Economia, Sulejmani e uma xícara de café

Day 1,639, 17:50 Published in Brazil Brazil by Varnhagen
Meus caros amigos,

Acabo de ler uma entrevista com o Sulejmani, figura notória no eBrasil e, pela milésima vez ou algo próximo disso, nosso Ministro da Fazenda, ou coisa que o valha. O Fábio, que foi como o conheci na minha vida anterior, antes de reencarnar no corpo velho e carcomido do Varnhagen, é, pelo que sei e pelo que ele mesmo falou, bancário. E o Fábio, bancário, se converteu aqui, nesse “velho” mundo de ilusão, banqueiro. Na minha imaginação, já o via, como um Rockfeller, num lustroso cadillac pelas ruas de Araguari. Aliás, conheço Araguari. Montou, sabemos todos, um império bancário digno de nota e exemplo de solidez nesse lodaçal economico que rege o eR...

Faço aqui um aparte: há uma piada mineira que diz que no Triângulo Mineiro, região desse estado grande e besta a qual pertenço, existem três grandes cidades, iniciadas com a letra “B”: Berlândia, Beraba e a Bosta de Araguari. Mentira, é uma cidade extremamente avançada, com economia sólida e um monstro em produção agropecuária. Corrija-me o Fábio, que deve ver cifrões como vemos buracos no asfalto. Aqui em Minas os há em demasia, os buracos.

(patio Estação Ferroviária de Araguari, 1957)
Brincadeiras à parte, o Fábio é um cara que considero amigo, dentro do espaço do jogo. Já passamos por muita coisa no mesmo barco e certas situações não foram, vá lá, um mar de rosas. Mas somos, por assim dizer, amigos de longa data e tenho por ele apreço. E o considero competente, o que é onde quero chegar. O Fábio mesmo, com uma ponta de angústia, comentou sobre o “fim” da economia aplicada ao jogo, com seu engessamento nessa atual configuração.

Sem liberdade de ação, sem um leque variado de possibilidades, nosso Rockfeller se viu mais solitário que Robinson Crusoé, sem sequer o afago amigo de um Sexta-Feira ou um radinho de pilha... Tem toda razão, o rapaz. Ao invés de aprimorar mais o sistema, que tinha certas falhas estruturais, é mister reconhecer, o “desnutriram”, engessaram, algo mais ou menos assim ou a soma de tudo isso, quem sabe. Perdeu-se a graça. Operar no mercado aqui é algo tão profundo que uma formiguinha transporia, sem molhar os joelhos. Se é que as formigas tem joelho, como lembrará um dos meus leitores contumazes, mais raros que nota de cem.

O jogo, óbvio, ficou mais simples, menos instigante. Na minha vida anterior, quando era o Mahdi Cleitus, julgava o jogo algo próximo de um laboratório. E como tal, ele me possibilitava experimentos socioeconômicos, políticos, e tal e coisa e coisa e tal. Hoje seria um laboratório meio tosco, se comparado ao anterior, lá pelos idos de 2009, 2008. Mas é desse jeito, somos todos forçados a concordar com o velho Sulejma, que não é bobo e, mesmo tendo pouco espaço de manobra, haverá de tirar leite das pedras. Ou ouro das pedras, como querem os puristas. E assim o barco vai, até a próxima sacudida no navio. E foram tantas, como sabem os que aqui estão há muito tempo...

Um abraço, ex cordis,
Varnhagen, aka Mahdi