[Orb&Tal] A Reforma Política

Day 1,766, 15:39 Published in Brazil Cuba by Greywacke




SAUDAÇÕES TERRÁQUEOS!



Ainda é cedo para sabermos o que a mudança imposta ao módulo político vai provocar. Na verdade, chegou-se a questionar quando essas mudanças iriam ser implementadas, se ainda nesta eleição, ou se apenas para a próxima.

Se fosse uma questão legal, o texto oficial publicado na wiki -
“A partir do dia 25 de Setembro de 2012, os cidadãos votarão para um Partido, ao invés de votar em candidatos pertencentes a partidos.” - poderia despertar duas interpretações:

Primeira: Os cidadãos já irão votar na eleição do dia 25 de setembro nos partidos e não nos candidatos. Esta é a interpretação mais óbvia, e a já confirmada em resposta a tickets enviados aos administradores.

Segunda: As mudanças no módulo político começam a valer a partido do dia 25 de setembro, neste caso no dia 24 os presidentes de partido não teriam como colocar os candidatos em uma ordem, e a eleição transcorreria da forma tradicional.

Claro que a primeira versão é a verdadeira, mas, quem já teve de escrever um edital público ou estatutos ou regimentos, sabe como a redação dada pelo Plato seria um prato cheio para processos de contestação, que ganhariam e, no mínimo anulariam a eleição. Mas como o eRepublik não é um jogo que funciona nem dentro do estado de direito e nem de um regime democrático...

Em todo caso, as mudanças virão, e, nesse caso permitam-me especular um pouco sobre a maneira como podemos vir a lidar com elas.





1 – Fortalecimento dos partidos e do papel do Presidente de Partido (PP)

Essa é a conclusão óbvia do resultado das mudanças. Eu vou passar a votar no partido de minha preferência e não em um candidato da região onde estou. Menos personalismo e mais partidarismo.



Há aqueles que dizem que isso é negativo porque vai “colocar o partido acima do país”, como se a situação atual não fosse muito pior porque coloca o indivíduo acima do partido E do país.

Mas o ponto mais positivo é que isso vai exigir uma maior democracia interna dos partidos. Hoje o PP pode ser um ditador, ou seja, uma vez no poder ele pode fazer o que quiser com as candidaturas. A maioria dos políticos dos partidos se satisfaz em estar de bem com o PP, para que ele não o retire da lista de candidatos oficiais, se não for eleito, pode admitir que a culpa foi sua, porque não soube fazer campanha.

Os PPs vão ter de negociar a elaboração da lista partidária com cada membro-candidato do partido ou com os grupos organizados dentro dos partidos (se existirem), e ainda com partidos menores que podem vir a se coligar com seu partido. Mas, na verdade, não acredito que exista um partido grande controlado por um ditador, é quase seguro que a representatividade dos PPs não vai aumentar nem diminuir, apenas mudará a relação deste com seus comandados.




2 – Enfraquecimento dos partidos menores

De certa forma isso é verdade, perde um pouco o sentido ceder vagas para outros partidos fora do TOP 5, já que a minha bancada vai ser do tamanho dos votos que meu partido obtiver.



Entretanto, vamos continuar tendo vagas não preenchidas,e um partido grande pode até optar por pegar blockers sem nenhuma expressividade e coloca-los no final da lista, mas, com certeza, vão reconhecer que é vantajoso ter nomes expressivos de partidos menores bem organizados, que se empenharão na campanha, rendendo votos para eles também.

Acredito que será muito vantajoso o estabelecimento de parcerias entre um partido grande e um partido menor, de forma que a conversa entre PPs ganha ainda mais importância e formalidade. Em minha opinião só vão se enfraquecer os partidos pequenos que não tiverem representatividade e aqueles criados apenas pelo ego de seu “dono”, ganham os ativos, ganha a política.

O papel dos PPs dos partidos menores é ainda mais importante, ele terá de saber vender o apoio de seu grupo político para o partido maior (isso depois de ter convencido os membros de seu próprio partido).




3 – Fim do PTO

Muitos já disseram que não, que o PTO continua sendo uma ameaça, até maior, porque bastaria conquistar a presidência de um partido do TOP 5 para montar uma chapa alienígena puro sangue..... A questão é que a eleição para PP ocorre 10 dias antes das eleições para o congresso, logo, há tempo mais que suficiente para eliminar o partido toveado do top 5. Se não o fizermos mereceremos o golpe.

Em síntese, com todos os principais partidos sob comando de pessoas responsáveis e comprometidas com o pacto da comunidade, só será eleito um estrangeiro se quisermos.


Imagem da fanfarra marcial da Nemesis voltando para casa - A banda é cigana, e a música é muito boa!




4 – Coligações e tendências

Voltando à relação intrapartidárias e interpartidárias, nas eleições parlamentares teremos o advento do compromisso de coligações. É quase certo que cada um dos cinco maiores partidos terá relação com um (ou até dois) partidos menores, para os quais terá reservadas algumas posições dentro da lista partidária. Essa coligação será principalmente eleitoral, mas pode ocorrer um alinhamento “ideológico” (deem a interpretação que preferirem a esse termo) entre os partidos, uma vez que ao fazer campanha para um partido, estarei fazendo campanha para opiniões das quais posso discordar.

É possível ainda que, com o tempo, uma coligação muito harmoniosa acabe por levar à fusão entre os partidos coligados.

Em certa medida, esse atrelamento entre todos os candidatos de um partido/coligação, pode surgir a instituição das tendências. Se temos opiniões divergentes dentro de um partido, é natural que cada grupo queira ter seus representantes no congresso.

De uma maneira semelhante ao que ocorre às direções colegiadas (tipo UNE), cada tendência de um partido (duvido que cheguem a existir mais de duas por partido), terá estabelecido, em eleições internas, qual a percentagem de concorrentes ao congresso que terá dentro do conjunto de candidatos do partido.

Acredito que a prática da “renuncia em favor da unidade partidária” que ocorre atualmente, só existe em função da chance de um membro de uma tendência minoritária em se eleger, mesmo não sendo afinado com o PP, com as listas partidárias, essas diferenças internas terão de se fazer claras na construção da lista.




5 – Alguns problemas

Os quatro pontos acima podem fazer as pessoas pensarem que tudo é positivo nas mudanças que nos foram impostas. Não é bem assim.

Em primeiro lugar, não vejo o sentido da eliminação das candidaturas separadas por região. Claro que elas simplificam toda a matemática da eleição, o que pode ser muito bom para os administradores, mas é mais um elemento de realismo que é eliminado do jogo, não que as regiões tenham real importância política, mas pelo menos na aparência isso existia.
Um PP não teria nenhuma dificuldade em elaborar uma lista por região ao invés de uma única lista nacional, o que tornaria ainda mais intrincadas as negociações com os partidos coligados, onde seriam também negociadas regiões nas quais é mais fácil ou mais difícil se eleger.



Em segundo lugar, corremos o risco evidente de que os partidos do TOP5 resolvam simplesmente monopolizar a política e fecharem as listas apenas para membros de suas agremiações, trocando a diversidade pela mediocridade. Não me parece ser um risco real para a situação atual, mas pode ser que os tecnocratas, que não são capazes de admitir que a diferença de opinião não é um problema, fechem um oligopólio político.

Nesse caso haverá uma disputa renhida pela quinta posição, que irá se modificar frequentemente (retornando aí o risco de um TO), e ganharão importância extrema as tendências, visto que pessoas que gostam e que sabem fazer política, estarão em partidos com os quais não concordam plenamente, levando o debate mais sério para as instâncias internas do partido.




Agradeço a atenção e seu voto.
Greywacke