Há tanto por fazer

Day 2,125, 16:14 Published in Portugal Portugal by Nuno Vieira


Perdemos o Japão.


Há muito que se diz por Portugal que a saída das crises longas demora muito tempo e que estragar tudo é bastante rápido. A situação em que nos encontramos vem mais uma vez demonstrar o quanto isso é verdade. O País levou cerca de 2 meses a cimentar a sua posição internacional, libertando-se do conflicto espanhol e voltando a ter o sabor doce das conquistas que tanto alegra os portugueses, para em 7/8 dias perder quase tudo com a agravante de ter muito menos dinheiro nos cofres e uma nova crise de instabilidade interna no horizonte.




Culpados? Alguns. Talvez até mais do que aqueles que nos vêm agora ao pensamento. Ao culparmos o Governo impugnado e o seu maior responsável, o ex CP, temos de obrigatoriamente culpar quem os elegeu, mesmo sabendo que ao analisarmos as coisas com clareza o próprio CP actual e 2º classificado na eleição não é também ele um jogador em quem se possa depositar total confiança de governação com sucesso.

Há, como quase sempre houve, falta de meios humanos capazes e com as qualidades necessárias para manter uma rotatividade de excelência nos lugares governativos.




Razões? Algumas. Talvez até mais do que aquelas que nos vêm agora ao pensamento. Governos com poucos elementos são uma das causas, concentrando a informação e o conhecimento num reduzido número de pessoas, tal como a não colocação de estagiários em lugares chave da aprendizagem e acompanhados por equipas superiores para dar todo o apoio necessário. Outra das razões é também a noção errada de que já não sendo novato se está automaticamente elegível para assumir certas responsabilidades. Há cidadãos que andam aqui há anos e ainda hoje não têm a mínima capacidade para exercer cargos de liderança, mesmo sendo já elementos séniores. Há os que sabem isso e o reconhecem e outros que mesmo sabendo das suas debilidades tentam por todos os meios demonstrar o contrário mas sem sucesso. Temos ainda de contar com os que se recusam a aprender, ouvir, assimilar conhecimento e reconhecer que um membro mais velho, mesmo menos participativo, pode sempre ter algo de valor a acrescentar. No fundo há, como sempre houve, uma certa falta de humildade para com os membros mais velhos da comunidade e isso com o passar dos tempos e com o aparecer de certas dificuldades acaba por afastar esses cidadãos mais experientes prejudicando invariavelmente a comunidade.

Os pequenos sucessos que se vai obtendo sazonalmente acabam por fazer esquecer as grandes debilidades e nota-se que a comunidade sente falta de certas coisas que se faziam no passado e que motivavam, aproximavam e faziam girar e fluir o conhecimento, tais como os debates em IRC ou Teamspeak, a vida partidária salutar e não baseada em estratagemas eleitorais e apoiado com ofertas de numerários ou produtos e ainda os Meetings muito úteis para a aproximação entre os vários quadrantes da sociedade.

Ao longo dos tempos eu tenho caracterizado a parte social como a mais importante no jogo em deterimento da militar e da económica, muito porque estou perfeitamente convencido que o lado social é a base de tudo o resto. Muitos discordam mas nestes últimos dias tivemos o exemplo perfeito para o que defendo. Por exemplo, estava-se a realizar um trabalho bastante bom a nível económico com a preservação do Fundo de Apoio aos Campos de Treino baseado no programa FIE e em apenas 7 dias, após uma catadupa de erros, deita-se tudo a perder. A nível Militar e Estratégico idem.




Acho que é hora de haver um debate sério na sociedade sobre as lacunas no expectro social com vista a envidar esforços para que se possa suprimir essas lacunas e fazer com que o país seja limpo de tudo o que não interessa. É importante também que os próprios novatos estejam atentos ao que se escreve nos jornais e que tenham o discernimento necessário para saber separar o trigo do joio. Não é preciso ser muito inteligente ou ter super conhecimentos para ver o que é demagogia utilizada por alguns, aqueles que a única forma têm de sobreviver é no caos político e social.

Obrigado