A Grande Confusão ou WTF???

Day 1,698, 12:54 Published in Brazil Brazil by Varnhagen
Meus caros amigos,

Poucos países fizeram tanto pelo eBrasil quanto a eRomenia vem fazendo. Quero crer que essa relação, folhetinesca diga-se, há de reinventar o eBrasil e, mais que isso, o ebrasileiro. Algo me diz que sairemos dessa coisa mais unidos que arroz em Japones. Algum leitor mais assíduo, escasso como nota de cem, haverá de objetar e dizer que não, que isso é, senão um acinte, uma traição, que brindar o inimigo é forca ou vala rasa. Menos, menos, muito menos... Ponderaria com esse leitor imaginário -e num certo sentido todos o são- que o Estado precisa de uma jugular, de uma carótida ou mesmo, nesses tempos de crise, de uma safena, na altura da canela, como um velho companheiro barbudo ameaçou, dia desses, em rede pública.

Mas, como dizia antes, se a eRomenia não existisse, se fosse um vazio demográfico capaz de fazer corar o Amazonas, estaríamos, todos nós, órfãos e náufragos de nós mesmos, como um Robinson Cruzoé, sem Sexta-Feira ou radinho de pilha que o valha. E, absortos nessa solidão, estenderíamos nossas esteiras virtuais frente a um coqueiro, imersos numa preguiça de fazer bonito.

Virei um ecidadão, salvo engano ou sem engano nenhum, no início de 2009. Meu filho mais velho conheceu o jogo sei lá onde e fez a maior propaganda, que eu iria gostar que tal e coisa e coisa e tal. Dito e feito, o índio teve um tirocínio daqueles. Ele já foi e voltou e eu, fora o espaço anterior à reencarnação, mais firme que prego em angu. Gosto dessa bagaça, como dizem os mais novos. Gosto -e cu- não se discute. Ou até se discute, mas não julgo ser de bom alvitre. Convenhamos, o senhor leitor também haverá de concordar comigo...

De lá pra cá, algumas coisas aprendi: guerras são boas, ótimas, fantásticas no eR. No mundo real são horríveis, absurdas, terríveis, etc e talz... Aqui, combatemos, nos armamos e, como o Coiote no Papa-Léguas, tomamos uns sopapos, apagamos mas estamos todos de volta, felizes e contentes! Ninguém morre em combate no jogo. Quanto mais guerra, mais desenvolvem-se patentes, mais se avança em experiência e força, o que é fundamental no universo do jogo. O resto é coisa de quem não sacou o jogo. Ou começou hoje.

Outra coisa: aqui não se aplicam os mesmos conceitos e categorias do RL. O sujeito, a princípio, se dirá socialista, liberal, comunista, nazista, fedaputista, anarquista, o caramba a quatro. Bullshit, como dizem os irmãos do norte. O que há é um sistema republicano fechado, simples como um beijo de novela, onde os partidos indicam uma lista para o Congresso, uma candidatura à Presidencia e, internamente, pessoas se dispõe a disputar a presidência desses mesmos partidos. Eu, você ou seus filhos, creio eu, não poderão jamais fazer uma “revolução” de fato, alterando as regras e as estruturas socioeconômicas. No way, bro!!! E não adianta vir com aquele papo que as leis de mercado, nessa ótica, inviabilizam esse discurso. Que leis, visto que os Administradores podem, como um deus ex machina alterar, por completo, a lógica do mercado?

Poderia elencar outras coisas, mais ou menos óbvias. Mas, para finalizar esse artigo, pego pra Cristo o bom Greywalker e seus artigos propondo o internacionalismo, a destruição das fronteiras e tudo mais. O bom Grey, na minha opinião, oscila entre um Bakunin e um Lennon e é, quero crer, também um puro de espírito e, como todos os puros de espírito, ingênuo. Quer por que quer demolir o estado, as fronteiras e tudo mais. No seu raciocínio, deveríamos abrir as portas para todos, exceto os que, comprovadamente, fossem mais sujos que pau de galinheiro. Seguindo sua lógica, se todo mundo adotasse essa maravilha de idéia, todos seríamos a mesma coisa. E os administradores morreriam de inanição, com os credores nos calcanhares, como hienas famintas. E seríamos, aí sim, não um Amazonas mas um Saara virtual. No mercado, venderiam pedras e porretes, como em filmes de Mad Max.

Esquece-se o rapaz que isso não é RL. Que os gringos não vem pro eBrasil por nossas praias, carnaval, futebol ou, infelizmente, por nossas menininhas. Que isso é um jogo e que obter cidadania é obter a possibilidade de implementar um projeto político ou uma rapina, às expensas do que pensam ou não os “naturais”. Pouco tempo atrás, um bando de marmanjos babava ovo da romena eleita, falando de seus atributos (primário: um avatar de mulher gostosa...lol) e pedindo uma “chance” pra a “moça”, que jurava não conceder, sem aprovação da Comissão de Cidadanias, a mesma... deu no que deu. Podemos ser até ingênuos mas, quero crer, ser trouxas já é meio forçar a barra...

Um abraço, ex cordis,
Varnhagen, aka Mahdi