A POLÍTICA NOS TEMPOS DAS LISTAS PARTIDÁRIAS

Day 1,788, 03:26 Published in Brazil Cuba by Greywacke
Assuma órbita padrão Sr. Sulu!



Quero retomar um tema, animado por um excelente artigo do invencível (pelo menos no Batlle Royale) Darth Claudio, e por uma sugestão da M.A.V. nos comentários desse mesmo artigo.



O grande Darth em sua versão 1.0


Tenho uma grande pergunta me incomodando desde que foram implementadas as mudanças na maneira como se elegem os congressistas: “COMO ESCOLHEMOS EM QUEM VOTAMOS?

Tenho certeza de que muitos têm essa resposta na ponta da língua, podem ser respostas diferentes até, mas todas elas suscitam outras perguntas mais complicadas (e, portanto, mais reveladoras).


Tinha pensado em fazer uma pesquisa, mas tive certas dificuldades e muito pouco tempo disponível para superá-las e, lembrando que pesquisas são, algumas vezes, usadas apenas para confirmar o que já sabemos, resolvi dispensá-la.


No eRepublik, escolhemos “em quem” votamos, pelos seguintes motivos:

1 – Afinidade ou simpatia para com a pessoa.

2 – Por considerarmos a pessoa eficiente ou competente.

3 – Por ela pertencer ao nosso “grupo”.

4 – Porque ela defende ideias semelhantes às minhas.


Mas agora já não escolhemos em quem votamos, mas em que grupo de pessoas votamos, ou seja, os dois primeiros motivos acima, que para mim devem ser os mais comuns, ficaram invalidados com a adoção do voto em lista partidária, exceto se essa pessoa estiver nas primeiras posições dessa lista.


Mas, mesmo nesse caso, digamos que nosso herói, nosso modelo de cidadão eBrasileiro, esteja no topo da lista do Partido da Bruzundanga Nacional.



Our hero!


Então, é claro, votamos no partido da Bruzundanga e temos a tranquilidade do trabalho bem feito.... mas aí percebemos que o quinto membro da lista desse mesmo partido, é alguém a quem simplesmente odiamos, que, na nossa opinião, traiu aos “elevados interesses do país”, e que nosso voto o colocou no congresso.... e agora?



Oh no! Ele também estava na lista!



Agora, bom, agora que votamos em PARTIDOS (pior, votamos em coligações), quer gostemos ou não, as coisas precisam se definir melhor.


A questão de fundo mais importante é:
"O que os partidos estão "partindo" neste momento?"


Quais as razões concretas para a separação dos militantes em conclaves distintos? Têm eles distintas ideias a respeito de como conduzir os assuntos na e-nação?

Ou será que apenas nos organizamos por gostarmos ou não gostarmos de alguém?



Dúvidas, dúvidas, dúvidas...



Volto à questão da “gravidade”, há uma série de pontos com os quais todos estamos de acordo: Os partidos defendem o desenvolvimento autônomo de cada cidadão, sua educação social, econômica e militar, a integridade do território do país, de seus bônus de produção, de sua “nacionalidade” (seja lá o que isso signifique no eMundo), enfim, todos somos a favor da “Lei da Gravidade”.

Então, será que diferimos a respeito de como atingir esses objetivos, ou seria melhor estarmos todos dentro de um único grande partido, já que não há nenhuma diferença? (por favor, isso é apenas hipotético, esqueçam por um minuto, a “terrível” ameaça de um TO).


Há, por exemplo, uma questão atualmente em debate: Gastamos demais com defesa ou apenas gastamos errado? Como gastar menos, ou como gastar direito?
E, como outro exemplo (apenas como exemplo!), por que não há um “Partido pró-EDEN”? Ou pró-Portugal?

Como se posicionam os partidos a respeito disso, há discordâncias, ou “cada um é livre para ter sua opinião no nosso partido”?


Infelizmente (?) essa linda postura “democrática” não pode mais se sustentar com o atual mecanismo eleitoral, posso querer votar em um que defende a redução do exército e acabar elegendo um que quer sua ampliação nos atuais moldes!

Cada partido PRECISA se posicionar com relação a COMO é a favor da “Lei da Gravidade”, não basta dizer que se propões a defender o país, precisamos saber COMO se propõe a defender o país!



Isso vai dar um trabalho.....


E se sua posição a respeito de determinado ponto é voto vencido dentro do partido, há duas coisas que pode fazer: ficar no partido e não se candidatar ao congresso, pois você estaria traindo a decisão da maioria de seu partido, e agir para mudar essa opinião internamente, OU mudar de partido, uma coisa muito fácil de fazer aqui.



Mas, se vocês ainda estão me seguindo, eu disse que ainda existem dois motivos para escolher em quem votamos que prosseguem válidas:

3 – Por ele pertencer ao nosso “grupo”.

4 – Porque ele defende ideias semelhantes às minhas.


Bom, o que é o “nosso grupo”? O que nos une enquanto partido afinal?
Qual o posicionamento do And Galo ou da M.A.V. a respeito do aumento de impostos? Não sei, assim como eles não sabem o meu.
Então não é isso que nos une, o que nos une, no momento, é uma aceitação um tanto quanto difusa a respeito fingirmos que somos de “outro planeta”, além de gostarmos da maneira que trabalhamos e como nos comunicamos (o que é mais importante).

Isso é pouco, mas é suficiente para que eu vote neles, mas não é mais suficiente para que eu vote em uma lista na qual estão os nomes de alguns deles!


Eu quero estar em um partido pequeno, então eu preciso de uma coligação com um partido com o qual eu possa concordar, mas como concordar se nenhum partido se dá ao trabalho de dizer o que pensa! (além da ser a favor da Lei da Gravidade).


Acho que há muita vaidade pessoal e grupal envolvida na nossa política, "estar no TOP 5" pode até não ser o objetivo, ser o "maior partido" também pode não ser tão importante, mas no fundo é a "satisfação pessoal" que a maioria está buscando: mostrar-se ser capaz de ficar na frente dos outros, fazer parte do grupo "de elite" capaz de ter mais candidatos eleitos....


Mas para que serve isso? Que diferença está fazendo essa fogueira de vaidades?

Em nome dessa hegemonia, fazemos as coisas mais abjetas: cooptamos, sabotamos, criamos fakes, difamamos, e deixamos que pessoas que discordem de nós permaneçam no partido, apenas para contar com o número deles.... Ideologia é um péssimo negócio para quem só pensa em ter uma grande bancada... sabemos como isso é na vida real, aqui, é só uma coceirinha.



Dispensado Sr. Sulu!