[ANALISE] Portugal: Uma estratégia geopolítica e militar falhada?

Day 1,636, 14:49 Published in Portugal Spain by Afonso Batista


Portugal desapareceu: Consequência de uma estratégia geopolítica e militar falhada?

Por Afonso Batista

Para quem assiste de fora, o Governo de Portugal aparenta ter dado provas de dedicação, profissionalismo e, não haja dúvida, fervor patriótico. A maioria dos Portugueses mostrou confiar no Governo ao reeleger, por boa margem, o Presidente Justino Figueiredo, e conceder-lhe novamente os destinos da Nação. O Presidente e a sua equipe apresentaram aos Portugueses um projecto já experimentado, sólido, com metas ambiciosas, e uma estrutura governativa que aparenta responsabilidade e competência em vários planos. A grande meta era a manutenção da existência de Portugal e a recuperação do nosso território original.

Contudo, no plano militar e geopolítico, tudo ruiu - e em poucos dias. Portugal já não existe sequer.

Num recente comunicado presidencial durante plena guerra, apesar de bem intencionado e transpirando saudável patriotismo, procurando motivar os Portugueses, o Governo revelou, porém, também algo de muito perturbador. Ou o Governo viveu iludido ele próprio, ou quis iludir os Portugueses. Qual das hipóteses a mais grave...

Para além de termos seguido um duvidoso caminho colonialista, fomos até às últimas consequências desse mesmo caminho – onde é que já eu vi isto na história de Portugal –, lutando até ao fim contra uma potência muito superior à nossa – Espanha – sem qualquer sentido das proporções. E no meio de uma guerra, em que perdíamos territórios nacionais na ordem de uma região por dia, ainda os Portugueses foram surpreendidos por mensagens e comunicados presidenciais repletos de optimismo vitorioso, como se estivessemos quase à beira de ganhar a guerra com Espanha. Isto foi grave. Não vejo onde a falta de senso da realidade possa ser positiva.

A nós, no Vox Libertária, tais comunicados presidenciais fizeram-nos lembrar o famigerado ministro da Guerra Iraquiano, aquando da invasão Norte-Americana. Segundo o famoso ministro, no Iraque estava tudo bem, e os americanos estavam a ser travados, mesmo quando, na realidade, os americanos estavam praticamente às portas de Baguedade com todo o seu poderia bélico.

Não haveria outras alternativas? A diplomacia, a negociação? Desconheço, e por isso apenas me interrogo. Pelos vistos, o Governo recusa sequer negociar com Espanha. É preferível a inexistência enquanto Nação? Talvez, mas só se houver um plano convincente que devolva a Portugal a sua independência. Para já, tais planos parecem estar nos segredos dos deuses.

Vimos muito Portugueses a assimilar a estratégia governativa das últimas semanas, a estratégia do contra-ataque (conquista da Andaluzia e das Canárias), afirmando ser uma estratégia de génio, percebedora da tão aclamada “mecânica de jogo” (pelos vistos só percebida por um punhado de entendidos). Fez-se crer que conquistar territórios no coração de Espanha iria dividir os Espanhóis, e esquecemo-nos que essa estratégia também dividiria os Portugueses em diversas frentes de ataque/resistência.

Depois dos píncaros da ilusão, o Governo caiu inevitavelmente na realidade e, mesmo que procurando fazer tudo por Portugal, fica marcado por esta derrota colossal que pôs fim ao próprio país. Não é coisa pequena!!!

Algo falhou, e isso não é criticar o Governo. É apenas ver e dizer o óbvio. Se calhar era mesmo inevitável o desaparecimento de Portugal. Não sei. O que sei é que, o que fizermos daqui para a frente terá de ser, de um modo ou de outro, bastante diferente do que fizemos nos últimos meses, nem que isso passe por ter alguma humildade e senso das proporções.


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