Leituras Rápidas: As Crônicas de um qualquer III - A Loteria

Day 2,971, 01:18 Published in Brazil Brazil by Cellor

Eu já tomei decisões erradas. E decisões péssimas, horríveis, completamente incompreensíveis e imperdoáveis. E essa foi uma delas. Foi há algum tempo. Antes da última vez que parei de jogar. Uma loteria. Luxuriante, tentadora, obscena. Como essa que está agora, que o eRepublik está adorando anunciar cada um entre mil que consegue 500 gold. Limpinhos, facilzinhos. Mas já estou vacinado. Mas não foi por nada. Foi num dia como hoje que, na época, sabe-se lá a razão, eu não dormi. Eu nunca gostei de dormir, embora, para minha insatisfação, durma muito. E, enquanto hoje, por algum motivo qualquer eu fiquei sem sono, naquela época eu estava tentando experimentar chegar a 24 horas sem dormir. Procurei um dos muitos jornais da época e comecei a ler quando comecei a ser tentado pela oferta. Não tenho certeza se eram 500 gold já naquela época, mas era um prêmio apreciável. Então usei minha tentativa grátis. Quase pulei da cadeira quando vi que tinha ganho o Jackpot. Mas então vi a jogada esperta. A galinha sem cabeça não iria dar seus ovos dourados para qualquer um. Era necessário conseguir três jackpots para ter a grana. Mas tinha começado bem. Tentei de novo. Ganhei. Não acreditei. Não tinha muitos Golds. Mas se conseguisse, teria. Tentei de novo. Nada. Mais uma vez. Também não. E de novo. E necas. E fui nesse ritmo até ter gastado todo o gold que tinha e metade do meu dinheiro comprando mais. E só mais um jackpot, e eu levava o prêmio.
No final, eu ganhei uma lição, valiosa hoje, que tenho mais dinheiro e a proposta soa mais tentadora, em mais cores e mais prêmios. Não há caminho fácil para a riqueza. Se, ao ler isso, você está contando seus quinhentos golds, pense que agora sua luta será para mantê-los e fazê-los crescer. E isso não será nem um pouco mais fácil que conseguir 500 gold à moda antiga. Trabalhando.
Então, chega minha vez de dar algo à galinha sem cabeça. Meus agradecimentos. Não só pela lição, e a oferta (de melhorar centros de treinamento e fábricas por preço promocional), frequentemente ignorada em favor da tentativa de ganhar o dinheiro fácil, mas por me dar algo a recorrer que não o excesso de assuntos. Minha vitória sobre a Falta de Assunto, descrita na edição passada, me permitiu pensar em tantas coisas para falar, que, até ver essa tentação voltar só para se desapontar com o que ela havia me tornado - de certa forma, ainda uma repetição de ontem -, não sabia sobre o que falaria. Mas ela era mais urgente. Por que os novos e os ingênuos podem cair na armadilha que eu caí. E podem ficar tão decepcionados consigo e com o novo mundo quanto eu fiquei. E, quem sabe, ao ver o que tanto trabalharam ir pelo ralo, não desistam?
Bem, galinha sem cabeça, sorte a sua não precisar de travesseiros.
E sorte a minha que já percebi o quanto sua cabeça não pesa a noite, de fazer uma oferta dessas.