Sobre pães de queijo e Imposto de Renda

Day 1,645, 19:36 Published in Brazil Brazil by Varnhagen
Meus caros amigos,

É ditado dito como certo que o mineiro não respira, conspira. Talvez. O fato é que gostamos da política como gostamos de café, pão de queijo, cachaça e boteco. E das palavras, mais que tudo. Quando se pergunta a um mineiro de que lado está, o vivente há de responder que do lado que sempre esteve. E em seguida mudar de assunto. Mineiridades, meus caros, mineiridades...

Num dos meus últimos artigos, falei do meu amigo de jogo, o Sulejmani. O Fábio, Ministro da Fazenda desse país grande e bobo. Nada mais mineiro que artigo falando sobre amigos, diga-se de passagem. Nesse artigo, falei das capacidades do moço e do fato de ter gerido, nesse eBrasil velho de guerra, um dos maiores portentos em termos de gerenciamento de investimentos. E que, apesar do pouco espaço de manobra, haveria de tirar, como um Moisés, leite das pedras. Não, Moisés tirou água das pedras, segundo a Torah. O que pouca diferença faz, visto que o importante da metáfora é a pedra...

O Sulejmani pelo que sei -e pelo visto tenho sabido cada vez menos- propôs e o Congresso aceitou um aumento de nove pontos percentuais no Income Tax ou, para os desavisados ou não muito afeitos à língua de Sheakspeare, Imposto de Renda. Ou, ainda, o Leão, que é como minha geração se refere à Receita e sua fome leonina pelos meus caraminguás, mais escassos que vergonha em Brasília. É desse jeito.

Historicamente sempre defendi, dentro do universo do eBrasil, uma política tributária anoréxica ou, no máximo, bulímica. O leitor deve ter reparado que hoje estou para comparações. É o diabo... mas vá lá, todo vivente há de ter suas obsessões... Ou seja, magra, translúcida e que o que abocanhe, regurgite em projetos sociais e tal e coisa e coisa e tal. Como reza o figurino, dentro de um sistema que se pretende republicano. E o que mais é a República senão a Res Publicae, a coisa que a todos pertence? Os Administradores que o digam!!!

Particularmente, sou contra e sempre acho que há onde se possa cortar um pouco antes de meter a faca no cristão. Mexer no bolso do indivíduo já é algo complicado no “mundo real”, pois muito se toma e pouco se devolve. Estão aí nossos serviços de Saúde, Educação, mobilidade urbana e por aí vai. Ainda mais aqui, onde a coisa é muito mais complexa, instável e, é possível dizer, alucinada. Nem vou citar, para não ser pedante, que nem sempre o dinheiro publico aqui é gerido de forma equilibrada e racional. Exemplos há, distantes e/ou próximos e por aí vai.

E, também é preciso ter em conta, nem sempre o que se arrecada acaba revertendo em benefício para os que mais precisam, teoricamente: os novatos e os que estão começando a se interessar, de fato, pelo jogo. Então, como se diz em Minas, é melhor medir a palha com a rapadura e a água com o fubá. E analisar se a emenda não está ficando pior que o soneto...

Um abraço, ex cordis,
Varnhagen, aka Mahdi