[BdRA] O renascer da mídia nacional: olhares que migram do passado ao futuro
Rick Adams
Saudações caros leitores,
Conforme o tempo passa, as coisas tendem a fluir por caminhos novos, contudo é prudente nunca esquecermos o passado, ora para não cairmos nos mesmos erros, ora para seguirmos exemplos bem-sucedidos.
Tal máxima – é preciso advertir - jamais pode ser utilizada como sustentáculo para uma vida calcada nas coisas que se foram, o que se pretende, portanto, é romper com o “velho”, sem deixá-lo para traz, ou seja, adaptá-lo ao novo. [1]
Nos últimos dias, uma nova onda tem atingido a mídia nacional, fazendo justiça aos novos projetos do Ministério das Comunicações, é visível um claro senso de mudança, quem sabe – ousaria dizer – uma nova era no jornalismo nacional.
É certo que ao inferir algo desta magnitude, estou comprando também a responsabilidade de analisar criticamente o cenário atual e, por óbvio, o cenário vindouro (sendo mais sensato, hipotético). Para tanto, que melhor maneira haveria, que não partirmos do passado?
Inicialmente precisamos ter como pacífico em nossa memória como era a mídia anteriormente, pelo menos numa época mais ativa. Não estou aqui desde o começo do jogo, mas quando comecei efetivamente e criei o meu jornal, a situação era muito melhor, isso porque, existia uma movimentação político-social, que permitia aos jogadores utilizarem o espaço da mídia como campo principal de disseminação e discussão de ideias.
Com o tempo - esse danado que insiste em trazer novos ares, nem sempre tão bons – o jogo foi passando por uma série de modificações, uma delas a possibilidade de iniciar uma ditadura por meio de uma unidade militar.
Aqui as opiniões vão se dividir, por isso antes de me tornar mentor da próxima titanomaquia, algumas considerações precisam ser feitas: a) não me interesso pelas divergências político-partidárias entre arenistas e não-arenistas, b) gosto de trabalhar com fatos e dados concretos, que nos permitem enxergar a realidade e, acima de tudo, c) mais do enxergar, o propósito maior deve ser sempre encontrar saídas.
Posto isto e voltando a linha de raciocínio principal, não há como negar os efeitos negativos da ditadura na mídia nacional, isso porque todos os outros fatores que desencadearam a trágica situação do jogo e da mídia, parecem-me pueris diante dos destroços largados pelo regime ditatorial, em suma, pelo fenômeno da saída massiva de jogadores.
Entendendo isso, algo a mais chama atenção, o fato de que a perda de mentes ativas na mídia, não só desestimulou um maior número de produções, mas também a criatividade dos remanescentes.
Com isso, perdemos jornalistas e com eles o sopro de uma nova era.
Apenas para ilustrar, posso mencionar as mais diversas pessoas, de todos os seguimentos e de todos os partidos, inclusive posso mencionar os próprios partidos, como o extinto MPB que realiza o “concurso de música” (The Voice), o FENIX com o “fogo no rabo”, “batalha naval”, etc... Numa autocitação:
“[...] sinto falta dos artigos do Marx, sinto falta das análises econômicas do Jyuzo, sinto falta dos podcasts do Pedro, dos reality show's do FFress e do Gabriel, dos artigos tutoriais do Hugo em seu jornal direcionado aos novatos, sinto falta do Isaak com suas opiniões críticas, do próprio DC e do Gunner com seus artigos que de fato movimentam a comunidade, do jogo dos chapéus do Matheus e do 10 por 1 do Abdon, sinto falta disso tudo na mídia, ou seja, sinto falta da mídia.” [2]
Tudo isso se perdeu, sumiu num vazio de artigos esporádicos e na resistência de uns e outros em querer manter alguma atividade na mídia nacional.
Finalmente, deixando de lado a melancolia e a saudade, é valido olhar para o futuro: o novo programa de incentivo a mídia nacional do MdC tem buscado reviver esse antigo espírito, jornais de cara nova e pessoas inclinadas a um esforço conjunto em prol da mídia e do jornalismo.
Certamente haveremos de sentir efeitos positivos dessas medidas, todavia o MdC não pode salvar a mídia, esse é um papel de todos os usuários, porque é aqui – no seio da mídia – que a vida acontece ingame, sem esse módulo, o jogo se perde na tríplice treinar-comer-lutar.
Sem remorso, acertada conclusão de Karl Marx e Friedrich Engels:
“Tudo o que é sólido desmancha no ar, tudo o que é sagrado é profanado, e o homem é, finalmente, compelido a enfrentar de modo sensato suas condições reais de vida e suas relações com seus semelhantes.” [3]
Assim deve ser a nossa epopeia em busca do triunfo de uma novíssima era na mídia nacional.
REFERÊNCIAS:
[1] BLUMENBERG, Hans. Naufrágio com espectador. Trad. Manuel Loureiro. Lisboa: Veja, 1995.
[2] ADAMS, Rick. Nota de repúdio ao repúdio. 2016. Disponível em:https://www.erepublik.com/br/article/-bdra-nota-de-rep-dio-ao-rep-dio-2600005/1/20. Acesso em: 15 jul. 2018.
[3] MARX. Karl; ENGELS, Friedrich. O Manifesto Comunista. Trad. Maria Lúcia Como. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. Col. Leitura. p.14
Comments
[BdRA] O renascer da mídia nacional: olhares que migram do passado ao futuro
https://www.erepublik.com/br/article/2675576
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Muito bom.
Sentimos saudades de muitas coisas nesse jogo.
Agora é na para frente e tentar melhorar o que temos hoje.
A ditadura foi uma terra arrasada em todos os setores.
Nem vou citar no militar, onde todo e qualquer país que quis apagar o eBrasil conseguiu. Tal a ausência de dano daqueles que se achavam (e se acham) os donos do dano no país.
No módulo midiático, subscrevo as palavras do amigo Rick, cuja volta é um prêmio para o país, para a mídia nacional e para a Arena, que tem um dos seus mais valorosos membros de volta.
Já no social, reside talvez o maior desastre, com o desaparecimento de verdadeiros aspirantes aos principais cargos do país, conjugado com o malsinado surgimento dos shup shups, fenômeno maldito que arruinou gerações de jogadores. Jogadores que optaram pela servidão vil ao invés da postura crítica.
Mas saúdo a iniciativa do amigo Rick!!!
Muito Bom
votado rick
Votado. Todos torcemos para que esse quadro mude. Saudações.
Café filosófico com fino e sutil toque de cogumelos ao final. Curti.
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V+
🙂
Votado.
Parabéns pelo brilhante artigo.
votin!
Conversamos bastante essa semana e divido o pensamento com você, de que a ditadura tirou mentes ativas da mídia, mas não acho que foi só ela.
O eRepublik foi deixado de lado, podemos ver isso pela falta de qualquer tipo de atuailização, é como se a meia duzia de funcionários próprios tivesse parado de cuidar de novidades e focado no aplicativo.
Alguns jogadores acabam voltando na esperança de que consigam fazer algo pra melhorar o país, ou pelo menos façam parte desses projetos, mas não é algo tão simples assim.