Entrevista: Ataulfo :: 05 Jul 2009

Day 593, 15:32 Published in Portugal Portugal by Aronfly
Uma surpresa tornada realidade!
Carismático, de intervenção mordaz, revelou-se uma figura mediática que influenciou os Media portugueses. O Ataulfo é a personalidade que hoje responde às 15 perguntas que já habituaram os portugueses.
Vamos ver o que ele tem para nos dizer:

1. Explica-nos a origem do teu nick e do teu avatar? E como chegaste ao eRepublik?
O nickname foi o nome mais estrambólico que me ocorreu.
O meu primeiro avatar foi resultado de quando cheguei, só ter encontrado trabalho na agricultura. Era portanto um camponês. Fiz uma pesquisa no Google e a imagem que me pareceu adequada foi a de um quadro de Paul Cezanne chamado O camponês.
Depois mudei para uma imagem delirante de um cachorro com cara de irritado.
Cheguei ao Erepublik via uma pesquisa que me direccionou para um fórum onde se falava deste jogo.

2. Qual a tua experiência em jogos online?
Quase nenhuma, e normalmente em jogos de estratégia. Não nos podemos no entanto esquecer que o Erepublik, é basicamente um Fórum de Discussão e pouco mais que isso. Quem souber jogar à Sueca pode perfeitamente fazer os dois clicks necessários.

3. No eRepublik causaste um impacto que, apesar de não ser elogiado pela maioria, é ainda hoje muito falado e recordado. Como vês esta situação?
Inicialmente vi o Erepublik como uma simulação. Depois percebi que era um jogo.
A situação no Portugal do Erepublik chegou a um ponto em que as pessoas têm medo de dizer o que pensam. Especialmente os novos jogadores quando chegam, são normalmente insultados pelos mais antigos. Muitos pediram-me que continuasse a falar, e a criticar o ponto a que as coisas chegaram. Há muita gente que prefere ficar calada.
Eu já tenho uns aninhos em cima do pêlo, e o dinheiro dos meus impostos já pagou muita fralda descartável desses miúdos que criticam.
Quando temos uma situação de proto-ditadura, aqueles que são normalmente considerados os «capachos do poder» costumam ser críticos dos que criticam o governo.
Há um mecanismo idêntico nas escolas onde os miúdos fixam-se num alvo, porque para serem aceites pelos grupos que são mais «cool» têm que se parecer com eles. Os miúdos (e toda a gente sabe a quem me refiro) transformam-se em defensores de Judazs por causa disso.

4. Escreveste artigos didáticos, informativos e humorísticos, onde se revelava um Ataulfo integrado na sociedade, tendo sido aplaudido e elogiado. Houve outras alturas em que os artigos eram violentos e de critica voraz ao governo, mostrando um Ataulfo demarcado e inconformado com a situação do país. A pergunta é imprescindível. Quem é o Ataulfo?
Numa sociedade todas as pessoas devem contribuir com a sua parte, mas uma das contribuições que os cidadãos devem dar para o país, é contribuir para que ele seja limpo e honesto. O Ataulfo é apenas alguém que entende que há pessoas honestas com as quais se deve colaborar, mas que cedo percebeu, principalmente por causa do «escândalo Judazs» que o ePortugal do Erepublik não era uma democracia.
Uma coisa é ensinar coisas às pessoas, outra coisa é colaborar com um poder que para mim é corrupto e mentiroso até ao tutano. O poder absoluto corrompe. O grupo de pessoas que controla ePortugal é o mesmo de sempre. Nunca mudou uma vez que fosse. Eu não acredito em bruxas, mas que as há, há.
O Ataulfo, é (ou foi), simplesmente alguém que apareceu no Erepublik e que depois se foi embora, como muitos outros, quando percebeu que isto não passa de uma Fraude montada para garantir o acesso ao controlo do dinheiro do jogo, a um pequeno grupo que o faz com grande sucesso.

5. Justificavas as tuas criticas ao governo como forma de informar os cidadãos mais incautos. A verdade é que nada parece ter mudado. Sentes que a tua luta foi em vão?
Em primeiro lugar, as minhas primeiras criticas não foram contra os miúdos do governo, mas sim dirigidas à corrupção e ao golpe do Judazs. Só depois entendi, a quantidade de disparates disfarçados de socialismo que tinham sido implementados.
Só mais tarde percebi que aqueles que eu criticava eram na realidade os mesmos, apenas se tinham desentendido relativamente a um pequeno pormenor. Eram todos farinha do mesmo saco.
Obviamente eu acho que os jogadores verdadeiros entenderam a mensagem. Os batoteiros discordaram. Quando um batoteiro ganha sempre o jogo, e não se consegue provar que está a fazer batota, não vai deixar de jogar, quanto mais não seja pelo prazer de chamar os outros de trouxas.
Eu não sei a quantos a minha mensagem chegou. Mas eu nunca esperei sensibilizar as multicontas. Essa era uma tarefa impossível.

6. Acabaste por sair de Portugal, a tua actividade decresceu, induzindo um abandono do jogo. Agora estás de regresso. Vais voltar a ser activo nos Media portugueses? Ou assumiste uma nova atitude?
O Ataulfo como jogador morreu, e não voltará.
Embora como alguns devem ter percebido, as «acusações injustificadas» do Ataulfo, que levaram tantos camaradas a pedir a sua expulsão, afinal tinham razão de ser, o que justificou que o banimento fosse removido …

7. Podemos esperar algum dia o Ataulfo presidente de um partido político em Portugal? E a oposição? Tem capacidade para formar Governo?
Esta pergunta foi respondida acima. Obviamente não haverá Ataulfo para isso.
Uma oposição tem que se criar de raiz, e ela é boicotada continuamente pelos de sempre. Só pode haver oposição com os jogadores novos e esses são muitas vezes insultados e desmotivados.
Eu cheguei a incentivar algumas pessoas que contactavam comigo, muitas vezes a perguntar se era boa ideia migrar para o Brasil.
Não é fácil ir juntando o número de pessoas necessário para mudar o governo. Além disso, como é evidente, creio que já ninguém acredita que seja possível ganhar eleições em ePortugal sem ter o apoio do grupinho de sempre.
Em nenhum lugar do eMundo, existe uma situação como a de ePortugal, em que os mesmos controlam tudo desde sempre.
Salazar também convocava eleições «livres», mas ganhava sempre. Chegou a uma altura em que as eleições portuguesas eram vistas como o que eram: Uma gigantesca fraude. Não se pode enganar sempre toda a gente.
Para haver um governo de oposição tem que haver uma Democracia e para haver uma Democracia tem que se respeitar o principio sagrado de «um Homem um voto». Sem se respeitar esse principio não há democracia. Se não há democracia a oposição não ganhará nunca.
E não adianta acusar a oposição de também ter criado multicontas.
A realidade está aí: Se a oposição criou multicontas, elas nunca conseguiram ganhar eleições…
As provas circunstanciais são arrasadoras, mesmo que não se pudesse provar que existe um único batoteiro.

8. Como avalias o desempenho do Governo?
É o possível.
O pequeno grupo de amigos que controla o país tentou inicialmente provar que poderiam criar uma sociedade comunista. Foi uma catástrofe, que parecia que dava dinheiro às pessoas mas que arruinou a economia.
Depois foi o truque da moeda, que destruiu a moeda portuguesa e a transformou na mais desvalorizada de todo o Erepublik.
Depois disso, o chefe do gang, que na altura era o Judazs, roubou os próprios amigos e ficou com as empresas estatais.
Agora curiosamente o mesmo grupo de pessoas, anda a tentar limpar os disparates que fizeram no passado, sem nunca assumir responsabilidades.
Numa sociedade normal, as pessoas teriam sido demitidas e os partidos responsáveis seriam responsabilizados pela má gestão.
Em ePortugal, somos todos amigos, e votamos todos no mesmo e caminhamos todos na mesma direcção. (pelo menos é o que alguns afirmam).

9. Como vês o recente assinado de paz entre Portugal e Espanha e o estabelecimento de um MPP com este país?
Aceitámos a Paz e propusemos a Paz que os espanhóis destruíram. Mais tarde ou mais cedo voltará a guerra, porque a administração do Erepublik não parece ter soluções para o problema. Como jogo de guerra o Erepublik é uma nulidade, como simulação uma desgraça.
Na prática é um fórum de discussão e não um jogo online. Os espanhóis voltarão a atacar, encontrarão uma razão qualquer, e se não encontrarem provavelmente inventam. No Erepublik não são necessárias razões para declarar guerra a ninguém, as guerras são «for the fun»

10. Qual a maior vantagem e desvantagem de Portugal?
Não estou habilitado a responder a esta questão. O Portugal do Erepublik tem as mesmas características do real, uma situação geográfica interessante (que não pode ser utilizada) e um povo que rouba o Estado, foge aos impostos sempre que pode, trás para casa o material de escritório da empresa, sem perceber que está a roubar, inventa doenças para poder ficar de baixa, mas que vai para as manifestações ao fim de semana pedir mais subsídios e mais condições.

11. Como se combatem os clones?
Os clones não se podem combater. Basta um numero de contas de email, um IP dinâmico e várias sessões de Windows.
É demasiado barato. Só a administração pode acabar com isso. Uma das formas seria exigir o pagamento pela criação de contas. Mas isso reduziria a expansão do jogo, embora criasse um universo mais honesto, que no entanto não resistiria a miúdos com acesso ao cartão de crédito do Papá. Que gastam dinheiro orgulhosamente, dizendo que gastam, porque podem…

12. Já ponderaste desistir da tua conta actual e recomeçar o jogo com uma nova identidade?
Nunca me ocorreu tal coisa. O Ataulfo é apenas um jogador, não tem multicontas replicas ou o que quer que seja. É claro, que isso implica que se conseguirem bani-lo, acaba definitivamente.
E quando acaba, acaba, ponto final.

13. Estás arrependido de alguma coisa neste jogo?
Levantei a voz contra os corruptos, contra os ladrões e contra os mentirosos, acusei o eGoverno comunista de injustiças, chamei os bois pelos nomes, disse a verdade - e a verdade é desagradável para muitos.
Não estou arrependido de um texto, um parágrafo, uma linha, uma única palavra.
A mim ensinaram-me que devemos falar a verdade, levantar a voz, mesmo que saibamos que gente muito mais poderosa que nós, nos pode prejudicar.
Isso tem custos, evidentemente.
A eriçada irritação dos miúdos que querem fazer boa figura foi prova disso.

14. O que pretendes vir a fazer na tua vida futura?
Bom, se falamos da vida do Erepublik, a questão está já respondida. Há apenas uma questão que pretendo resolver que levará a que o Ataulfo exista por mais um tempo, mas não terá qualquer actividade.

15. Alguma mensagem para os nossos leitores?
Gostaria de me despedir, agradecendo a todas as pessoas que me incentivaram e que me deram informações sobre o que se passou no Erepublik antes de eu ter chegado. Quero agradecer aos outros que me incentivaram a falar e que como eu também entenderam que em nenhum lugar do mundo é possível um grupo ganhar continuamente eleições praticamente desde que existem e continuar no poder eternamente.
Não há nenhuma democracia assim. Nunca houve neste ePortugal nada mais que uma gigantesca farsa, uma gigantesca mentira possibilitada por IP's dinâmicos, múltiplas sessões de Windows e multiplicação de emails do Gmail.
Esta é a realidade do ePortugal que foi sendo construído ao longo dos meses.
Só no último mês, mais de 40% dos portugueses desapareceu, quando a média de redução é de 20%.
Quero que reflictam no caso. Portugal é neste momento um país da 3ª divisão, ou terceira página. Um país que veda aos cidadãos os seus direitos, está condenado a desaparecer. Não haverá Baby Boom a sério, enquanto o ePortugal for o que é.
Não acreditem que estamos melhor por vivermos numa farsa que afirma que devemos remar todos para o mesmo lado. Todos os ditadores afirmaram isso.
Não há valor mais nobre que o Direito à Liberdade de cada um.

Aos de sempre deixo uma mensagem:

Vocês podem enganar toda a gente uma vez
Vocês podem enganar algumas pessoas sempre
Mas não podem enganar toda a gente sempre.

Mas aquilo que vocês acham ser uma vantagem, acabará sendo uma maldição. Ou vocês acabam com o vosso comportamento ou Portugal continuará a decair.


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Obrigado Ataulfo por teres aceite este desafio!
Mais uma entrevista, mais 15 perguntas respondidas. Quem será o próximo? Garanto-vos que será outra surpresa.
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