Não acredite apenas em votar

Day 1,089, 15:25 Published in Brazil Brazil by michel maciell
“Acabou. Já Votei”. É isso que o cidadão diz após votar em seu candidato. O termo é péssimo. Por outro lado, não podemos ser prolixo ao afirmar que teve fim o processo de votação daquele eleitor. Escrevendo, eu posso. O termo é péssimo porque dá a falsa impressão que seu papel como cidadão termina por aí, ou melhor, é suspenso até a próxima eleição.

Sendo realista, isso é verdade diante do modo pouco republicano de ser do povo brasileiro. Mas se a realidade demonstra uma falha em nossa cidadania, temos que procurar meios de solucionar. Proponho a reflexão, a fiscalização e o agir.

A reflexão no sentido da autocrítica. Apesar de ser democraticamente legítimo, aquele que não votou deve refletir se o voto foi consciente. Se foi de protesto, o porquê do protesto, elencando a omissão dos candidatos no(s) ponto(s) que considera crucial(is). Deve refletir se aquele voto não concorda com todas as opções de projeto político ou simplesmente não conhece nenhum deles.
Àqueles que votaram cabe a reflexão sobre cada voto concedido. Deve se perguntar mais uma vez – ou pela primeira vez – o porquê de cada voto. Se conhecia e acreditava na história e nas propostas de cada candidato ou votou por outro motivo. Esses motivos podem ser de interesse meramente pessoal ou por influência de quem o rodeia, como a amigos ou o partido. Até a legítima influência de um amigo de confiança politizado deve vir acompanhada de fundamentos sólidos, construindo assim o voto consciente.

Após a reflexão, a fiscalização. Deixar de lado o rancor e a admiração e ter a noção exata que os políticos eleitos não são “seus” ou “meus”, mas de toda a coletividade, da nossa república, e como tal devem se portar. Do Chefe do Poder Executivo/presidente de partido, fiscalizar projetos e nomeações. Projetos gigantes que estão por vir, como no caso do Baby boom, e nomeações diversas que devem ser acompanhadas de competência para assumir tal cargo. Do Poder Legislativo/ membros do partido, se informar sobre o papel fiscalizador do parlamentar/ membro, o que fez para aprovar as matérias e quais foram às proposições apresentadas.

Por fim, partindo do pressuposto real que o governo/ presidente do partido/ congressista não é onipresente e onipotente, devemos ajudar nesta batalha e colaborar para o desenvolvimento do nosso país. Colaborar com o que puder, como contra a miséria de apoio das associações assistenciais, exaltando o papel da sociedade civil organizada.

Não acredite apenas em votar. Não deixe sua cidadania se dissipar junto com o voto que é dado na eleição. Esse direito da sociedade brasileira não pode se dar o luxo de desperdiçá-la.

p.s.: desculpe pela falta de imagens, culpa da internet lenta.