[roleplay 2] Entrando em Thundera

Day 1,937, 19:09 Published in Brazil Brazil by eTravis.Bickle

São Paulo - Dia 1935 do novo mundo 07:53

Acordei subitamente com o barulho do interfone, eu havia adormecido enquanto datilografava na velha R.

Ao interfone o porteiro informou que um sujeito esquisito fantasiado de palhaço estava me procurando.

-Ok Chicão, pode deixar subir - Disse eu ao porteiro, autorizando que o palhaço subisse.

Quase 15 minutos depois a campainha tocou, ao abrir a porta encontrei Bozo Jorge todo suado com a maquiagem escorrendo - uma figura realmente grotesca.

- Caralho Bozo, como você consegue levar 15 minutos para subir dois lances de escada? - Indaguei eu.

- Bom dia para você também, Travis! Experimente subir as escadas plantando bananeira. A proposito, você esta com uma cara péssima, dormiu mal?

- Acabei adormecendo enquanto escrevia. Porra, que ressaca! Matei uma garrafa de Wyborowa. Trouxe cigarros?

-Trouxe... Derby! Tava meio sem grana e comprei os jornais também!

- Olha isso - exclamou Bozo, atirando o Noticias Populares sobre minha mesa.

- Não acredito, isso deve ser mentira! Aquele borra-botas não teria coragem de se matar.Tenho certeza que essa noticia vai ser desmentida nas próximas horas.

O Jornal exibia uma nota de suicido do congressista envolvido no escândalo das cidadanias. Mas a capa destacava o conflito entre a Russia e a Polonia.

- Aposto que nosso governo covarde vai ficar "neutro", esses Spoland-Lovers nunca apoiarão nossos camaradas russos - Comentei com Bozo que olhava pela janela e parecia distante.

- O que você tem, Bozo? Parece aflito...

- Vou renunciar a presidência do PS - Afirmou com a voz embargada e os olhos marejados - Não da mais, não existe clima, o PS virou um PT!

Conversamos horas sobre os rumos que as coisas tinham tomado. Embora triste e receoso sobre o que poderia acontecer, ele estava convencido de que não podia mais continuar a frente do partido. Eu nada podia fazer a não ser oferecer todo apoio a meu grande camarada.

De repente ele se levantou e indo em direção a porta disse:

- Vou fazer o que tem que ser feito, nos vemos depois!

E partiu.

Terminei de escrever algumas cartas e documentos e também parti.

Após passar no Correio, apanhei um táxi com destino ao Aeroporto Internacional de Guarulhos.



O voo 784-XJA com destino a Xangai estava ligeiramente vazio. Na poltrona da frente dois americanos planejavam uma farra sexual com prostitutas chinesas, enquanto a senhora ao meu lado lia uma Reader's Digest.

Pedi um scotch a aeromoça, e apos algum tempo adormeci.


Xangai - Dia 1936 do novo mundo 20:02

No saguão do aeroporto de Xangai, havia uma bela jovem chinesa segurando uma placa escrito CATMAXXX, falei com ela em ingles e ela disse que havia um carro me esperando.

Embarquei no carro. O motorista permaneceu calado durante todo o trajeto. Passamos por uma região com vários strip clubs, bares e restaurantes. A maioria dos restaurantes tinham jaulas apinhada de cães. Os cães eram uma iguaria muito apreciada naquela parte do planeta e os restaurantes estavam cheios de consumidores desejosos de degustar um bom totó.

- Lugar perfeito para os CAT's - Pensei eu na ironia de ver os cães como prato principal.

De repente o carro parou em uma rua estreita e escura. A neblina densa e as luzes dos neons davam um clima cinematografico. O motorista disse suas primeiras palavras:

- Get off the car!

Quando sai do carro, vi uma figura corpulenta parada no meio da rua e envolta na neblina. Acenou para que eu me aproxima-se, enquanto acendia um cigarro. Enfim eu estava diante do temível Bonna.



Bonna era um homem de poucas palavras. Senti que ele não confiava muito em mim, mas mesmo assim explicou as coisas que eu precisava saber sobre o CAT. Sempre olhando para os lados e interrompendo a conversa ao menor sinal de movimento de pedestres.

-Amanhã o carro irá te apanhar no Hotel para que você conheça as fabricas - Disse e sumiu na neblina.



Após algumas horas na estrada, o imenso complexo industrial foi dominando o horizonte. As imensas chaminés expeliam uma fumaça que se estendia por quilômetros. O ar era pesado e podia-se observar a fuligem sobre todas as superfícies.

Thundera era um colossal complexo industrial cravado no coração da Asia. Milhares de tanques eram produzidos para abastecer uma das maiores milicias do mundo.

Fiquei extremamente impressionado com a extensão das instalações e a quantidade de pessoas trabalhando. Um verdadeiros formigueiro de pessoas organizadas produzindo como se fossem maquinas.

Havia uma área restrita onde provavelmente estavam desenvolvendo o novo tanque Q8, mas infelizmente não tive acesso.

Depois de conhecer os pormenores das operações de produção e logística em Thundera, era hora de partir para o Brasil e me reunir com os lideres no Quartel-General.

... continua em breve