Sobre pães de queijo e Imposto de Renda
Varnhagen
É ditado dito como certo que o mineiro não respira, conspira. Talvez. O fato é que gostamos da política como gostamos de café, pão de queijo, cachaça e boteco. E das palavras, mais que tudo. Quando se pergunta a um mineiro de que lado está, o vivente há de responder que do lado que sempre esteve. E em seguida mudar de assunto. Mineiridades, meus caros, mineiridades...
Num dos meus últimos artigos, falei do meu amigo de jogo, o Sulejmani. O Fábio, Ministro da Fazenda desse país grande e bobo. Nada mais mineiro que artigo falando sobre amigos, diga-se de passagem. Nesse artigo, falei das capacidades do moço e do fato de ter gerido, nesse eBrasil velho de guerra, um dos maiores portentos em termos de gerenciamento de investimentos. E que, apesar do pouco espaço de manobra, haveria de tirar, como um Moisés, leite das pedras. Não, Moisés tirou água das pedras, segundo a Torah. O que pouca diferença faz, visto que o importante da metáfora é a pedra...
O Sulejmani pelo que sei -e pelo visto tenho sabido cada vez menos- propôs e o Congresso aceitou um aumento de nove pontos percentuais no Income Tax ou, para os desavisados ou não muito afeitos à língua de Sheakspeare, Imposto de Renda. Ou, ainda, o Leão, que é como minha geração se refere à Receita e sua fome leonina pelos meus caraminguás, mais escassos que vergonha em Brasília. É desse jeito.
Historicamente sempre defendi, dentro do universo do eBrasil, uma política tributária anoréxica ou, no máximo, bulímica. O leitor deve ter reparado que hoje estou para comparações. É o diabo... mas vá lá, todo vivente há de ter suas obsessões... Ou seja, magra, translúcida e que o que abocanhe, regurgite em projetos sociais e tal e coisa e coisa e tal. Como reza o figurino, dentro de um sistema que se pretende republicano. E o que mais é a República senão a Res Publicae, a coisa que a todos pertence? Os Administradores que o digam!!!
Particularmente, sou contra e sempre acho que há onde se possa cortar um pouco antes de meter a faca no cristão. Mexer no bolso do indivíduo já é algo complicado no “mundo real”, pois muito se toma e pouco se devolve. Estão aí nossos serviços de Saúde, Educação, mobilidade urbana e por aí vai. Ainda mais aqui, onde a coisa é muito mais complexa, instável e, é possível dizer, alucinada. Nem vou citar, para não ser pedante, que nem sempre o dinheiro publico aqui é gerido de forma equilibrada e racional. Exemplos há, distantes e/ou próximos e por aí vai.
E, também é preciso ter em conta, nem sempre o que se arrecada acaba revertendo em benefício para os que mais precisam, teoricamente: os novatos e os que estão começando a se interessar, de fato, pelo jogo. Então, como se diz em Minas, é melhor medir a palha com a rapadura e a água com o fubá. E analisar se a emenda não está ficando pior que o soneto...
Um abraço, ex cordis,
Varnhagen, aka Mahdi
Comments
Bom artigo mahdi, contudo a proposta estava ainda em debate e nem chegou a ser votada de fato internamente no congresso. Se a maioria dos congressistas votaram sim a culpa nao é minha. Deixei em área aberta justamente para todos poderem discutir e debater sobre o assunto. Agora que já foi vamos ver o que pode acontecer e melhorar se não 2 cliques resolvem facil esse assunto.
o problema e que o custo de vida do eCidadão esta muito acima do que o platrooll deveria permtir
e com isso influencia em um menor numero de novatos que continuam no jogo
Vc escreve muito bem..
Votado, assinado, carimbado e registrado... se quiser voar..
muito rodeio na minha opnião
A proposal [en/es/sr/tr/bg/gr/cn]
http://www.erepublik.com/bg/article/2040013/1/20
@sempre acho que há onde se possa cortar um pouco antes de meter a faca no cristão.
Deve estar se referindo ao projetos que ajudam os novatos. Pois são os unicos gastos além de MMV/BI + cota do exercito.
@E, também é preciso ter em conta, nem sempre o que se arrecada acaba revertendo em benefício para os que mais precisam.
Se você for seguir a logica inicial. Só o fato de querer que cortemos projetos que ajudam os novatos a crescer no jogo já estaria entrando em contradição. rsrs
E aew devemos prejudicar os novatos cortando os projetos que ajudam eles por causa que não queremos aumentar os impostos? Ou ficamos como estamos continuando investindo neles e com impostos baixos e acabamos com nosso brl guardado? Ou aumentamos um pouco os impostos e e cortamos alguns gastos e todo mundo continua feliz. 😁
v++++
Nem sempre, Cachorrão (brincadeira, é que acho legal mesmo o cachorrão da foto)! Cortar gastos não implica, necessariamente em reduzir ou abortar programas assistenciais. Todos sabemos disso. Se leu o artigo todo, deve ter entendido o que falei. Bom, mas como não sou um homem direto (acho meio grosseiro, às vezes), foi o seguinte: i) sou contrário a aumentos na carga tributária, a não ser em situações excepcionais, o que julgo não ser o caso. O atual cenário não é dos piores, convenhamos.
ii) quando digo uma política tributária anoréxica, digo sem apetites, em patamares reduzidos. Por exemplo, acho 5%, dada a situação atual, menos agressivo. E bulímica, ou seja, que o que morda vomite em projetos sociais voltados aos iniciantes ou aos que estão, realmente, dispostos a continuar, depois de ter suportado -e achado graça- na fase inicial.
iii) Digo também, que o Brasil é acostumado com uma alta carga tributária, no rl, e isso não significa investimentos do Estado (continua)
(continuação) na mesma proporção. Citei como exemplos saude, educação, etc. E disse que aqui é pior ainda, pois nem sempre as coisas são geridas de forma apropriada (o que acredito não ser o caso nesse governo). Já vimos, pouco tempo atrás escandalos cabulosos quanto à malversação do dinheiro público, no que declinei de elencar exemplos por puro cavalheirismo. Mas, aqui, embora às vezes pareça, ninguém é bobo...
iv) Foi isso doutor, não precisa ficar brabo!
Um abraço fraterno,
Mahdi
Votado, é uma análise interessante para a economia, caótica em dias presentes. Sinto-me grego nesse momento, em todos os sentidos, e ainda recebemos esse presente de compatriota...
Aumentar impostos não é bom pra ninguem.
Mas tambem concordo com a visão do Sulejmani. Ter visão e planejamento de futuro é a melhor estratégia para crises.
A questão do assistencialismo precisa ser revista e trabalhada de forma mais seria. Tem muita gente que esta no jogo a 3 meses e nunca recebeu nada do governo. Seja por falta de informação ou dos mais antigos na divulgação dos programas.
votei!
v+
Votado e Assinado,
Ótimo artigo!
discussão "nova":
Situação do IR, Que decisão tomar?
http://www.erepublik.com/en/article/situa-o-do-ir-que-decis-o-tomar--1619049/1/20