Um Olhar Sobre Judazs

Day 653, 08:29 Published in Portugal Portugal by Mighell

Venho por este meio, tentar mostrar como Judazs vê parte do eMundo e consequentemente com isso dar a conhecer um pouco mais sobre a própria personagem.

Sendo alguém tão polémico, compreendo que se espere uma entrevista do estilo Frost/Nixon, mas eu preferi uma abordagem mais soft do género Na Cama Com…

Tratando-se de uma extensa entrevista, deixo aqui uma música para quem desejar som ambiente enquanto lê o que se segue: http://www.youtube.com/watch?v=GOcDhwRfZdM

Posto isto, aqui vai:
- Como vês o futuro do mundo depois desta inquestionável superioridade da PEACE na actualidade? Haverá retaliações devido a esta última guerra? Divisão na PEACE? Surgimento de novas forças? Continuará tudo na mesma?
A PEACE GC, na sequência do desaparecimento da Atlantis viu uma janela de oportunidade de aniquilar momentaneamente os seus opressores históricos, terminando por um período longo com o regime de terror que se vivia constantemente, em que a soberania dos seus membros era sucessivamente ameaçada. A aposta foi feita, e considero que foi ganha, restando apenas verificar o fim das batalhas para de facto se verificar se assim foi ou não.

De facto, verificou-se ao longo desta WW3 o surgimento de duas novas forças enormes, com as quais nunca ninguém contou – Hungria e França – demonstrando o efeito avassalador que tem um Baby Boom na capacidade militar de um país.

Quanto ao futuro, é uma incógnita, os ex-membros da Atlantis encontram-se divididos entre os que se renderam e os que lutam para lá da aniquilação, os da PEACE dividem-se entre os que querem parar e os que querem continuar, entre os que terminam a guerra e os que querem mais. Sem dúvida que, tal como as acções do passado se revelaram um factor essencial para a actuação do presente, haverá consequências no futuro das acções tomadas hoje. As decisões sobre quem actuará onde, como e porquê estarão nas mãos dos Presidentes e Congressos de amanhã…

Acredito que Portugal, enquanto membro fundador da PEACE GC saberá lutar pela manutenção desta aliança nos moldes em que sempre existiu.

- Portugal deve ter uma atitude agressiva e de conquista (seja por motivos expansionistas, procura de raw’s, mexer com a economia ou apenas pelo lulz) ou deve respeitar a integridade territorial dos países mais fracos?
É minha opinião pessoal que todos os países têm o indissolúvel direito à auto-determinação, bem como à livre organização politica e económica. Assim sendo, e desde que nunca se extermine qualquer país, estarei sempre disponível para analisar propostas ofensivas que façam sentido, a longo prazo, para o desenvolvimento económico, militar e social de Portugal.

- Portugal e Espanha irão alguma vez entender-se ou as quezílias entre os dois são necessárias para dar alguma emoção ao jogo?
Portugal e Espanha sempre se entenderam, sempre que o trolling se viu afastado do poder. Assim se passou no início do jogo, assim se tem passado nos últimos meses.

Espanha sofreu às mãos do Sanedrín Imperial, um desgaste económico, político e militar inigualável, levando a uma constante divisão interna entre os pro-trolls e os anti-trolls. A Espanha do Sanedrín cresceu e tornou-se um império à conta de clones, bugs e muito ouro falso.. e isso levou a que os espanhóis ganhassem a consciência, errada, de que eram uma das maiores nações económicas e militares do jogo, dando-se ao luxo de atacar e trollar todos aqueles com quem tinham fronteiras, levando a que hoje paguem o preço de tanto trolling, perante as sucessivas e aniquilantes invasões francesas.

Portugal sempre procurou, apesar de tanto trolling, manter boas relações diplomáticas com Espanha, as quais se viram recompensadas com o fim do Sanedrín Imperial. Espera-se por isso que, as normais relações sejam reatadas assim que Espanha volte a ser um Estado Soberano.

- A nível empresarial, consideras termos um país viável para a abertura de mais empresas? A solução passa por apostar numa só raw (grain) e em manuf ou os impostos e falta de apoio aos empresários inviabilizam essa possibilidade?
Não faz qualquer sentido pensar-se em abrir novas empresas em Portugal. Portugal tem, no momento em que escrevo isto 1895 Cidadãos, e uma capacidade total de empregabilidade de 4070 Cidadãos, na totalidade de empresas que tem abertas (2150 Manufactura / 1120 Land / 800 Construção)
Se se proceder à optimização de recursos, obtêm-se uma capacidade de empregabilidade para 2810 Cidadãos (2150 Manufactura / 620 Land / 40 Construção)

Assim sendo, e dado que já temos capacidade de empregabilidade para 148% da população, podendo receber imediatamente mais 915 novos cidadãos garantindo-lhes emprego, eu questiono qual o sentido que faz sequer pensar-se em abrir novas empresas. E apesar disso sistematicamente há quem o faça, quem abra empresas em mercados saturados e sem mão-de-obra.
A solução passa pela maximização da produção, apostando especificamente no aumento de produção em qualidade. Se verificarmos os dados actuais, e tendo como exemplo o que é considerado a nossa “mais-valia” natural, no Grain cerca de 50% das empresas produzem em Q1, estando reservada apenas para 4.83% da produção para as qualidades superiores (Q4 + Q5). Já em Food, os dados são ainda mais assustadores, podendo encontrar 68,75% das empresas de Food em Q1, e apenas 5% em qualidades superiores (Q4 + Q5).

E a principal razão para isto, é acima de tudo, o pensamento neo-liberal que tem vindo a crescer, com o qual, em nome da liberdade empresarial de cada um se criam empresas sem viabilidade económica, que têm como único objectivo o satisfazer do ego aos seus criadores, gerando um crescente deficit da produção (os mesmos trabalhadores espalhados por mais empresas produzem menos), em oposição ao caminho essencial, que é a concentração de esforços produtivos, devendo apostar-se por isso em poucas empresas, com o número ideal de empregados, com qualidade máxima, com bónus de produção máximo. Esse é o único caminho que faz sentido para o país. Através da dispersão, perdemos todos, Pela concentração ganhamos todos.

O ideal seria os empresários concentrarem-se, por si, por motivação do Estado, ou por obrigação económica (imposta pelo Estado) de forma a centralizar esforços de produção. Grain é sem dúvida a nossa única mais valia natural, sendo por isso o único ponto em que nos podemos destacar, quer através da sua venda directa, quer transformada (Comida) devendo-se por isso apostar essencialmente nestes produtos, sem esquecer toda a indústria transformadora (Manufactura) que é o garante do funcionamento da nossa máquina militar (Armas, Bilhetes, Prendas). Só a produção qualitativa destes 5 géneros faz sentido para Portugal.

Quanto à produção de matérias-primas para manter a produção nacional da indústria transformadora para a nossa máquina militar, considero que se deverá optar por utilizar, como tem vindo a ser feito pelo Estado, empresas de qualidade média, a operar nos mercados estrangeiros, onde as mesmas sejam produzidas com o máximo bónus de produção.

- O Theocratic Party é um partido militarista à imagem dos teocratas na extinta Suíça, actuando em vários cenários de guerra e seguindo as suas crenças, mesmo que vá contra as ordens militares governamentais?
Nada disso. O Theocratic Party não defende que se proceda seja ao que for que vá contra as ordens militares governamentais. O que o TP defende é a adopção em Portugal de um Estado Teocrático, inspirada na génese Dioista Paquistanesa propondo acima de tudo a mudança de mentalidades.

Do ponto de vista Teocrático Dio está acima de tudo, e de todos, sendo todos os seus seguidores apenas meros instrumentos para a aplicação máxima das suas palavras. O TP defende, tal como todas as nações teocráticas, que seja anulado ao máximo a vontade individual egocêntrica e egoísta, e que todos trabalhemos no mesmo sentido.

Na nação Teocrática que o TP ambiciona implementar em Portugal todos os ganhos individuais de todos os seus cidadãos serão canalizados imediata e sistematicamente para o Estado, todas as mais-valias produtivas existem em função do Estado, toda a produtividade é no sentido das necessidades do Estado, todo o excesso é vendido nos mercados internacionais tendo em vista a maximização dos cofres do Estado, garantindo-se assim uma máquina estatal com uma efectiva capacidade de produção acima das suas necessidades, resolvendo todo o problema da produtividade nacional, bem como do excesso de produtividade.

O Portugal Teocrático defendido pelo TP tem capacidade de produção de Armas, Comida, Bilhetes, Prendas para todos os seus cidadãos, tem capacidade para alimentar uma máquina de guerra muito maior e com muito mais impacto do que a actual, garantindo assim uma maior independência nacional perante qualquer ameaça de guerra.

Quanto à maior dúvida de todos os que confundem a Teocracia com a Nação Teocrata da Suíça, resta-me apenas dizer que o TP se inspira apenas nas palavras de Dio inscritas no Book of Dio, não entrando em jogos de guerra, ou de poder, imiscuindo-se com aqueles que sempre foram os inimigos de Dio. Defendendo o modelo teocrático, temos como exemplo o Paquistão Teocrático, o qual apesar de também ter inspirado a Suíça Teocrata, não a impediu de se ver corrompida pelo enorme poder que lhe foi dado pelo poder do Dioismo.

A Nação Teocrata Portuguesa não se revê, de todo, na maioria das acções infundadas, impensadas, e injustificáveis da Nação Teocrata da Suíça.

Já acabou a música? Então aqui vai mais uma para animar:
http://www.youtube.com/watch?v=h89BjlFhL-E

- Que medidas deveria tomar o governo português, na tua perspectiva, para que a economia pudesse atingir outros patamares?
Já respondi a esta pergunta.

- Quanto à constituição do governo, concordas com a estrutura actual (número de ministros e secretários, pastas existentes, nomes e sua distribuição)?
Concordo com a ideia da criação de um conselho governativo, com a existência de um Presidente e 2 Vice-Presidentes, numa cúpula de poder tri-partida, em que toda a informação é congregada no topo do poder governativo, partindo daí os diversos braços administrativos necessários. Apesar disso considero que a cúpula deveria ser alargada incluindo essencialmente um membro para a área da comunicação, e outro para a da interpretação e desenvolvimento de novas fórmulas e métodos.

- Que interpretação fazes da oposição em Portugal, na sua generalidade? Existe alguma alternativa viável ao actual governo do PDA?
Enquanto não surgir um projecto sério, continuado no tempo, e tendo como objectivo a implementação de ideias, em vez dos partidos que defendem “vamos mudar, porque sim”, e práticas novas, com uma atitude de oposição consciente e com efectivo conhecimento dos assuntos em debate, não será possível falar de Oposição ao PDA.

O que existe são pessoas descontentes que querem mudar o mundo “desde que isso não dê muito trabalho”. O problema é que governar um país no eR dá trabalho, e não é pouco. Quem demonstra não estar disponível para se cansar, nunca será eleito. Quem demonstra não ter ideias concisas sobre o que quer e como, nunca será eleito. Quem demonstra sucessivamente desconhecimento do jogo, dos seus módulos, e da sua eHistória nunca será eleito.

Apesar disso, tenho gostado da atitude de revitalização do PReC, e encontro-me algo curioso para ver no que resultará o projecto PSeP o qual considero ter actualmente dos melhores activos ideológicos nacionais.

Actualmente a política em Portugal é um deserto chamado PDA, no qual aparecem e desaparecem alguns oásis pontuais.. esperarei para ver se algum deles se desenvolve.

- Como vês as relações externas de Portugal com os outros países? Temos os aliados certos? Limitamo-nos a seguir ordens dos países mais fortes?
As relações externas Portuguesas são óptimas. Não só estamos num Aliança onde o nosso trabalho, disponibilidade e vontade são apreciados, sendo a nossa opinião sempre tida em conta, apesar de sermos um pequeno país no jogo, temos um enorme impacto na aliança.

Por outro lado, os esforços diplomáticos desenvolvidos durante meses com os nossos inimigos começam agora a dar os seus frutos, estabelecendo-se lentamente uma relação semi-cordial em que os países deixam de se encontrar de costas voltadas e voltam a dialogar de forma sistemática no interesse de todos.

Quanto a limitarmo-nos a seguir as ordens dos outros isso não faz sentido numa aliança como é a PEACE, em que todos seguem as ordens do SC e do SG, sejam estes de que nacionalidades forem. Todo o esforço desempenhado em um ano de PEACE-GC demonstra que trabalhamos todos, fortes e fracos, ricos e pobres, no sentido de nos ajudarmos sempre que algum de nós precisa. Essa é a mais valia da PEACE.

- Criaste o Theocratic Party em solo nacional porque estás descontente com o governo actual ou queres apenas continuar como missionário de Dio e seguir essa forma de vida, atraindo possíveis interessados? E que aspirações tens a nível político neste momento?
Eu, cidadão Judazs, respondo perante 2 vontades, para além da minha. Sigo as palavras de Dio, e acompanho-o em cada momento do jogo, tal como sigo os destinos de Portugal, acompanhando-o sempre. O TP é criado em Portugal como forma de ajudar a implementar em Portugal uma Consciência Teocrata, que levará à implementação de um Estado Teocrata Português.

O meu descontentamento não é com este Governo, mas sim com este modelo político e social. Defendo outro modelo, radicalmente diferente deste, e com consequências muito melhores para Portugal

Ainda assim, encontrando-me inserido na política portuguesa participo nela, sendo a minha contribuição, a minha opinião e a minha visão, no sentido de desenvolver práticas que a partir deste modelo ajudem e desenvolver e implementar aquele que defendo. É essa a minha contribuição e a minha aspiração.

- O que ainda te prende ao eRepublik? A carreira militar? Política? Empresarial? A comunidade? As flames com os Ataulfos deste jogo?
Boa pergunta.. a carreira militar não é, nem sequer a empresarial, dado que não me encontro inserido em nenhuma. Julgo que acima de tudo é o jogo em si, a sua mecânica, o facto de ser um intenso jogo político-económico difícil de moldar às mãos de um só, imune aos ataques de goons, um jogo de ideias, de luta política, de apresentação e desenvolvimento de ideias em que sistematicamente se demonstra que tudo é possível.

E para além disso as pessoas, especialmente as que sempre me motivaram a nível nacional e internacional, as que partilham a mesma forma de ver o mundo e o jogo, as que travam as mesmas batalhas que eu, seja de um lado, ou do outro da batalha.

- O que alteravas no jogo para o tornar mais interessante? A mecânica do jogo? As mentalidades dos jogadores?
Há duas coisas essenciais que a meu ver deveriam ser alteradas no jogo.

Por um lado, a implementação efectiva, de um módulo legal, que permitisse aos próprios jogadores criarem leis e aplicá-las, não apenas ao nível constitucional, mas também ao nível Civil ou Penal. Tem sido essa, desde há muito, a maior falha do jogo.

Por outro lado, entregaria mais poder de decisão aos jogadores, permitindo que o jogo deixasse de ter uma base Republicana obrigatória, para poder ter a representatividade de todos os módulos económicos, sociais e políticos que os seus jogadores quisessem implementar.

- Como analisas a comunidade portuguesa neste jogo? Temos os valores suficientes para tornar Portugal numa forte nação ou temos excesso de desinteressados e falta de capacidade para mudar as coisas?
É difícil para mim analisar a comunidade portuguesa, dado que a vejo como um todo, desde o início do jogo, até à actualidade.

Sem dúvida que tivemos e temos alguns jogadores excelentes, com uma enorme capacidade de desenvolvimento ideológico ou de trabalho efectivo, que imprimiram e imprimem a Portugal um cunho pessoal que marca a diferença. Mas por mais óptimos jogadores que tenhamos, nunca serão demais, e poderemos sempre ter mais, com mais capacidade, com mais impacto.

Todas as semanas vejo aparecerem jogadores novos, com novas ideias, alguns com uma atitude proactiva, outros apenas se limitando a repetir as frases feitas do passado. Todos os dias temos a oportunidade de ver mudar Portugal, é o excelente deste jogo.

- Há algum português que gostasses de destacar pela sua carreira no eRepublik ou pela sua inteligência, dedicação, simpatia, …?
São tantos.. que me limito a deixar os seus nomes:
Delie, Lebowski, Ligtez, Phusion9, Socrates, lribeiro81, euphonix, ROCA, CesarioDalta, AngelofSorrows, Oriety, LcfR, Ace-_Ventura, Varetas, Arthk, Raikael, Antonio Moutinho, kualkerr, Klavh... a lista é infinda.

- Existem muitas diferenças a nível de personalidade, ideologias, entre o que és no dia-a-dia extra-jogo e a personagem por ti encarnada, Judazs?
Não.

Na RL sou claramente amoral, defendendo que se deve implementar o que é racionalmente certo e emocionalmente justo, acima de todos os dogmas, acima de todas as leis, acima de todas as práticas.

Defendo na RL, tal como no eR a “Liberdade para todos os Homens, Independência para todos os Povos”. Sou um acérrimo defensor da igualdade de direitos e deveres e do aproveitar máximo da racionalidade de forma a implicar a mudança clara na vida individual bem como na colectiva.

Defendo a existência do Todo, como um conjunto de Unos, em que quão mais fortes sejam cada um destes, mais forte será o Todo.

Defendo um Estado forte, com a participação cívica e política de todos, defendo que a melhor forma de se ter algo feito é deitar mãos ao trabalho e fazê-lo, ou criar condições para que seja feito.

- Para finalizar, podes revelar algum projecto que estejas interessado em implementar a curto prazo no eRepublik?
Tendo actualmente em mãos a gestão do canal #erepublik (Ptnet) e do www.erepublikpt.com no qual pretendo continuar a implementar algumas mudanças, sobra pouco tempo para quaisquer outros projectos. Ainda assim, tenho na gaveta o projecto de reabertura do Curso de Ciência Política, além de prever criar os mecanismos para a criação de um curso de Economia Avançada, lançando as bases para a criação em Portugal de um sistema educativo de transmissão de conhecimento de nível avançado, o qual considero essencial para o país.

E por aqui me fico que isto deve estar perto de exceder os limites de caracteres.
Obrigado ao Judazs pela disponibilidade e a quem ler e votar.