
Mas para criar um ideal comum não se pode ser dono de ideias, a capacidade de influenciar alguem depende sempre da nossa capacidade de nos deixarmos influenciar pelos outros. Não é possível produzir um ideal de forma perfeitamente planeada. Em necessário alguma estrutura, mas não demasiada estrutura ou caieremos sempre no vícios das nossas próprias limitações.
Um ambiente em que grupos de pessoas se criticam umas às outras com base em alianças pessoais e não na razão, nunca permitirá que esse ideal comum nasça. É um ambiente estéril para a criação de ideais. E aos poucos provoca a erosão da comunidade.
Durante o Verão passado Portugal tinha um ideal, e isso fez progredir as nossas fronteiras e a riqueza geral do país. No entanto, esse ideal esgotou-se quando foi materializado e nunca fomos capazes de o substituir por algo novo.
Tal como a PEACE se desmoronou com a derrota da Atlantis, também nós definamos sem algo que nos una. Sem uma vontade colectiva que nos mova.
Comments
Mais uma vez, excelente artigo!
Não jogava na altura das guerras e alianças que relatas mas concordo plenamente com o ponto pretendes demonstrar. Um objectivo comum a todos é necessário em qualquer comunidade para que esta cresça e se desenvolva para melhor.
Diversas vezes disse já que não temos (nem devemos) ter todos as mesmas ideias mas devemos saber expô-las de forma educada e construtiva. Só com um ambiente onde cada possa falar e discutir tudo aquilo que quiser é que podem surgir ideias novas e que promovam o crescimento do país, bem como manter todos os jogadores envoltos num sentimento de que pertencem a uma comunidade, a um país.
O erro constante de algumas pessoas tem sido não saberem como dialogar com a restante comunidade, porque a verdade é que acredito que ninguém esteja avesso a discutir construtivamente o que quer que seja. O que existe é uma consequente defesa quando a forma de lançar uma ideia diferente é atacar os outros e as suas ideias, em vez de lançar para o debate outras alternativas viáveis em cada situação.
O que falta na nossa comunidade é que algumas pessoas percam a vontade de jogar contra os outros e que passem a jogar com a comunidade, debatendo diferentes ideias e acima de tudo fazendo-o de forma educada.
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Votado por o remember john
Votado, se calhar temos mesmo que pensar num objectivo, se calhar algo haver com Tacos.
Grande artigo e uma opinião da qual eu partilho e sempre partilhei. A comunidade é o centro de tudo isto e onde todos nós nos devemos centrar, sendo ela que move o País para a frente ou para trás. A idealização de um objectivo comum a todos nós é sem dúvida alguma a melhor maneira de manter a a comunidade unida e a trabalhar em conjunto.
"Durante o Verão passado Portugal tinha um ideal, e isso fez progredir as nossas fronteiras e a riqueza geral do país."
> Não foi só no Verão... essa altura do ano foi simplesmente a comunidade a tirar total partido daquilo que já vinha a ser idealizado e construído desde Janeiro desse ano, começando por volta da libertação do wipe Espanhol que nos subjugou. Aí PT começou a crescer em termos de vontade da comunidade, agigantando-se por vezes, tal como na primeira guerra com a Venezuela onde se impôs ao NÃO dado pela TERRA. É também dessa altura a procura incessante de novos laços de amizade diplomatica, tal como a Bulgaria, China e Croácia, sendo estes últimos no meu entender talvez o melhor aliado e amigo que PT já alguma vez teve.
Eu olho para o ano passado como o ano em que nós provámos a nós próprios que conseguimos atingir metas interessantes neste jogo, sem nunca esquecer que tudo gira em torno de uma comunidade activa e participativa.
Gostava que fizesses mais artigos porque são sem dúvida alguma bastante interessantes e educativos para quem não viveu esses tempos.
@Diogo
discordo um pouco contigo. a culpa nao é de quem joga contra a comunidade, mas sim da parte da comunidade que supostamente teria que fazer o país andar para a frente. na altura do ultimo NE ao brasil em que oscar alhos, gulitiwi e eu lançamos artigos de flames no gozo o gulitiwi veio perguntar-me por pm como é que portugal conseguia sobreviver porque desde o inicio sempre houve um grupo a remar contra a mare.
ja tivemos bazulistas (nao é do meu tempo), ja tivemos ataulfos, ja tivemos joanne/giscates, ja tivemos marcelosantos, ja tivemos helder medeiros, ja voltamos a ter marcelosantos, ja tivemos paisanas, ja tivemos zealfaces e sempre se andou para a frente.
na minha opiniao o problema é que no passado dava-se a devida atençao a estes grupos mas raramente se perdia o rumo do que realmente era importante
agora nao, temos o tal grupo "do contra" como sempre tivemos, mas a comunidade em vez de se focar em andar para a frente preocupa-se mais com esse mesmo grupo, acabando por agir a maior parte das vezes da mesma forma. (vem-me agora assim a cabeça o grupo do partido portugal que tinha tudo para ser/fazer algo bastante bom mas acabou por perder-se ao focar-se apenas em "contra-terrorismos"
acabamos agora por ter uma comunidade em que o grupo que supostamente deveria combater os "do contra" enquanto leva o pais para frente, mas que acaba a apenas combater os "do contra" enquanto fica agarrada aos louros do passado mais presente.
neste momento vejo esta comunidade com uma pro-actividade igual aquela que originou o movimento pro-wipe liderado pelo camoes arthk e pdp.
deixar tambem uma nota de importancia daquilo que o NV disse.
Aquilo que o Lucifel conseguiu nunca teria sido conseguido se nao fosse o evoluir (quase) constante das equipas governamentais ao longo dos meses anteriores.
Se nao fosse o Nuno Vieira a iniciar as FAP nos modos em que estao e a formar novos cidadaos para pertencerem em equipas governamentais nada disso teria sido conseguido
Se nao fosse o Klavh a transformar essas FAP num pequeno exercito com alguma coordenaçao em um exercito com mais soldados e alguma melhor coordenaçao nada disso teria sido conseguido
Se nao fosse o PretenderHT a incentivar e formar cidadaos novatos nas FAP nada disto teria sido conseguido.
Se nao fosse o pragmatismo do Lucifel e a sua capacidade de dar voz ao país dentro da aliança tambem nada disso teria sido conseguido.
Basicamente foi um culminar de um processo longo de crescimento que deu frutos
Claro que se eu nao estivesse durante todo esse tempo no MoD a puxar os cordelinhos no backstage nada mas mesmo nada disto teria sido conseguido mwahahaahah
- sorry, precisava de massajar o meu ego ja que ninguem o faz 🙁 -
excelente artigo como sempre. gosto bastante de ler o que tu escreves
Sim, o verão passado foi o momento em que em muitos aspectos sentimos que a nossa causa comum foi atingida e se iniciou a inversão do ciclo virtuoso que até ali tinhamos criado. Uma causa que tinha sido criado nos nossos dias mais negros sob o controlo de EUA e Espanha.
Mas será que temos que descer aos esgotos para criarmos união na nossa comunidade ?
V
Excelente artigo e bom para reflectir, falta de facto algo que nos mova, tal como aconteceu no verão passado...
Melhor artigo é impossível e eu sou dessa altura e apesar de nessa altura ainda era um novato percebo bem a tua mensagem.
Transmitiste bem a mensagem.
Votado
Excelente artigo. E concordo totalmente.
Está na altura de definir objectivos comuns. Eu fiz isso numa MU e o pessoal está motivado e activo.
Está na altura de o país fazer isso também.
Votado.