Resposta ao Bitornio e o poder da informação

Day 1,641, 04:13 Published in Portugal Portugal by AIister


Boa Tarde Portugal,

Há dois dias o presidente do PP, Bitorino, lançou um artigo chamado [Partido Portugal] Mensagem ao País . Apesar de até certo ponto discordar com a visão do Bitorino considero-o um muito bom artigo.

Dado o limite de 500 caracteres nos comentários torna-se difícil debater qualquer género de ideias directamente nos comentários logo decidi criar este artigo e desenvolver a partir da parte que mais discordo no artigo.



A liberdade de desafiar os órgãos de poder:

Num nível pessoal considero que todas as pessoas têm absoluta legitimidade para questionar os órgãos de poder, sejam eles o governo, congresso, lideres partidários etc…

O porquê? Todos os líderes são eleitos com a função de zelar pelo povo e funcionar como veiculo de execução da vontade e desejos dos mesmos, isto num prisma democrático. Acho que todas as pessoas quando entendem necessário podem desafiar o governo o congresso a tomar a medida X ou Y sem nunca ter medo de críticas ou represálias.

Isto é a verdadeira execução da democracia, a constante troca de ideias divergentes, é algo que enriquece tanto o espirito democrático do país como o conhecimento das pessoas que o habitam.

Mesmo que pessoalmente consideremos as propostas erradas devemos louvar a iniciativa e preocupação de vir a publico com uma ideia, é o máximo de participação na comunidade que uma pessoa sem qualquer cargo de poderio dentro dos alicerces governamentais pode ter e não devemos nunca tentar reprimi-las seja de que forma for.



A principal problemática do enraizamento do poder :

O poder continuo terá sempre uma grande problemática, que não cuidada entrará em conflito directo com o exercício democrático da população em geral.

Não me refiro a tachos, nem a corrupção mas sim na viciação informativa. O que é isto perguntam vocês?

Quando uma pessoa está no poder terá sempre acesso a informação privilegiada para a tomada das suas decisões, com o passar do tempo uma pessoa passa a esquecer-se da sua posição de mero cidadão com acesso somente as informações publicadas em jornais

Isto faz com que muitas vezes exista uma espécie de contaminação nos governantes, acabam por esquecer-se do que é não ter acesso a essa informação e esquecem-se de se colocar na posição de uma pessoa sem acesso a essa informação. Isto resulta numa incompreensão de certas tomadas de posição ou opiniões por parte do círculo do poder.

Isto gerará conflitos entre um lado e o outro, sendo que um interpreta as tomadas de posições como ataque directo á legitimidade da sua governação e o outro interpretara a posição dos “decision makers” como uma afirmação agressiva de poder … “Eu quero, mando, posso e faço e vocês não têm de opinar e apenas aceitar.”



A solução para a problemática da informação:

Como para quase tudo existe uma solução para esta problemática, uma que deve ser encarado como um exercício que deve ser feito até se tornar hábito.

Eu, no meu pleno direito de cidadão, desafio o congresso ou o governo a tomar a medida Y. Faço-a somente com o conhecimento que obtenho, a minha medida Y está errada devido a informações que não me foram facultadas nem á população em geral.

Os órgãos governativos ou de congresso devem apresentar-me com estas informações, de forma que não comprometa a mesma, digam-me “Por causa de esta informação, ou daquela a medida Y não é a mais correcta a ser tomada, deve ser antes tomada a abordagem X.”

Neste acto os órgãos de poder estão a reconhecer que não tenho acesso a mesma informação que eles, não atacam a minha opinião, esclarecem-me e fornecem mais informações que podem ou não servir para a mudança da minha opinião.

Este simples acto acaba por ser proveitoso para ambos os lados, eu passo a compreender as decisões que são tomadas e que serão tomadas e os órgãos governativos ganham apoio tanto da minha pessoa como de outras pessoas que podem até não se ter manifestado mas concordam com a minha medida.
A meu ver esta será a forma mais eficiente de se processar a governação este país.



A União anda de mão da com a informação:

Numa altura em que a União Nacional é algo fulcral temos de compreender que estes dois conceitos andam de mão dada.

Não podemos pedir cegamente a união de um pais, é necessário cultiva-la e uma das melhor formas de o fazermos é com informação. A informação constante demonstra empatia, preocupação. Faz-nos pensar que o governo não se coloca a sim próprio num pedestal onde nós meramente existimos para cumprir a sua vontade, mas sim parte de um todo, onde eu como cidadão sou igual ao presidente de Portugal, não um veiculo para a execução da sua vontade mas sim um companheiro que podem divergir de opinião, mas onde existe sempre a preocupação para atingir um meio-termo onde ambos nos possamos entender de forma a tornar a nossa parceria mais eficiente.

É nesta área que o governo e congresso precisam de trabalhar e acima de tudo é por esta falta de informação que ambos precisam de compreender, aceitar e combater com informação as propostas e medidas que consideram erróneas.

Todos temos direito a informação e a opinião e este direito é o veiculo para a união.


A Bem da Nação,
Capitão Falcão