O Perigo dos Revolucionários Anti-Democratas

Day 2,274, 10:30 Published in Portugal Spain by Maximilian Von Evil

Revolução para aqui, revolução para acolá, existe um mito sobre o que é a revolução, possivelmente derivado da revolução de abril de 74, mas por vezes esquecemos-nos do significado e das consequências da revolução e do revolucionismo. Como podem deduzir, vou falar do Partido Revolucionário e do seu líder, o controverso AMS matias.

Não sou por natureza um revolucionário, nem sou fã da revolução. Para mim a revolução sempre foi a arma nuclear que aniquila tudo no seu caminho. Não digo que não seja ocasionalmente necessária uma revolução, mas é como ir à segurança social: não gosto mesmo que reconheça que é ocasionalmente necessário.

Existe uma grande diferença entre revolução e reformismo. Reformismo é quando se tenta adaptar o regime existente às nossas ideias, no caso da democracia liberal tendo em conta o apoio da população, revolucionismo é quando derrubamos o regime por completo para se construir um novo.

Ocasionalmente é necessário, geralmente por culpa do imobilismo do regime anterior. Em 1776 as treze colónias americanas separaram-se da Grã-Bretanha por causa da teimosia da sua metrópole, que recusava reconhecer aos colonistas e os seus direitos naturais (nomeadamente a representação). Em 1789 os Franceses derrubaram uma monarquia inoperante e inútil, e em 1918 os Russos e Alemães fizeram o mesmo. Os Portugueses derrubaram o seu próprio regime arcaico e inoperante em 1974 quando este se recusou a reformar as suas estruturas.

Nestes casos repete-se o mesmo, os regimes existentes não davam abertura à reforma. Mas coloca-se o problema, e quando dão abertura?

Quando o regime permite mudanças, e mesmo assim se quer revolucionar, então não se enganem, a pessoa que lidera um movimento revolucionário não é um democrata.

Um verdadeiro democrata submete-se a eleições e tenta reformar o sistema procurando consensos, reunindo apoio político, ganhando eleições. E o eRepublik opera um regime politico que permite, aliás, impõe, um regime onde há abertura ao reformismo.

Os regimes liberais apenas funcionam enquanto houver ética e moralidade e respeito pelos outros. Eu também acho que o atual sistema do congresso podia ser um pouco mais aberto à população, mas quando fui congressista respeitei as regras do congresso, porque elas foram estabelecidas por consenso político e se as quisesse mudar tinha que reunir votos a favor e tinha que o justificar perante os meus eleitores....até lá não as podia deixar de as respeitar.

O eRepublik não permite medidas coercivas, e ainda bem, mas isso significa que os únicos que podem castigar o AMS matias são os eleitores, tirando-lhe o partido, não lhe dando acesso ao congresso, e negando-lhe a presidência.

Nos últimos dias o AMS matias colocou uma lei imbecil que paralisou um dos poderes do congresso, o poder de declarar NE, algo que em tempo de guerra pode ser uma necessidade; o AMS matias fez um artigo a simular o boletim de coordenação militar, causando desinformação e confusão onde ela não devia existir; o AMS matias lançou uma lei de salário mínimo usando o congresso como uma arma pessoal de propaganda.

Tudo contra a vontade dos indivíduos, os cidadãos, que compõem a nação, e dos quais deriva toda a legitimidade.

O AMS matias não respeita que os deputados eleitos devem ter acesso imediato às ferramentas de gestão; o AMS matias não respeita o esforço de guerra, que é vontade da maioria dos Portugueses; o AMS matias não respeita os resultados eleitorais, retirando-se de uma eleição antes do tempo, desrespeitando aqueles que votaram nele; o AMS matias não respeita o sistema de voto dos artigos, usando o voters club.

O AMS matias só respeita a sua própria vontade e quer que tudo se submeta a ela, ás suas birras e ao seu ego, e coloca os seus interesses acima dos interesses de todos os outros cidadãos.

É minha política respeitar que um indivíduo jogue o eRepublik como quer, e dê as opiniões que quiser, mas o meu limite é quando um indivíduo limita o direito dos outros a jogar como querem. Sendo um liberal, nunca poderei apoiar ou concordar com este “revolucionário”, ou qualquer outro individuo que não respeite a liberdade dos outros.

Dito isto, e por fim, já chega da novela do AMS matias. O que havia a dizer foi dito, agora será a população que decide o que prefere, reformismo ou revolucionismo.

Há opções, usem-nas em consciência.

PS: Há mudanças no meu próprio partido, que agora é o Partido Liberal Democrata, mas isso será o tema de um outro artigo visto que considerei mais importante dar uma resposta a esta “crise” que está a decorrer.