Leituras Rápidas: Reflexões eRepublikanas II - Tem mais ano que vem

Day 2,962, 07:02 Published in Brazil Brazil by Cellor
Pratos, Ironias, repetições e falhas
Um certo amigo, uma vez, tentou equilibrar um prato em um garfo. Não está errado. Ele fincou o garfo na mesa e passou quase meia hora movendo ele aqui e acolá para que ele se sustentasse. Numa ponta de garfo. Isso foi numa festa de ano novo. E cá estamos nós, nos aproximando das festas de Ano Novo, no eBrasil num prato que tenta se equilibrar em cima de um garfo. Com a exceção de que aqui o prato está rodando. As vezes, frequentemente, ele pode perder o equilíbrio. Houve um tempo em que o eBrasil sumiu do mapa, então o que será realmente impossível?
Impossível será manter a ordem para sempre. Ordem, Liberdade, Democracia. Todos substantivos femininos. E não só femininos, como feministas. Liberdade (não?) precisa do Estado. O Estado precisa da Democracia. O Estado vive de servir à ordem. E nenhuma delas quer que ele tenha moleza. A Liberdade, por exemplo, abandonou os homens há séculos, se formos acreditar no tio Jacques. E só abandonando o Estado, só voltando para o Estado de Natureza, ou indo pelo outro caminho que daria no mesmo, de impedir "a perversão e a corrupção do homem pela sociedade", poderíamos chegar perto de reavê-la. Enquanto isso, ela deixa a prima não tão bonita, que posa em estátuas e pinturas nem sempre com o pudor que seria de se esperar, para olhar por nós. Ela pode, e frequentemente é cortejada sem que haja a corte da igualdade, mas ela não é a Liberdade. O que é realmente lamentável.
Então o prato para de balançar e devanear. Por que eu coloquei duas taças embaixo, sustentando ele, antes que qualquer eventualidade acontecesse. No ano seguinte, não tive a chance. E uma eventualidade aconteceu. E o melhor de tudo foi saber que esse ano terá mais. Não sei se é pelo legado da educação ocidental e seus valores judaico-cristãos, mas saber que algumas coisas sempre se repetem é um tanto consolador. Aqui eu deixo para cada um pensar se deve perdoar tudo. Por um lado, há pessoas que "não se pode confiar". Por outros, há pessoas que só precisam de confiança. E há pecados superestimados. 2015 foi um ano de pecados graves contra o eBrasil. Não estar ativo para vê-los não me impediu de conhecê-los. Mas não é essa a graça do ano novo? Independente da crença, do "demônio do capitalismo", da "idolatria católica". Independente de se os romanos, os gregos, os maçons, os judeus e os satanistas comemoram ou deixam de comemorar. O ano novo, mais que o Natal, por ser a crença de mais gente, é o tempo de recomeçar. Novas oportunidades. E, se houverem novos fracassos, novos tropeços, quem liga? Sempre haverá um campeão da Democracia. Sempre haverá um reconstrutor. Sempre haverá alguma alma inflamada para nos tornar fênix. E é melhor deixá-las fazerem seu trabalho aqui que na vida real.
O mais interessante de tudo é, no entanto, o conjunto de pequenas ironias. 2015 também foi o ano das ironias no eRepublik. Um cavalo de Troia (creio que posso dizer assim) foi só a mais comentada. Afinal, no fim de tudo os Cavalos de Troia não são senão ironias. Uma ditadura democrática, no entanto, com certeza foi a mais engraçada das ironias. Não seria melhor chamar de "Regime de precaução"? É realmente possível imaginar um ditador cujo poder emana do povo e em seu nome é exercido. Na vida real já tivemos algumas aberrações assim. Mas é um tanto complicado imaginar um ditador passando o bastão.
(Nesse momento, em uma realidade alternativa, em Berlim)
Hitler - Sabe, Göring, eu estive pensando e decidi que é melhor que eu coloque alguém em meu lugar. Estou velho. Estive pensando... talvez você seja esse alguém.
Göring - Mein Fürher, me daria esta honra?
Hitler para, pensativo.
- Nein, nein, nein, nein, nein!
(Voltando à nossa realidade)
Enfim, de qualquer forma, fica a critério de cada um. O ano é novo, e o ano é seu. E, diferente de carro, que nem todos trocam todo ano, e tem uma miríade de modelos, todos os Anos Novos saem iguais, para todos trocarem.
Feliz Ano Novo, e não faça dele uma reprise interminável do ano velho. Algumas repetições são boas, mas por que são raras.