O que fomos e o que somos

Day 1,888, 11:13 Published in Portugal Portugal by Nuno Vieira
Caros compatriotas,



Numa altura em que a comunidade Portuguesa reza por melhores dias, indexada à miséria que parece ser a comunidade internacional onde nos inserimos, é altura de muita gente colocar a mão na consciência e pensar bem o que andam aqui a fazer. Não falo dos muitos que aparecem por cá amiude mas sim dos que apresentam tempo e disponibilidade para assumir muito mais do que assumem.
Este sempre foi um jogo em que a acção e a dedicação foi aplicada à vez, passando cada um de nós a “bola” ao próximo sabendo que esse colega do lado tem as condições e o tempo necessário para dar o que já muitos deram no passado. Podemos assim verificar que as passagens de testemunho e as renovações não têm sido efectuadas com exito, seja por relutância de quem findou o seu tempo aqui ou por falta de empenho ou de conhecimentos de quem devía vir a seguir.
Quanto a isto eu penso que a culpa é repartida pelas duas partes onde os mais velhos e que sabem que já deram o seu melhor se recusam a largar por completo os lugares de decisão, seja por medo ou receio da destruição do que construiram ou até por ódios e combates pessoais. Sobre os mais novos recaem também culpas pelos modos como na maioria das vezes olham para o jogo, achando que os parcos conhecimentos que apresentam são suficientes para gerir um País em crise.

A comunidade está completamente de rastos e assim susceptivel a ataques internos de membros mais velhos e experientes ou a ataques demagógicos e populistas dos membros mais novos. Tem sido assim em todas as crises internas de Portugal, onde são os “espertos” que beneficiam do coma em que a sociedade Portuguesa se inseriu a si própria.

Para que a comunidade possa ser viável ela tem de assentar em bases que sirvam de apoio ao seu crescimento e constante renovação, sendo a formação dos cidadãos uma das partes mais importantes a todos os níveis, sejam eles politicos, militares, sociais ou económicos. Sem essa formação inicial e continua ao longo da nossa vida estamos com certeza a condenar a própria sociedade.

Vou aqui deixar exemplos de ferramentas ou acções importantes no passado e que foram totalmente abandonadas pelos mais velhos e completamente ignoradas pelos membros mais recentes:


Alta Vox e RAV
- Os projectos radiofonicos nacionais que tiveram grande adesão por parte dos cidadãos e que elevou a interacção entre cidadãos a um nível muito mais à frente. A Alta Vox posicionou-se como pioneira dos directos, tendo ficado aquém das expectativas no que diz respeito à continuidade do projecto. Já a RAV esteve presente por mais tempo e demonstrou grande empenho em continuar a iniciativa da Alta Vox e proporcionando bons momentos aos ouvintes. São projectos como estes que visam trazer aos cidadãos meios que lhes permitam ficar mais tempo no jogo e agitar uma maior vontade em ser activo na comunidade. Há muito ainda por explorar neste campo radiofónico.


SeT
- Este é talvez o projecto de ajuda social mais importante em Portugal, juntando velhos e novos no aperfeiçoamento de conhecimentos e no crescimento conjunto.
Este programa consistia na elaboração de uma lista de tutores a quem lhes era atribuído depois um ou mais tutorados a quem ensinavam directamente todas as vertentes do jogo. Funcionava por inscrição, tanto de tutores como de tutorados e era gerido por particulares que deram muito do seu tempo de vida aqui no jogo a ajudar o próximo e nunca pedindo algo em troca. Recebia também doações, especialmente géneros, que depois distribuía aos mais carenciados. Alguns Governos tentaram a “nacionalização” deste projecto mas sem sucesso pelo que se manteve sempre com gestão privada e no meu entender muito bem.


MDS
- Surge com a necessidade de os próprios Governos terem uma ramificação que lhes permitisse actuar na parte social, seja na ajuda aos novatos ou no entretenimento dos cidadãos. Tal como todos os ministérios de todos os Governos teve meses melhores e outros piores mas sempre com o intuito de ajudar ou motivar.
O MDS deve ir muito mais além do que a organização de torneios de poker ou outro jogo qualquer, tendo a obrigatoriedade de estar na linha da frente do que tem de ser feito para agitar uma comunidade adormecida.


Meetings
- Os encontros para refeição ou simplesmente beber um copo e uns “dedos de conversa” tendem a aproximar as pessoas e foram no passado mais utilizados do que são agora, talvez porque alguns membros mais antigos conseguiam discernir melhor a importancia que estes eventos têm no seio da comunidade. Todos os que fizeram kilometros para estar num meeting são o exemplo da vontade de conviver e contribuir para o crescimento de uma comunidade unida.


Partidos Politicos
- A politica continua a ser uma componente bastante importante no jogo e quanto maior o combate entre partidos melhor a evolução do País. Tal como diversas áreas também a política já viveu melhores dias no passado, onde os partidos eram fundamentais no debate de ideias e na formação de líderes e cidadãos empenhados. Hoje em dia os partidos transformaram-se em máquinas que parecem olhar simplesmente ao acto eleitoral e aos seus militantes como números para atingirem um fim.




Portugal foi durante muito tempo um País sem fulgor externo e sem necessidade, devido a isso, de se organizar internamente, o que levou a uma estagnação e desinteresse generalizado pelas medidas de cariz interno. Com o crescimento da importância e relevo a nível internacional, os Governantes esqueceram-se que internamente as medidas deviam acompanhar essa mudança de posição e levaram a que o País batesse no fundo a nível da sociedade sendo agora muito mais dificil levantar a cabeça. Nos últimos dois anos todos os CPs, ou quase todos, preferiram ficar ligados ao avanço Português no que toca à guerra do que passar despercebidos e optar por fortalecer a comunidade investindo na organização interna e possibilitando o fortalecimento dos pilares da comunidade. Portugal é a prova provada de que por vezes é bem melhor dar um passo atrás para dar de seguida dois à frente do que tentar dar passadas mais longas do que as pernas de uma forma desenfreada.


Saída abrupta da EDEN? Elevados custos na reconquista de 7 Regiões? Politiquisses e demagogia diária nos média? A minha MU é maior que a tua? Aquele chamou-me nomes e o outro bateu-me?
Não me parece que isso resolva os nossos problemas.



Obrigado

Nuno Vieira