O retorno de um patriota

Day 2,425, 13:15 Published in Brazil Brazil by Maxwell Fernandes

ANO II No 26 - 11 de julho de 2014, Dia 2425 do Novo Mundo
Edição Especial de Aniversário

Queridos amigos e amigas ebrasileiras,

Após 289 dias de sofrimento, libertei-me e retornei!

A quase um ano, fui sequestrado e enviado para Argentina, então inimiga brasileira, agora "miguxa" e lá fiquei em total exílio por quase 300 dias.

Depois de ter lançado este artigo em meu jornal O eRepublicano (http://www.erepublik.com/br/article/a-vis-atilde-o-de-um-congressista-novato-2311359/1/20) recebi inúmeras ameaças de morte, mas não levei a sério nenhuma delas, dado o meu envolvimento político, a época Congressista pela ARENA, acreditei ser normal este tipo de ocorrência.

SEQUESTRO

Era tarde de domingo, eu fazia caminhada próximo ao meu apartamento funcional, quando de repente, uma van preta, encosta de maneira brusca, homens descem correndo e, imediatamente sou encapuzado e colocado no seu interior com grande violência. Vozes nervosas soavam por todos os lados, homens que entre si, não entravam em acordo sobre o que fazer comigo, e de repente, um tiro silencia tudo. Era o último dissidente do bando, agora morto, enquanto o plano de sequestro, exílio e cativeiro se seguiram por longos dias de angústia e agonia.

CATIVEIRO

Nos primeiros dias eu só conseguia pensar em quem estaria por trás daquilo tudo, mas esperançoso de que tudo acabasse logo e bem. O tempo passava vagarosamente enquanto os dias voavam, e eu, a cada um deles mais frustrado e mais furioso. Perguntava aos berros aos sequestradores, do quarto mal cheiroso onde me jogaram, sobre os porquês do meu sequestro "Mas porque é que me raptaram? Logo eu, que sou contra a guerra! - Havia na época uma Guerra entre a Argentina e o Brasil, que resultou no apagão brasileiro e durou meses, existia também um ditado da mesma época que dizia: "Quem tem CUA, tem medo!" (Isso não tem nada a ver com o sequestro, mas fiquei com vontade de dizer) - E um certo dia, uma voz finalmente respondeu: Não me lembro bem o que foi, não ouvi tudo, porque naquele dia, eu desmaiei de fome e dor, e só consegui ouvi isso: "Porque és a favor do novato, dos menos favorecidos, da transparência, não permitindo que o façamos... Essa foi a hora do desmaio, eu creio, porque não ouvi mais nada e acordei muito depois, todo babado e doído pra caralho. Mas acho, que o que ele disse não era muito importante, porque tudo se seguiu da mesma maneira, numa rotina doentia e dolorosa. E um achamento de graça, que meu Deus, dava ódio de não saber porque eles riam tanto.

SENTIMENTOS

Foram meses de alternância entre fortes esperanças e momentos de grande depressão. Aquele domingo fatídico e certamente o mais dramático de toda minha vida, mudou tudo. Eram tantos os dias em que estivera ali sequestrado, naquele local escuro, frio, sombrio, fedorento, e um monte de outros adjetivos que não vou citar agora para não passar a tempo todo só nisso. Vivi horas que pareciam dias na expectativa de algo bom. Falavam de coisas cuja importância só mais tarde compreendi. Evocavam problemas ligados à transferência [de dinheiro] - Lembrei-me do Sir Stark e do dinheiro que eu recebia do governo através de um projeto de desenvolvimento, que agora não me recordo o nome, mas isso também não fazia sentido algum. E o tempo continua passando!

LIBERTAÇÃO

Confirmando que qualquer coisa de novo estava para acontecer, a determinada altura, os sequestradores vieram e, como que para me confortar, disseram: Parabéns, vais partir para O Rio de Janeiro. Para o Rio de Janeiro? Perguntei, e algo que eu não sabia explicar pairava no ar, e eis que de repente entra um homem grande, correndo e gritando alto até se aproximar e ouvir ele dizer "PEGADINHA DO MALANDRO". Isso invadiu-me com tanta força, um sentimento estranho tomou conta de mim, uma vontade de rir misturada com vontade de chorar, até me acalmarem e reafirmarem que eu de fato seria libertado. Mas aquela frase PEGADINHA DO MALANDRO, até hoje, faz-me arrepiar, porque me faz pensar na possibilidade de perder minha libertação.

INCERTEZA

Compreendi que aquele era o momento mais difícil de todo o sequestro. Era "certo" que tudo o que vivera estava a acabar, mas fui invadido por uma onda de incerteza, de angústia, porque vai que realmente fosse uma PEGADINHA DO MALANDRO e eu estivesse sendo levado para o meu sepultamento, mas então, veio a confirmação: Um puta banho, perfuminho, barbinha feita, roupinha mudada, não vão se dar ao trabalho de me arrumarem só pra me matar né, e, finalmente a luz do sol, que a muito só via pelas pequenas frestas do casebre onde passei estes tristes dias. Eles voltaram e disseram: Vamos acompanhar-te, mas não dês sinais que está junto de nós, do contrário tudo pode acontecer, e me mandando andar à frente apressadamente, quando menos esperei, desapareceram, sem que eu percebesse, até mesmo porque não olhei para trás.

VOZ AMIGA

Tinha os olhos tapados com algodão e cobertos com óculos de sol. Estava imóvel. Pensei "E agora o que vou fazer?" Começo a contar os segundos que faltam até à minha libertação? Mal tinha começado a contar, uma voz amiga disse-me próximo: Max, não te preocupas, estás acompanhado de amigos agora, fica calmo. Estás livre. Era meu padrinho Darth Claudio que fora me receber e me trouxera de volta pra casa (ARENA PRA SEMPRE)

COLÍRIO DUPLO