Prevenindo a 3ª Guerra Mundial

Day 1,934, 07:58 Published in Portugal Portugal by Eduardo F. Pinho

Prevenindo a 3ª Guerra Mundial

Caros eLeitores,

Alguns de vocês podem ter lido o meu artigo sobre a 3ª Guerra Mundial, se não o fizeram aconselho-vos a fazê-lo (http://www.erepublik.com/pt/article/desmitificando-a-3-gm-comos-e-quandos--2139811/1/20).

Neste artigo, ofereci-vos uma perspetiva pormenorizada sobre as diversas maneiras que a 3ª Guerra Mundial podia começar, mas não fiz qualquer tipo de referência sobre como podíamos atrasar ou, se não existir outra alternativa, suavizá-la. Não digo evitá-la pois a 3ª GM deixou de ser um «se houver...» para um aterrador «quando começar...».

Porquê o pessimismo? Porque a vontade de guerrear encontra-se profundamente intrincada na personalidade humana, mas isso, como diz um amigo meu, é sociologia.

Portanto, para atrasar/suavizar esta guerra (sublinho o inevitável) é necessário trazer paz ao Médio Oriente, pois, como disse um estratega, e político em tempos livres, inglês (James Stevenson) «O Médio Oriente é um barril de pólvora, um barril de pólvora mergulhado em petróleo.»

Muitos já tentaram, e falharam, fazer o que aqui vos digo mas, na verdade, trazer paz a este setor mundial passaria por vários passos:

-terminar com todas as ditaduras que ainda persistem no Norte de África e no Médio Oriente, algo que está em processo;

-desmitificar por completo o programa nuclear iraniano e, cajo se confirme a produção de armas nucleares, o fim do mesmo;

-iniciar um cessar das hostilidades entre a Palestina e Israel;

-iniciar um cessar das hostilidades entre o Paquistão e a Índia;

-iniciar e completar a retirada das forças da NATO e dos E.U.A. presentes no Iraque e Afeganistão (este parâmetro gera muita controvérsia);

-previamente à realização do parâmetro anterior as seguintes células terrorista devem ser neutralizadas: Al-Qaeda, o Hezbollah, os talibã e, embora de menor importância, os Xiitas;

Obviamente estes parâmetros são de morosa aplicação e realização, pois há, pelo menos, barreiras religiosas, políticas e étnicas que atrasam a sua realização, para não falar das barreiras linguísticas e sociais.
No entanto, é possível encontrar problemas mesmo aqui na Europa e esses, como todos os outros, têm que ser ultrapassados:

-a Sérvia tem que reconhecer o Kosovo como um estado independente, algo já feito pela ONU;

-a Turquia deve ser aceite como Estado-membro da União Europeia. Para quê? Com a entrada da Turquia para a U.E., esta receberia diversos apoios monetários, aos quais se seguiria um enorme investimento estrangeiro o que suavizaria a tensão política e social existente neste país. Para além disso, seria possível iniciar novas «rotas» comerciais com menos intermediários, baixando, assim, a inflação sobre esses produtos. Este parâmetro iniciaria um desenvolvimento económico tanto na Ásia como no Médio Oriente mas também na Europa;

Pelo menos, neste continente, vários passos foram já tomados para assegurara uma paz duradoura, sendo que o mais importante deles foi a extinção de células terroristas como a ETA e o IRA que largaram as armas e ou foram extintos ou iniciaram conversações de paz com as autoridades competentes.

Mas também existem divergências noutros continentes e, se rodarmos um pouco o globo, vamos parar à Ásia. Este continente tem testemunhado um crescimento económico sem precedentes mas ainda perduram alguns problemas mais antigos que devem ser tratados:

-deveria existir uma paz entre as Coreias. Á especialistas que defendem teorias mais radicais como a sua junção, mas essa hipótese está longe de possível, o que não impede o começo de uma aliança ou PNA (Pacto de Não-Agressão). Isto porque a economia da Coreia do Norte se baseia numa agricultura pouco fértil, enquanto a economia sul-coreana se baseia na indústria automóvel, naval e o avanço das novas tecnologias. Mas, a Coreia do Norte possui mísseis nucleares (mais uma vez recomendo a leitura do artigo cujo link está no inicio deste texto) e cajo estes se aliassem à Coreia do Sul e, por conseguinte, aos seus respetivos aliados, teríamos uma ameaça aos Estados Unidos, à NATO e ao Mundo neutralizada.
Ainda neste continente, mas também envolvendo os E.U.A. temos um parâmetro que poderá trazer um efeito secundário muito benéfico para o Mundo:

-o arsenal nuclear estado-unidense e russo deveria ser reduzido para metade de modo a reduzir a tensão a nível mundial. Na minha opinião, o Irão só está a desenvolver um programa nuclear pois sentem muita pressão devido à forte atividade dos E.U.A., da Rússia e mesmo da França à sua volta (todos os países referidos possuem armas nucleares) e caso a diminuição do arsenal nuclear fosse feita de um modo transparente isso poderia acalmar a tensão presente no Irão quanto a este tema.

No entanto, uma coisa que temos de ter a certeza é que o continente mais problemático é, de longe, África. Muitos dos problemas aqui existentes devem-se ao baixo desenvolvimento da região, algo comprovado pelo IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

O IDH foi criado pela ONU para avaliar e comparar o desenvolvimento entre países. O IDH combina, pelo menos, três variantes: o PIB per capita; a taxa da alfabetização e escolarização; e a Esperança Média de Vida. Os países são, então, classificados com valores entre 0 e 1. Sendo que os valores abaixo de 0.5, o desenvolvimento do país é baixo, entre 0.5 e 8.0, o desenvolvimento do país é mediano e acima de 0.8 o desenvolvimento do país é elevado.

Fiquem então a saber que a média mundial é de 0.722 enquanto a média dos países em desenvolvimento é de 0,655. No entanto 72% dos países africanos encontram-se abaixo deste valor.

Isto, obviamente põe em causa a facilidade com que os diversos requisitos para manter uma paz mundial duradoura sejam completos e decentemente mantidos. Mas, para este continente, estes seriam os parâmetros a cumprir:

-inverter o curso de ação existente na maioria dos países africanos. Isto é, a maioria dos países africanos investe mais por cento do seu PIB nos seus exércitos do que nas áreas de Saúde, Educação e Segurança Social. Isto cria, inevitavelmente, uma elevadíssima tensão social e militar, para além de que se cultiva nos mais jovens uma cultura do «tens problemas com alguém? Mata-o»;

-é necessário ver o fima das guerras civis existentes em Serra Leoa, Mali, Somália e outras de menor envergadura. É também necessário por fim à pirataria existente ao largo da costa da Somália;

-estabilização dos problemas étnicos existentes na África do Sul e, para passar um sentimento de justiça à população, os diversos crimes devem ser julgados de forma transparente e de forma rápida.

Mas, na verdade, todos os problemas existentes neste continente devem-se a nós. Com isto quero dizer que, os colonos europeus de à anos atrás descolonizaram estes países sem os ajudar a desenvolver decentemente e deixando em aberto todos os problemas aí existente, não contemplando divergências tribais e étnicas que já lá existiam anos antes de os europeus la terem chegado. E as consequências destes erros ainda são bem visíveis no mundo atual, algo que com algum estudo, podia ser facilmente evitado.

Em suma, todos os parâmetros referidos a cima, em todos os continentes, desde que sejam aplicados de forma correta e continua, e desde que o panorama político mundial não se altere demasiado, podem muito provavelmente dar origem a uma nova era para a humanidade.

Obviamente, cabe a cada um de nós tomar as medidas certas para permitir que estes mesmos parâmetros se mantenham para que as gerações futuras possam usufruir de paz. Como disse Gandhi: «Sê a mudança que queres ver no mundo».

Para aqueles que se deram ao trabalho de ler até aqui, agradeço-vos a vossa atenção.

Os meus melhores cumprimento,
Eduardo F. Pinho