Aonde estão nossos heróis?

Day 701, 16:21 Published in Brazil Brazil by Omolu

Já faz 70 anos que houve na vida real a Segunda Guerra Mundial, na qual o Brasil teve grande participação na Itália, sendo o único regimento a render uma divisão alemã inteira, a 148º. Dentre os prisioneiros 2 generais, 800 oficiais e 14.700 soldados. Mas os grandes heróis que renderam a divisão não foram lembrados. Aos 25.000 pracinhas que participaram da guerra, a todos os pracinhas que caíram na guerra e depois dela faço esta pequena homenagem.

RESISTIR. NAO ESQUECER

Sobreviver a uma guerra não é tarefa fácil. Sobreviver a uma guerra mundial então... Para os cerca de 450 brasileiros que morreram na Europa entre 1943 e 1945, lutando contra alemães e italianos restam as lágrimas e a certeza: morreram como heróis. Para os outros 25 mil brasileiros que voltaram, restaram a luta contra a falta de apoio, o esquecimento, o descaso e, muitas vezes, o preconceito de um País que confundiu o amor e respeito a seus veteranos de guerra com o desprezo pela ditadura militar. Mas nunca é tarde para reconhecer aqueles que resistiram duas vezes: à guerra e ao esquecimento. São todos heróis






Agora falo de um assunto do começo do artigo. Aonde estão nossos heróis?



Montanhas de livros e filmes foram e continuam sendo produzidos nos Estados Unidos e na Europa sobre seus principais heróis da Segunda Guerra Mundial. Pode ser o atirador de tocaia russo que conseguiu combater e sobreviver a Stalingrado; ou o piloto de bombardeiro britânico que participa de um ataque ousado contra represas alemãs; ou o submarinista americano que corre o altos riscos para afundar um navio japonês. Ou mesmo um alemão que se arrisca a salvar judeus dos campos de extermínio nazistas.
Já no Brasil, o que existe basicamente é um grande silêncio sobre nossa participação nessa guerra, cortandoesporadicamente por um livro, um docymentário, uma rara menção em filme ou série de televisão. Onde eatão nossos heróis? Porque não são celebrados? Os historiadores Cesar Campani Maximiano que escreveu o livro Onde Estão nosso Herois - Uma breve história dos Brasileiros na 2ª Guerra.
Alguns trechos de livros e idéias de historiadores irei citar
"A experiência de guerra não ecoou na sociedade brasileira, como ocorreu na sociedade brasileira, como ocorreu nos EUA ou na Europa. Os americanos mobilizaram 16 milhões de combatentes, a Europa foi diretamente afetada"
"São poucos os veteranos em nosso meio considerando-se a população total do país. Então diferentemente de outros países, onde você eventualmente tem como um vizinho, e não é difícil tê-lo sob o mesmo teto, aqui são poucos os que encontramos, e acredito que seja um fator a mais para a nossa falta de atenção sobre o assunto."
Veteranos como Gerson Machado Pires, que comandou um pelotão de infantaria e viu amigos morrerem ao seu lado. Ele foi voluntário para a guerra, mas confessava que tinha receio de como se comportaria em açao. Quando viu que conseguiria dar conta do recado, teve um grande alívio. Era de uma honestidade marcante.
Outro veterano impressionante era Alberto Martins Torres, que não só participaria do afundamento de um submarino alemão, o U-199, ao Largo do Rio de Janeiro, como foi para a Itália no 1º Grupo de Caça. Pilotou seu P-47 em 99 missões. Era um grande prazer ouvir-lo falar não apenas de suas façanhas - veteranos são heróis de verdade não ficam se vangloriando de seus feito - , mas das pequenas coisas da guerra.
Gerson Machado Pires e Alberto Martins Torres já morreram, assim como muitos outros. Restam cada vez menos veteranos da guerra que terminou já faz 70 anos.
Não é só a quantidade pequena de ex-combatentes que afeta o modo do país vê seus heróis de guerra. A questão envolve o relacionamento em geral entre civis e militares ao longo da história - especialmente aquela mais recente, durante e depois do regime militar.
Obrigado
Abraços
Daniboy 22
Homenagem a todos os ex-combatentes brasileiros