Uma derrota transvestida de vitória?

Day 3,506, 23:14 Published in Brazil Norway by Ashavard

O título começa com uma indagação típica da humildade de um iniciante ao ser apresentado às complexas relações da nossa realidade. Porém, não ser tão experiente não nos impede de perceber quando algo parece estranho, incompleto e obscuro. Estranhar e duvidar são as defesas do homem comum. E não deve haver nenhuma vergonha nisso. É, até, algo de que se pode orgulhar onde a certeza abunda!
Mas o que nos traz a essa posição hoje é um evento bastante atual que está próximo de consolidar-se, mas que seus efeitos ainda não são totalmente conhecidos e, menos ainda, suas causas: a libertação do eBrasil das forças portuguesas.

Recapitulando o que houve nos últimos dias, o eBrasil foi atacado e ocupado por forças estrangeiras, tendo todo seu território assimilado, até muito recentemente, por ePortugal. Diante das tentativas frustradas de libertar o ePaís pela via militar, aparece, não muito tempo depois, um acontecimento diplomático: o governo ditatorial brasileiro consegue fechar um acordo com o Invasor, de modo que cada região brasileira seria liberada dentro do intervalo de 4 dias entre uma e outra guerra de resistência. E é tudo de relevante que foi dito a respeito. O resto: apenas bajulação e vanglória. Nada foi dito sobre o que o Brasil deveria pagar para ter suas terras desocupadas.
No dia 3506, um movimento de resistência na Região Norte ocorreu fora do tempo estipulado por ePortugal e o resultado foi a oposição maciça dos invasores, com derrota dos guerreiros brasileiros. Se o acordo obtido com ePortugal fosse apenas por boa vontade deste, qual o sentido de estipular esse limite mínimo de 4 dias? Seria um modo de submeter nosso povo à humilhação e de realçar a superioridade militar e política portuguesa? Ou seria uma estratégia meramente econômica? Considerando este último ponto, passamos para a próxima fase.
O lucro obtido com o arrecadamento proveniente dos territórios conquistados brasileiros, mesmo após a libertação de algumas regiões, chega a ser comparável com possessões de impérios enormes, como a eEslovênia. Por exemplo, considerando o espaço semanal entre o dia 3499 e o dia 3506, no dia 3502, a arrecadação dos territórios brasileiros conquistados chegou ao valor de 5.032. No mesmo período semanal, a maior arrecadação da eEslovênia com uma de suas possessões (quase a totalidade do território italiano) foi de valor 4.359 no dia 3505. Mesmo a quantia total acumulada durante toda a semana revela que a renda percebida com o território brasileiro fracionado (27.231) foi até maior que a quantia resultante da eItália conquistada (23.633).
Na nossa história real de independência, o Brasil teve de indenizar Portugal com grande quantia de recursos. Terá sido a repetição do mesmo episódio? Só que, desta vez, com personagens diferentes e métodos mais sorrateiros?

Diante disso, perguntamos por quais razões Portugal abriria mão de uma fonte de recursos equiparável às conquistas de grandes impérios? A mais profunda ingenuidade talvez diria que isso foi fruto apenas boa vontade dos conquistadores ou, no máximo, talento do carisma dos negociantes do governo. Sabemos, todavia, que não é dessa forma que os interesses dançam. No mínimo, podemos temer um desvio de nossos recursos financeiros. Outra hipótese seria se aqueles que dizem nos governar prestarem obediência a uma outra nação.
O que resta mesmo saber é o que foi oferecido para conseguir essa “conquista” diplomática do eBrasil. Manter isso em segredo revela apenas uma coisa: o governo não entende o que representação significa. O mesmo governo que se diz representante da voz que sai de nossa boca não pode ser o mesmo que esconde a verdade de nossos ouvidos e de nossos olhos.
Estamos diante de uma real libertação ou de um caminho escuro para a escravidão dos cidadãos brasileiros?
O povo tem o dever e o direito de sempre questionar e exigir contas de seus governantes, não importa quão bons eles pareçam ser. Cada ação influencia diretamente em sua jornada como eCidadão.

Atenciosamente aos caríssimos leitores,

Ereschkigal.