Descendo do Muro

Day 1,506, 11:10 Published in Brazil Brazil by Varnhagen
Meus caros amigos,

Reza o credo que o mineiro é murista, ou seja, nunca deixa claro, em se tratando da política, suas posições. Contam que certa feita perguntaram para um grande político mineiro, o insuperável José Maria Alckmim, de que lado estava. A resposta, ligeira, entrou para o anedotário político mineiro: “estou onde sempre estive”.

Noutra feita, numa das eleições ainda na República Velha, espantou-se um dos candidatos, pois em todas as cidades encontrou faixas saudando o “novo presidente”. Tendo como certo o apoio, suspirou aliviado. Coube a um dos seus assessores informar casmurro: “o senhor viu seu nome nas faixas?” O candidato, então, se tocou do obvio: não havia nome algum, pois as faixas eram estendidas a todos os candidatos, sem exceção. Poderia desfraldar aqui um sem número de galhofas nesse sentido, umas menos outras mais engraçadas. Mas creio que basta.

Mineiro que sou, criado em cerca de curral, capando porco e mochando gado, saí fora da encomenda. Tenho o hábito de tomar partidos, mesmo arrependendo depois, em alguns casos. Não creio ser esse o caso. Quando vi o nome do Diego Franco, bati ponto e assentei praça: o índio é bom, mais reto que vida de frade. Lembro-me dele quando ainda habitava o corpo do velho Mahdi. Foi um dos amigos que cultivei no jogo e, apesar da distancia temporal, se é que isso existe, ainda o tenho nessa conta, como o velho Junecaz e tantos outros que não citarei sob a pecha de fazer papel feio com os que a idade (tenho 40 anos e 40 anos não são 40 dias!) me faz olvidar.

Não sei se ganhará as eleições, se sua equipe é a mais preparada. Mas, pelo menos na minha vida anterior, descobri que boas equipes no papel nem sempre são boas equipes na hora da onça beber água. E já vi muito medalhão dando pra trás e muito pé-rapado ganhando, numa mula, corrida em cancha reta. Aqui, como na RL, essas coisas são fato.

Fica então, pra encurtar a conversa, meu apoio a essa candidatura. Espero que realmente possa vencer e que faça um governo daqueles de brilhar mais que rojão em réveillon. Cacife pra tanto, o índio velho do Diego tem. Sei que meu apoio e nada, nessas circunstancias, são de pouca monta. Mas vai assim mesmo. Mineiros podem ser muristas ou não, mas são fiéis. Tens aqui um cão-de-fila, se precisar.

Um abraço, ex cordis,
Varnhagen