Leituras Rápidas: Crônicas de um qualquer II - Tropeços

Day 2,966, 06:47 Published in Brazil Brazil by Cellor

Dia 2965, 06:02 da manhã. O cronista estou há 5 horas encarando a tela do eWord. Ele começo a escrever a data e hora. Para. Ele resolvo começar a fazer um experimento de concordância ideológica. "Comunista!" gritam na imaginação minha. Seu lobo temporal está mais aceso que uma arvore de natal. Não para menos. Ele tento escrever uma crônica enquanto seu Lobo Ocipital e seu Lobo Frontal discutem na área de Wernicke. Um vê ideológico. Ora, ele é feito para ver e processar imagens. Não para pensar nas nuances da palavra. ideológico, ele consultou o lobo temporal, "é referente a ideologia", disse, "Alguns exemplos de ideologia são Comunismo, Fascismo, Liberalismo, Sionismo..." Então aparece um vídeo. Milhares de pessoas inflamadas contra a "doença do comunismo". E ele disparou o alarme. Mas, o todo-paciente lobo frontal responde. "Meu caro amigo, concordância ideológica é um fenômeno linguístico no qual o verbo, ao invés de concordar com a palavra em si, concorda com a ideia dela. É como se, ao concordar com a palavra grupo, um verbo qualquer passasse para o plural, pois a ideia de grupo é uma ideia plural". Assunto resolvido. O cronista posso retornar ao experimento. Ele passo a descrever o que está fazendo. E começo a escrever sobre o confronto que ocorre dentro de seu cérebro que o parou por cinco minutos. Explica alguma coisa e para.
Não pode continuar nisso. Talvez outra oportunidade.
Então começo a pensar no ódio contra a ideologia. Ódio é uma palavra imponderada. Precisa ser removida. Mas outra palavra não vem. Talvez, penso, seja só uma questão de entender a ideologia. Mas não se explica. Não contra o ódio. Contra ele se argumenta. E não é uma argumentação que o cronista gosto de fazer. O cronista olha no celular. Uma mensagem de um que ele resolve tomar a liberdade de chamar de amigo. Aquela é uma discussão de verdade. Duas pessoas que, pelo menos aparentemente são dotadas de respeito mútuo. Não só um pelo outro como pelas idéias um do outro. Sem compromisso missionário. Mas aquilo é uma coisa rara. É o tipo de coisa que ele só encontra uma em cada cem discussões. E para para pensar, se são idéias, vindas todas da mesma iluminação, da mesma capacidade, da mesma bênção, que é a inteligência humana, se saem todas da mesma parte do mesmo modelo de máquina, todas saídas do lobo frontal do cérebro, por Deus! Qual o custo de se dá ao trabalho de tentar ver o mundo por outras lentes? Qual é o custo de não tentar estar certo, de apresentar argumentos apenas para exercitar o conhecimento seu e de outra pessoa? De não tentar converter à sua ideologia, mas entender todas as ideologias?
Ele para. Um texto. Dois tropeços. Demais até para ele. Toma café. Abre o navegador de internet. Procura o site do Jornal do Ministério da Defesa. Ele tem trabalho para fazer. Então vai. No dia seguinte, volta. Abre um site qualquer de gramática e literatura. "A crônica tem também um cunho reflexivo, uma busca por uma verdade". Ele pensa em fazer a terceira edição das Reflexões eRepublicanas. Mas para. "Já fiz um experimento", penso,"faço outro". E me contento com o fato de não conseguir nenhuma verdade. "Nada de novo na Redação". Um tributo capenga ao livro. Mas um outro amigo me ensinou a valorizar o que é capenga também.