A GRAVIDADE E A ÓRBITA

Day 1,720, 09:54 Published in Brazil Cuba by Greywacke


Gostaria de apresentar algumas ideias a respeito do (des)ordenamento político do eBrasil, considerações que valem para todos, mas falado especialmente para o partido no que estou atualmente. Não faço isso só porque é meu partido, o que, em teoria daria mais autoridade para analisa-lo, mas principalmente por conta de seu nome, e apelido – Ordem Brasileira – “Orbital”.

Observando os repetitos (e repetitivos) posicionamentos dos nossos políticos, já há algum tempo, tinha decidido que, quando desse o TO em um partido novamente, iria dar o nome de “PARTIDO GRAVITACIONAL”, ou “PARTIDO GRAVITACIONAL DO GREYWACKE”, não por causa do meu ego, mas porque, no fundo, todos os partidos são gravitacionais.



Mas o que seria o “GRAVITACIONISMO”?

Bem, pense em um político, ou técnico de futebol, ou síndico de condomínio, ou dono de empresa, ou candidato a um emprego, em uma entrevista. Imagine esse sujeito incomodado pelo rumo que as perguntas vão tomando e, de repente ele lança a seguinte declaração bombástica: “Quero aqui, acima de tudo, assegurar aos cidadãos e aos meus eleitores, que sempre defendi e defenderei a aplicação estrita e sem exceções da Lei da Gravidade!” (se ele for do tipo pedante poderá dizer “Leis da Gravitação Universal”).

Traduzindo: acuados, ou apenas para dar volume aos nossos pronunciamentos, temos o muito humano hábito de tentar agradar à audiência, e incluímos como nossas, àquelas convicções que são compartilhadas por todos (ou pela grande maioria), seja pela tradição, seja pela simples impossibilidade de escapar delas.


Isso mesmo: “Não é só uma boa ideia, é a LEI!”


Naturalmente toda ação política efetiva depende de uma identificação entre os agentes que nela interagem, logo esperamos que todo partido sofra de, ou pratique o Gravitacionismo. Mais natural ainda no nosso caso, já que toda órbita é, em última análise, gerada por interações gravitacionais.

Não há então nada de errado que o partido apoie à Lei da Gravidade ou às Leis da Termodinâmica, elas são inescapáveis, afinal. Entretanto, para que a crítica de que “criar mais um partido apenas aumenta o risco de TO” (a grande desculpa para que não ameacemos a estabilidade e a tranquilidade dos que gostam de sempre ser ouvidos), não passe a ser verdadeira, é necessário aos partidos irem além do óbvio.

É fundamental que busquemos nos diferenciar dos demais, para que ele se afirme diante da constelação de partidos que, às vezes nascem com grande ímpeto, gastam seu combustível rapidamente (porque apenas a novidade não se sustenta) e vão se apagando até se tornarem invisíveis anãs marrons, sem nunca terem chegado a gigantes vermelhas.




Estou muito satisfeito por já ter sido dado início à discussão dos Valores do partido definidos em seus estatutos. Não se trata de aumentar seu número nem de substituí-los, mas de defini-los claramente. Parece fácil, mas não é.


(OS VALORES
Meritocracia;
Patriotismo;
Coletividade;
Participação;
Honestidade;
Transparência;
Ética;
Bom-senso.)


É preciso ter coragem para se diferenciar, para ousar desagradar alguns ouvidos posicionando-se com clareza onde a maioria deixa as coisas como se observadas por um telescópio com péssima definição, como um campo de estrelas embaçadas e indistintas.
É preciso correr riscos para poder brilhar como um tom diferente e inesperado!

E esse é apenas o primeiro passo, outra trilha que se deve seguir ao mesmo tempo é o da PRÁTICA. Talvez mais difícil ainda, é agir de acordo com o que gostaríamos de acreditar que acreditamos.
Tenho visto atitudes que não condizem nem com a maneira vaga como estão propostos os valores, se vamos leva-los a sério precisamos acrescentar mais um: AUTO-CRÍTICA, precisamos reconhecer nossas falhas de conduta e trabalhar para corrigi-las.

Boa sorte a todos nós.



E QUE BRILHEM NOSSAS ESTRELAS!