[BS] Uma Análise Inconveniente sobre o Exército Brasileiro

Day 1,889, 17:02 Published in Brazil Brazil by Dio Vigon



O exército hoje é responsável por aproximadamente 22% de todo o dano brasileiro, juntando FODACE, FAB e BrNuke. Será que o trabalho hercúleo de seus gestores, de seus colaboradores e de seus soldados está verdadeiramente recompensado nessa porcentagem? Porque é evidente que se não existisse exército, os quase 160 soldados que costumam lutar diariamente não ficariam sem lutar, isso é um fato, embora talvez diminuíssem seu dano, devido à falta de amparo no curto prazo.

O governo onera a produção com taxas de 20% de income, que estão aquém dos valores taxados pelos governos de EUA e Croácia, por exemplo, mas que se encontram bem distantes dos 1% cobrados pelo governo búlgaro e até dos 10% cobrados por Grécia e Romênia. Além disso, nosso VAT é o maior entre os países considerados grandes no eRepublik, apenas a Argentina cobra os mesmos 10%, enquanto Polônia, Hungria, Romênia, Espanha e EUA cobram menos de 5%.

É verdade que nosso país é uma vergonha no quesito atividade. Somos uma nação de 2 clicks e inativos, uma multidão sem voz e reduzida a uma pequena comunidade que se mantém firme e constante, mas porque, com tantos atributos favoráveis, nós temos uma das piores economias?



Eu e o Exército Brasileiro

Antes de tudo, é preciso dizer que sou um grande adorador e defensor do exército, embora eu também tenha noção de seus defeitos.

Minha relação com o exército sempre se deu, majoritariamente, através do executivo nacional, pois eu não possuía qualquer tipo de influência ou poder decisório lá dentro, antes de ser eleito Presidente. Na época, fui um presidente muito novo e me esforcei para não “pisar no calo” de ninguém, pois o EB é tratado por muitos como uma verdadeira família, entretanto, fui rigoroso ao cortar pela metade os salários dos soldados (naquela época o EB pagava os melhores salários do eBrasil, pois o modelo econômico necessitava da produção dos melhores trabalhadores).

Nunca fui um exímio soldado, mas me juntei às fileiras do exército, para conhecer melhor seu dia-dia. Entender as dificuldades que os soldados, os líderes e os gestores tem para fazer a coisa andar. E tive a sorte de trabalhar como CP durante um período de ouro do Alto Comando (novembro de 2010). Pessoal virava a noite reunido para que tudo corresse bem, decisões eram tomadas com urgência, existia muita dinâmica e disposição na relação entre governo e AC. Bons tempos.

O tempo passou e fiquei mais forte. Me juntei ao FODACE, que é considerada a elite do exército, mas ali dentro vi poucos soldados totalmente comprometidos com a entidade. Senti falta de uma coordenação maior, de uma liderança alinhada com os objetivos do país. Nunca peguei distribuição, pois não lutava todo dia e, por discordar que minha postura de soldado casual fosse adequada ao ambiente, me retirei.



O Exército de Hoje

Hoje o Exército é a maior fonte de gastos do governo, junto com os MPPs. Eu planejei o projeto farmer em 2011, justamente por saber que o déficit chegaria um dia e que o Brasil ficaria à mercê de sua incapacidade financeira. Ninguém consegue pensar em uma solução imediata e, quiçá uma solução a longo prazo. Hoje eu não vejo nem mesmo o projeto farmer como uma solução.

É preciso repensar todo o modelo de gestão. Estamos ultrapassados e é provável que novas mudanças no módulo econômico causem transformações ainda mais severas (elas nunca são positivas).



Dilema: caos militar ou caos econômico?

Sempre foi levantada a hipótese de não haver exército. O que nos parece um despautério, pois ficaríamos à mercê de Unidades Militares e da boa vontade de seus líderes. Porém, eu discordo dessa visão.

Hoje muita gente concorda com a política do país, com exceção de alguns grupos que, tendo em vista as últimas decisões eleitorais, são minoria. Se eles fossem a maioria, o governo talvez estivesse sob a égide de seus objetivos e interesses, de sua visão de futuro e progresso, enquanto os que elegeram a política atual seriam a minoria.

A parcela majoritária das unidades militares sempre apoiará o governo, pois foram eles que o elegeram, ou seja, se não tivéssemos um exército, estaríamos exatamente como estamos hoje: uma grande parcela do país apoiando as guerras propostas pelo governo e uma resistência menor, fazendo força contra, embora dê suporte em várias oportunidades.

Não vejo a ausência de um exército estatal como um caos militar. Cidadãos que gostam de respeitar a ordem e querem o melhor para o país continuarão sendo maioria e, sem esse poder coercitivo, o povo teria mais poder sobre as decisões do país do que tem hoje.

Olhando pelo aspecto econômico, porém, parece interessante que o governo se torne uma entidade estritamente política, focado apenas em governar e direcionar os interesses de seu povo.

Qual seria o resultado se baixássemos os impostos a 1%, diminuindo drasticamente a arrecadação, governamental, mas desonerássemos o governo dos gastos severos que sempre possuiu com o exército? Nossos únicos gastos seriam com os MPPs, que são uma parcela bem menor de custos mensais.

As pessoas se organizariam em grupos militares definidos por afinidade, por interesses e provavelmente nosso governo e nosso país ficaria muito mais dinâmico. Embora esta seja apenas uma ideia, é claro. Se demoramos mais de um ano para colocar o Projeto Farmer em pauta, imagine quanto tempo as pessoas não demorariam até se desapegar de algo que, por mais que seja útil, nos causa mais problemas do que soluções há tempos.

EDIT:
Necessidades


Mesmo que dissolver o EB fosse a melhor solução, como eu disse, ela demoraria pelo menos uns 2 anos pra acontecer. Porém, é inegável que o Exército precisa passar por uma mudança severa.

Eu entendo e respeito os que defendem o EB de hoje dizendo que tudo mudou, que está tudo diferente, que as coisas vão melhorar, mas esse mesmo discurso já foi usado em todas as vezes que se criticou o formato do EB. Assim como já foi usado em todas as vezes o argumento de que "tem que estar lá dentro pra falar", mas já estiver dentro e fora e a impressão é a mesma.

Não existem culpados, é bom que se ressalte. Este não é um artigo pra demonizar ninguém, mas pra colocar o dedo em uma ferida que está sempre aberta, já que é o povo brasileiro quem paga a conta do exército.

Esta deixa de ser uma discussão apenas sobre o que o Exército é e passa a ser um debate a respeito de como ele é visto. E tenho certeza que mesmo os que desaprovam a inexistência do EB, tem grandes críticas a fazer.

Solução existe?

O dono do Exército Brasileiro é o Brasil e, por conseguinte, o seu povo. Nada mais correto que o próprio povo esclarecer a visão que tem da entidade, já que a maioria absoluta de nossa verba ainda vai para projetos militares.

Cansei de ouvir que o AC mudou, que não sei quem saiu, que tudo vai melhorar. Nós brasileiros temos mais que um direito, nós temos a responsabilidade de cuidar daquilo que é nosso, pois quanto mais valorizado e quanto mais eficiente for nosso exército, melhor para o país. Temos mais de 200 soldados que lutam bravamente por nós, é justo que a entidade seja querida e respeitada por todos, como foi há muito tempo atrás.



Um grande abraço,
Vigon,
a ovelha negra do eBrasil.

In Omnia Paratus"